Monday 31 August 2015

Um arco-íris em Katwijk aan Zee



Um sorriso em forma de arco-íris, ontem, na praia de Katwijk aan Zee. :-)

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo. 
Em sua pele, madrepérolas hesitantes pintam leves alvoradas de neblina. 
Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem. 
É apenas o vento que vai levando o seu corpo pelas alamedas. 
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.

Cecília Meireles (1901-1964)




Um dia de praia formidável - não apetecia ir embora e deixámo-nos ficar até depois das 7.  
Nem parecia fim de estação balnear, e, no entanto, os sinais estavam lá: mais espaço no areal, toldos vermelhos de protecção do vento que se recolhiam, pessoas que se deixavam ficar mais um pouco, já vestidas, à conversa, tranquilamente, num Adeus devagar.
Um dia em que se escutou muito a língua de Goethe e que, pela primeira vez na minha vida, me soou como um sussuro, suave e doce, a condizer com o dia que então terminava e, ao longo das horas, se foi reflectindo no mar calmo, como num espelho.





Votos de boa semana para todos!

Sunday 30 August 2015

Num aniversário indiano



Ontem, à tarde, num restaurante em Leidschendam, a celebrar o primeiro aniversário do N., um menino indiano. Uma tarde muito agradável e divertida! India, Portugal e Espanha à mesa, a fazer a festa. E o vestido indiano da mãe era lindo, azul com apontamentos em dourado. 





Houve uma tradição que me tocou particularmente e achei lindíssima: quando os membros da família dão um bocadinho do bolo de aniversário à boca de cada um, alimentando-se uns aos outros, numa simbologia de afectos enternecedora. Fiquei embevecida a contemplá-los nesse momento...Muito bonito!

Nem de propósito, já no final da tarde, em Leiden, vimos este baixo-relevo que representa uma cena familiar. A relacionar-se bem com este dia, pareceu-me...:-)
Edifício do V&D (cadeia de lojas de departamentos), inspirado no estilo escandinavo. Data de 1936 e é da autoria dos Arquitectos Leonard van der Laan (1864-1942) e Johannes Antonius (1896-1966).




Curiosidade: ao longo da tarde, a presença portuguesa em Goa foi, por diversas vezes, mencionada.
Eis um pequeno e descontraído video a lembrar as bonitas igrejas que os portugueses construíram por lá...

Bom Domingo!




Friday 28 August 2015

Tenho mais uma vizinha ;-)


Sim, a bandeira da cegonha quer dizer que nasceu uma menina (meisje) nesta casa. :-)


Wednesday 26 August 2015

Nijntje


Vamos aprender holandês com a boneca mais famosa e querida do Reino dos Países Baixos?

Esta é a Nijntje, criada pelo ilustrador Dick Bruna, há 60 anos

Site Oficial

Site da loja da Nijntje




Vamos dançar com a Nijntje?




A embalagem de um presente, com roupinhas da Nijntje, para um menino indiano
(comprei-as no V&D, nos saldos)


Monday 24 August 2015

Entre dos aguas (do Mar do Norte e Espanha)


Sábado, dia 22

Uma tarde quente e maravilhosa na praia de Katwijk aan Zee.

E mais uma caminhada pelas águas frescas do Mar do Norte, que me soube muito bem.

(Notas deste dia: à chegada, vimos miúdas a conduzir pequenas charretes e à vinda, uma jovem a cavalo.)




Regresso a casa, ao pôr-do-sol, já próximo de Amsterdam, junto ao aeroporto de Schiphol ...




Jantar em IJburgum bairro recente da capital (2013). 
Vista do bar onde jantámos


Localizado no lago IJ e composto actualmente por 6 ilhas artificiais, estando ainda previstas mais 4, o bairro de IJburg faz parte de Amsterdam Oost (Zona Este de Amesterdão). Lembram-se da nossa ida à Brouwerij'T IJ? Foi nesse dia, já no regresso a casa, que descobrimos esta nova área da capital. A zona, com as suas vistas para o lago IJ, prédios bonitos e área comercial, pareceu-nos muito agradável para viver. À chegada, reparámos logo num bar com vista para o lago e decidimos parar para um café. O bar, latino, servia tapas e combinámos que voltaríamos lá para jantar, um dia destes. 



