Thursday, 15 September 2016

Das noites abafadas do Estio holandês



Os dias têm estado muito abafados. Típico Verão holandês. Sendo que, para nós, o Estio mais agradável foi o do ano passado. Ontem à noite, em Amesterdão, janelas escancaradas, tal como aqui, no bairro, e creio que por todo o país. E as crianças muito pequenas e os idosos mais frágeis como aguentam, não sei. A ventoinha gira no quarto, mas não o ar. Para fazer alguma tarefa doméstica sem desfazer-me em suor e quase desfalecer entre o sobe e desce de escadas, acordo muito cedo, às cinco. Pelos vistos, a vizinha também, que ouvi o aspirador aí pelas sete. A tarefa que me dá mais prazer no momento é regar os canteiros e os vasos de flores dos jardins. Hoje, de manhã cedinho, encontrei-as murchinhas do calor intenso de ontem. Sim, mea culpa, que ontem à tarde, abandonámo-las e fomos para a praia dormir a sesta debaixo do chapéu de sol. Soube bem dormir, pois tem sido difícil nestes dias. A praia estava cheia e ainda pensámos que não conseguiríamos lugar de estacionamento. O mar, fresquíssimo, soube a dádiva dos deuses. Que devem andar loucos para nos darem dias assim. Acho que metade do país deve ter parado para ir à praia. Ou sou eu, que já estou com o juízo toldado das poucas horas de sono que temos tido. Ontem, o Bazar (o restaurante onde jantámos em Amesterdão, a caminho de casa) tinha as portas completamente escancaradas. Enquanto esperávamos pelo prato, que costumamos pedir, sempre que lá vamos (o Bizar Bazar de carne), saquei do meu melhor amigo destes dias, o meu leque, e pu-lo a trabalhar. Onde eu vou, vai ele: seja a concertos de blues ou a uma simples esplanada. A do Bazar, estava cheia, apesar de ainda decorrerem as limpezas na Albert Cuyp, a longa rua onde fica e lugar do mercado mais famoso da capital. O cheiro a peixe, nesta rua que parece infinita, ainda se fazia sentir um bocadinho e as garças andavam por lá, como de costume. Ao voltar para o parque de estacionamento, junto à Heineken, as esplanadas do De Pijp (o Quartier Latin cá do burgo) continuavam à pinha. Vestidos curtos, calções e sandálias e nenhum desejo de voltar para casa. Mas nós prosseguimos, a sonhar que se tivéssemos um estúdio nosso onde pernoitar na capital, também ficaríamos por ali....:-)

8 comments:

bea said...

E quase parece que foi ontem que li aqui algo como não ir ao quintal há muito tempo por estar coberto de neve. E as primeiras plantas a romper, e os bolbos da primavera...e entretanto fez-se fim de verão quente. Que por aqui não é bem assim.

Margarida Elias said...

Gostei muito do texto (escreves muito bem :-)). Por cá o calor já foi (e não sei se volta). Apesar de por vezes ser excessivo, prefiro o calor ao frio que se avizinha. Beijinhos!

João Menéres said...

Embora seja previsto uma melhoria do tempo aqui pelo Norte para Domingo, durante a semana a meteorologia tem-nos pregado imensas partidas.
Chuvas, ventinho e temperaturas bem frescas.
Nem parece Portugal este meado do mês de Setembro, Sandra.

Sami said...

Parece ser um calor humido, nao?
Mesmo assim tiveram um bom dia de praia e jantar fora.
Gozem o calor pois em breve fica frio.

Presépio no Canal said...

Bea,

O tempo passa a correr. De facto, tivemos aí uns nevões bem fortes. Houve até um ano que o nosso bairro mais parecia a Sibéria. Vá lá que, no Inverno passado, foi muito brando. Gosto de neve, mas dá muito trabalho: a limpar o carro e sobretudo, as zonas de passagem dos jardins. Aquela pá deixa-me os braços doridos...

Presépio no Canal said...


Margarida,

Muito obrigada pela generosidade do comentário. Saiu-me de rajada. Estava a precisar de desabafar. Este tempo abafado deixa-me cansada...

Beijinhos! :-)

Presépio no Canal said...


João,

Espero que, entretanto, o tempo melhore por aí. Envia um bocadinho de fresco para cá, que eu agradeço. :-)
Bom, hoje, por acaso, já esteve melhor. À hora do almoço, até correu uma aragem muito boa.
Bj amigo!

Presépio no Canal said...


Sami,

Sábio conselho, que hoje seguimos - fomos dar um pequeno passeio a pé e comer um geladinho, no final da tarde,
Sim, o calor é húmido e, às vezes, um bocado difícil de suportar.