Se recomendo? Muito! As tapas são de excelente qualidade, desde a tortilha aos croquetes de presunto, dos canivetes ao prato de chouriços acompanhados com amêndoas de Valência e tomates frescos. Gostámos também dos vinhos (provámos um tinto e um branco). Na minha cabeça, viajei até às belas esplanadas de Espanha que já tive o prazer de conhecer: Zaragoza, Madrid, Segóvia. Sevilha, Ávila,... E até ao Parador de Zamora, onde se come também muito bem. Os canivetes fizeram-nos lembrar aqueles outros, maravilhosos, no La Mer du Nord, na Praça de Santa Catarina, em Bruxelas.



O atendimento impressionou-nos também pela positiva. 


É sabido que este não é um dos pontos fortes dos Países Baixos, mas, no Pinxobar, o atendimento foi cinco estrelas: bem-disposto, afável, brincalhão, em suma, caliente

O Marco (creio que é assim que se chama o senhor que nos atendeu) é uma pessoa super-divertida. Ele disse-nos que era de Rotterdam (onde os locais se parecem mais com os do "nosso" Porto) e tinha ascendência nas (alegres) Antilhas Holandesas. Aí, percebemos logo toda aquela forma calorosa, solta, divertida e próxima de ser.

Se vamos voltar mais vezes ao Pinxobar? Seguro! E levar amigos, como ficou prometido - senti-me em casa, por lá.

"Um dia entre duas águas" é o que posso dizer deste Sábado... do Mar do Norte e de Espanha...




Sunday 23 August 2015

Friday 21 August 2015

Uma camélia do jardim da frente


Data de Abril, mas ainda não tinha trazido nenhuma aqui, este ano...

Bom fim-de-semana! :-)



 


Wednesday 19 August 2015

Da Vida na Tuinstad


Uma das actividades que mais se fazem neste país durante o Verão: piqueniques. Esta fotografia é da Abadia de Nossa Senhora das Quintas do Rei, em Oisterwijk.



Confesso que, desde que cá estou, só fiz meia-dúzia de piqueniques. Devia aproveitar mais o facto de viver numa cidade-jardim (polder tuinstad), com tantos relvados, parques, lagos e bosques e que se inspirou, no seu planeamento, nos princípios do Garden City Movement de Ebenezer Howard. Mas tenho aproveitado mais a Natureza que nos cerca para caminhadas e fotografias...

O parque eólico em Almere Pampus



By the way, a ver se vos mostro as vacas que pastam ao pé de casa...E se volto, quando o Outono chegar, a ir fotografar cogumelos, no bosque, do outro lado da estrada....
Este Verão, gostava mesmo de conseguir "apanhar" (fotografar) uma raposinha, mas elas passam tão depressa.... Só se ficar à espera e de máquina em punho...;-))

Tuesday 18 August 2015

Flores de Amsterdam



As flores com que Amsterdam me recebeu em Maio, quando regressei de Portugal...

É do que mais gosto da cidade: das flores a cada porta (geralmente, rosas) e dos azulejos das entradas.








Monday 17 August 2015

O Campo na Cidade



Muitas, muitas ovelhas num parque em Almere Haven

Gosto muito do contacto diário com os animais que podemos usufruir em Almere. Ele é cisnes, patos, coelhos, ovelhas...Até vemos, de vez em quando, corças e raposas...









Um video sobre a parte mais antiga da cidade




Sunday 16 August 2015

Saturday 15 August 2015

On The Road Again


A sair de Almere Haven em direcção a Almere Pampus...

Sim, hoje (sexta) já choveu e a tarde foi especialmente abafada...






Bom fim-de-semana! :-)


Friday 14 August 2015

Indische Buurt, Amsterdam Oost - Uma casa na árvore


Linnaeusstraat, Rua Lineu (em honra do famoso botânico sueco Carlos Lineu)

Na mesma rua onde se deu o assassinato do cineasta Theo van Gogh, em 2004, deparei-me com esta casa numa árvore, num jardim particular...





Thursday 13 August 2015

Oosterpark, Amsterdam


O queijo e as salsichas fumadas e grelhadas que comemos na Brouwerij'T IJ pediam exercício e caminhada. Aproveitando que o dia estava bom, fomos dar uma volta pelas redondezas e conhecer melhor o Indische Buurt, nome pelo qual é conhecida esta zona da cidade. O bairro data do início do século XX e as suas ruas foram nomeadas a partir das ilhas e outros territórios que faziam parte das antigas Índias Orientais holandesas, que correspondem à actual Indonésia. A maioria da população é formada por imigrantes de diversas origens, estimando-se que, no bairro, sejam faladas 100 línguas diferentes. A poucos metros da Brouwerij'T IJ, fica o Oosterpark e foi para lá que nos dirigimos. O Oosterpark é um jardim, em estilo inglês, criado pelo arquitecto paisagista holandês, Leonard Anthony Springer, em 1891. Apesar de termos ficado pouco tempo, vimos algo que achámos imensa graça, na ponte, logo à entrada, que captou, de imediato, a nossa atenção....
(O Grito ficará para uma próxima visita...)









Wednesday 12 August 2015

Brouwerij'T IJ, Amsterdam


Neste fim-de-semana luminoso, rumámos até Amsterdam, para, finalmente, conhecermos uma das cervejarias mais castiças e conhecidas da cidade, a Brouwerij'T IJ, situada, nada mais, nada menos, que numa casa-de-banho municipal já com mais de 100 anos de existência (data de 1911). A lembrar esses primórdios, as duas portas de entrada, uma a dizer "vrouwen" (mulheres) e a outra a dizer "mannen" (homens). A Brouwerij'T IJ é igualmente muito conhecida por se situar junto ao moinho mais alto da Holanda, o "De Gooyer".

Brouwerij' T IJ  ( Cervejaria no IJ )




A cervejaria tem duas esplanadas ao ar livre, mas nós optámos por ficar no espaço interior, que nos lembrou tabernas antigas, com os seus azulejos e quadros de ardósia.

Fotografei esta coluna por me lembrar um moinho com as suas velas.




A praxe pedia o tabuleiro com cinco cervejas da casa a experimentar, sendo que, a segunda e a terceira, a contar da esquerda, foram as minhas favoritas. Refiro-me à Natte (uma "dubbel"), a segunda cerveja da casa ser produzida e a Zatte (uma "tripel"), a primeira desta cervejaria e que data de 1985. Podem ler mais sobre estas cervejas e outras que a Brouwerij'T IJ produz, aqui. Todas elas são de fabrico artesanal. A acompanhar, pedimos queijo, salsinha grelhada e salsicha fumada. Tudo excelente, mas nada de mostarda a acompanhar o queijo e nada de pão a acompanhar as salsichas. Tendo em conta os hábitos cá da terra, estranhei...Mas que é um espaço a voltar, sem dúvida! 



Enquanto estava na Brouwerij'T IJ, não pude deixar de me lembrar deste clássico de Jacques Brel....
Dans le Port D`Amsterdam, uma das minhas favoritas deste cantor inesquecível.



Dans le port d'Amsterdam
Y a des marins qui chantent
Les rêves qui les hantent 
Au large d'Amsterdam
Dans le port d'Amsterdam
Y a des marins qui dorment
Comme des oriflammes
Le long des berges mornes
Dans le port d'Amsterdam
Y a des marins qui meurent
Pleins de bière et de drames
Aux premières lueurs 
Mais dans le port d'Amsterdam 
Y a des marins qui naissent 
Dans la chaleur épaisse 
Des langueurs océanes 

Dans le port d'Amsterdam 
Y a des marins qui mangent 
Sur des nappes trop blanches 
Des poissons ruisselants 
Ils vous montrent des dents 
A croquer la fortune 
A décroisser la lune 
A bouffer des haubans 
Et ça sent la morue 
Jusque dans le coeur des frites 
Que leurs grosses mains invitent 
A revenir en plus 
Puis se lèvent en riant 
Dans un bruit de tempête 
Referment leur braguette 
Et sortent en rotant 

Dans le port d'Amsterdam 
Y a des marins qui dansent 
En se frottant la panse 
Sur la panse des femmes 
Et ils tournent et ils dansent 
Comme des soleils crachés 
Dans le son déchiré 
D'un accordéon rance 
Ils se tordent le cou 
Pour mieux s'entendre rire 
Jusqu'à ce que tout à coup 
L'accordéon expire 
Alors le geste grave 
Alors le regard fier 
Ils ramènent leur batave 
Jusqu'en pleine lumière 

Dans le port d'Amsterdam
Y a des marins qui boivent
Et qui boivent et reboivent
Et qui reboivent encore
Ils boivent à la santé
Des putains d'Amsterdam
De Hambourg ou d'ailleurs
Enfin ils boivent aux dames 
Qui leur donnent leur joli corps 
Qui leur donnent leur vertu 
Pour une pièce en or
Et quand ils ont bien bu 
Se plantent le nez au ciel 
Se mouchent dans les étoiles 
Et ils pissent comme je pleure
Sur les femmes infidèles
Dans le port d'Amsterdam
Dans le port d'Amsterdam.

Tuesday 11 August 2015

Caminhar nas águas


Neste Domingo, em Katwijk aan Zee, a água estava tão calma, tão quieta...
Caminhei imenso, sempre em frente, como se fosse ao encontro do mar, lá longe. A água, de tão baixa, teimava em não chegar-me aos joelhos. No entanto, ao olhar para trás, via que tinha deixado a margem, há já algum tempo. Hoje, ainda chego a Newcastle, pensei, sorrindo. A pé, a caminhar pelas águas...;-)



Monday 10 August 2015

Almere in Colours


Almere in Blue and Pink....






Almere in Blue and Orange







Boa semana!!:-)

Friday 7 August 2015

Longas são as tardes holandesas de Verão...


Longas são as tardes holandesas de Verão -  quase até às 11 da noite. Deste Verão de 2015, vou guardar as tardes luminosas e amenas, daquelas que afagam e não molestam. Estou a adorar este Estio, sem humidades elevadas, daquelas que não deixam respirar. Não sei quando voltaremos a ter outro Verão igual a este, por isso, o melhor é aproveitar cada segundo, como uma dádiva. Ontem, no final da tarde, após um geladinho de maracujá e limão, na Schep, junto ao lago, abalou-se até ao Momo, em Amsterdam. Apetecia-me um jantar leve (sushi), um Lychee Martini (bebi dois) e a minha sobremesa favorita: sago, maracujá e gelado de coco e lima. Quando chegámos, a sala estava especialmente acolhedora com o sol a espraiar-se em tons alaranjados pelas paredes e pelo chão. Apetecia-me ronronar tal como os gatos. Ao olhar, em redor, reparo que não estava muita gente, embora as mesas estivessem quase todas reservadas (a nossa também, só poderíamos lá ficar até às 20h45). A tarde adivinhava-se deliciosamente tranquila, leve, ao sabor do momento ...Um impulso atrás do outro levou-nos a um passeio pelo Vondelpark, logo ali, em frente, onde já não íamos há tanto tempo, e depois, a uma passagem pelo Conservatorium Hotel, um dos meus locais favoritos da cidade. O final da tarde culminaria em Almere Pampus, já depois das 22, para mais um ocaso...

Vondelpark

É o parque mais conhecido e querido da cidade. Data de 1865 e honra o poeta holandês do século XVII, Joost van den Vondel.

Huishoudschool (Escola de Gestão/ Organização e Manutenção Doméstica). Actualmente, é um hostel da cadeia holandesa Stayokay.



Onde encontramos o que perdemos...




Que edifício é este? Tenho de descobrir...



Gostei particularmente da varanda.



Conservatorium Hotel (hall de entrada)



Conservatorium Hotel (o lounge)



Conservatorium Hotel (o quarto-de-banho das senhoras)



Almere Pampus (ocaso)



Thursday 6 August 2015

Hello Fresh


Foi no Inverno passado. Já era de noite e estava muito frio. Ouvi a campainha e fui abrir a porta. À minha frente, uma rapariga de touca de cozinheira e avental. Diz-me ser da Hello Fresh, uma empresa que se dedica à entrega de alimentos frescos para cozinhar pratos pré-determinados. Pedi-lhe que entrasse - não iríamos falar à porta, com aquele frio. Já sentadas, explicou-me que as receitas privilegiavam comida saudável e que não era obrigada a encomendar todas as semanas. Caso fosse de férias ou não gostasse das receitas da semana seguinte, poderia cancelar.

O conceito agradou-me. Lembrei-me dos fortes nevões que já tivémos por aqui, sobretudo naquele Inverno que chegámos aos 22 negativos. Estava muito frio para ir até ao supermercado mais próximo (fica a 15 minutos a pé) e desaconselhável para ir de bicicleta ou de carro. Há autocarro, é certo, mas em dias de maior queda de neve, a circulação, por vezes, é interrompida. Lembrei-me também daquela vez que adoecemos os dois com gripe ao mesmo tempo e não podíamos sair de casa, às compras. Encomendar pizzas ou comida chinesa não era exactamente o que nos apetecia, doentes...

Gosto de soluções que permitam maior autonomia e independência e disse-lhe que sim, que gostaria de experimentar. Até à data, tenho gostado dos pratos e é muito prático que façam as compras por nós e venham entregar tudo a casa, num dia de semana previamente estipulado. A comida costuma sobrar e podemos reaproveitar mais tarde. Nem sempre utilizamos tudo o que enviam para a confecção dos pratos e, muitas vezes, sobram batatas, massas, cebolas, que aproveitamos para saladas. Há certas semanas em que não encomendo e aí, basta-me aceder ao site até quarta-feira e cancelar o avio previsto.

O cliente pode escolher 3 ou 5 refeições por semana. À época, escolhi 3 e não penso mudar. Mas ainda quero experimentar a Veggiebox e a Fruitbox. É sempre bom ter mais opções...Geralmente, compramos a fruta no mercado, que é a céu aberto, nada agradável quando está muito frio, vento, chuva ou neve. A Fruitbox é capaz de dar jeito, sobretudo, quando estão previstas piores condições atmosféricas...No bairro, não há mercearias, cafés e prontos - a - comer, de maneira que a Hello Fresh é uma excelente alternativa, por isso, também.



Wednesday 5 August 2015

Zé Manel's Sardines


...que é como quem diz, as Sardinhas do Zé Manel.

Sabem aqueles dias bons, que estamos mais preguiçosos, sem vontade de ir para a cozinha preparar o jantar e só apetece petiscar uma coisa mais simples, no final da tarde? Anteontem, foi um desses dias. Ora, nada mais fácil que compor pratinhos de conservas várias: polvo, cavala, sardinhas. Junte-se outro com raia em molho de tomate que sobrou de véspera e um pires com rodelas de ovos cozidos e temos um jantarinho leve, saboroso, simples e descontraído.

Estas últimas sardinhas foram muito especiais. Chamam-se nada mais, nada menos que "Zé Manel's Sardines" (para os leitores de cá: encontrei-as no Ekoplaza, o supermercado de produtos biológicos) e são portuguesas, claro.

Quando vi a embalagem da Fish Tales , achei-lhe imensa graça, com a fotografia do próprio Zé Manel e um pequeno texto a acompanhar, a contar quem ele é. Ao ler que se tratava de um pescador da Póvoa de Varzim, não pude de deixar de soltar um "Ah! Mas isto é a terra do meu Amigo APS!!" (não estou enganada, pois não, APS?). Mas que coincidência gira, pensei...O mundo, realmente, é um ovo...Vai na volta, ainda se conhecem, sei lá..., continuei eu a pensar cá com os meus botões...


Eis o texto no verso da embalagem e a respectiva tradução em português:

Zé Manel is een Portugese sardine visser in hart en nieren. Net als zijn vader, grootvader en zijn drie broers. De vis van hun boot, "Deus não falte!" (Moge god ons bijstaan), staat bekend als één van de beste van de Noordkust van Portugal. Aan het begin van de avond varen de vissers de haven van het Póvoa do Varzim uit om dicht op de kust hun netten uit te grooien op zoek naar de lekkerste sardines."

" O Zé Manel é um pescador português de sardinhas, de alma e coração. Tal como o seu pai, o seu avô e os seus três irmãos. O peixe do seu barco, "Deus não falte!", é conhecido como um dos melhores da costa norte portuguesa. Ao anoitecer, os barcos dos pescadores largam o cais da Póvoa de Varzim para cobrir a costa com as suas redes, em busca das sardinhas mais saborosas..."

É tão bom descobrir coisas nossas por cá e a forma como a Fish Tales apresenta os seus fornecedores faz-nos sentir mais próximos de quem abastece a nossa casa - é como se o Zé Manel fosse o meu pescador pessoal (e eu já tive um, aqui há uns anos, a quem comprava o peixe que entrava na minha casa).

Tuesday 4 August 2015

Eles não levam o que não é deles



Da quantidade de vezes que me esqueço da bolsa ou de um saco de compras por aqui e quando volto aos locais, ainda estão lá à minha espera. Ontem, novamente. Há poucos dias, a mesma história...

Anteontem, a minha mãe telefonou-me a pedir que lhe comprasse duas embalagens de um creme da Yves Rocher muito bom para pernas cansadas, que lhe costumo enviar quando necessário (a mãe tem pouca ou quase nenhuma mobilidade e as pernas incham muito). O prometido é devido e ontem, lá fui comprar os cremes à YR e depois, ao Kruidvat, sprays de aloe vera e um óleo de manteiga de cacau da Vaseline (em Portugal, Vasenol) para mim (são óptimos, baratos e ainda os apanhei em promoção). Novamente, a caminho, passo pelo V&D para beber um sumo de laranja (estava calor). Saco das compras e bolsa a tiracolo no sofá, e relaxo por uns minutinhos. Despachada, saio em direcção à papelaria/livraria Bruna para comprar a caixa em que iria enviar os cremes à minha mãe. Entrei, escolhi a caixa e quando ia pagar, eis que noto que não tenho como - " A minha bolsa?!"". Deixo o saco das compras com o rapaz que estava a atender e corro para o V&D (pelo meio, reparo que nem sabia que estava em tão boa forma), e não é que a bolsa continuava lá, com chaves de casa, cartão MB, dinheiro, telemóvel, tudo? Respirei de alívio...Aqueles sofás costumam ser muito concorridos... "Gelukt?" (Conseguiu? Teve sorte?) perguntou o rapaz da Bruna; "Ja!", respondi eu, de sorriso grande. Paguei, agradeci a atenção de ter ficado com o saco e saí.

Uma das coisas que mais me continua a surpreender neste país é o facto das pessoas não levarem o que não lhes pertence, quando encontram objectos deixados/perdidos/esquecidos algures.

No Sábado, estive na Bijou Brigitte. Desta vez, para gáudio meu, encontrei ganchos para o cabelo que gostei muito, em tons de ouro velho. Não é tarde, nem é cedo, trouxe-os logo, porque é raro encontrar algo que goste (prefiro peças mais discretas do que "dourados" e "prateados" falsos e com muito brilho). Vi também uma clutch, óptima para sair à noite, no Verão, num prateado a lembrar tons de aço, e pensei, "Esta vai também". Satisfeita, seguimos para a esplanada dos Beren, em frente ao lago, onde partilhámos um apfelstrudel acabadinho de fazer. Meia-hora depois, levantamo-nos para ir embora. Desta vez, trago a bolsa, mas deixo o saco da loja. Ao passar novamente pela montra da marca de acessórios, "Onde está o meu saco?!". Meia volta, volver, passo apressado para os Beren, e o saco lá continuava, junto à cadeira, na esplanada...

E poderia continuar com histórias semelhantes...

Monday 3 August 2015

Oisterwijk e La Trappe


A convite da R., uma amiga nossa que está a passar dias de férias no Norte Brabante, fomos conhecer Oisterwijk, que fica a poucos quilómetros de Tilburg. Oisterwijk é verde e mais verde, ou não estivéssemos em zona de reservas naturais, protegidas pela Vereniging Natuurmonumenten (equivalente ao nosso Instituto da Conservação da Natureza).

Muitas mansões, por aqui, de  salas magníficas, de chão de madeira, tectos estucados, com motivos decorativos muito bonitos, paredes com painéis de madeira e armários embutidos, janelas amplas a formar recantos acolhedores, com Natureza a perder de vista...Lindas!
Vale a pena conhecer esta região...
As galerias de arte também são variadas e interessantes.

Mulheres elegantemente vestidas, ementas de almoço bem mais variadas, pessoas mais sorridentes e tranquilas, capelinhas aqui e ali, imagens da Virgem no exterior das igrejas.. Sim, chegámos ao Sul dos Países Baixos...


Oisterwijk, Noord Brabant

O lago junto ao coreto



Joanneskerk (Igreja de São João), 1927 (Arquitecto H.W. de Valk)

Esta igreja fica junto ao jardim do coreto e às esplanadas/restaurantes.



Creutzberg/ Van Dun 
Contemporary Art Galleries

Uma galeria a voltar, sem dúvida.

No jardim, logo à entrada, peças de vários autores, para venda. Uma das quais, esta:
Grande Alano in Piedi, (clicar no link do nome do autor Serge van de Put para ver mais peças suas nesta exposição).
(Site do Autor, onde podem ter uma visão maiis completa da respectiva obra )



Ali perto de Oisterwijk, na Eindhovensweg 3 (Berkel-Enschot), fica também a Abdij Onze Lieve Vrouw van Koninsghoeven (Abadia de Nossa Senhora das Quintas do Rei). Não chegámos a tempo da última visita guiada, mas aproveitámos para gozar a esplanada do jardim, uma tábua de carnes fumadas e outra de queijo do Brabante. 



Um gosto adquirido nos Países Baixos: acompanhar o queijo com mostarda. Gostamos muito, devo dizer.



Tudo delicioso e uma "facada na dieta" em grande estilo. Acompanhada, claro está, da minha La Trappe favorita, a Bockbier (considerada uma cerveja outonal). 
Na foto também, a La Trappe Puur (a "lourinha") e a Isid`or (laranja escuro), assim nomeada em honra do primeiro monge cervejeiro da Abadia.








Boa semana!!