Gosto do silêncio das manhãs que ecoa pelas ruas do bairro, enquanto caminho em direcção ao ginásio. Gosto de sorrir às macieiras dos vizinhos, já perto do cruzamento.
Gosto de inspirar e expirar pelo nariz durante a sessão de Yoga. Gosto das almofadas de alfazema que o C. nos empresta para colocar sobre os olhos durante os 15 minutos seguintes de Meditação. Gosto da paz e da serenidade que sinto depois do Yoga. Gosto dos exercícios e do ritmo que a I. escolhe para nós. Gosto do cuidado da I. com os exercícios para melhorar o equilíbrio (tinha-lhe dito das recomendações da minha médica).
Gosto de estar de volta ao Fitness, mas, desta vez, só com exercícios de resistência e não de pesos. A S. tem sido muito atenciosa e já noto mais massa muscular. Muito tempo deitada deixou-me balofa.
Gosto de estar de volta ao Fitness, mas, desta vez, só com exercícios de resistência e não de pesos. A S. tem sido muito atenciosa e já noto mais massa muscular. Muito tempo deitada deixou-me balofa.
Gosto de voltar a experimentar coisas novas. Diverti-me imenso na minha primeira aula de Salsa. Gosto de rir e as minhas colegas também. Quando me perguntaram, antes de iniciar a dança, se era o homem ou a mulher, respondi que não tinha a certeza:"I'm not sure. But don't tell to my husband". Gostei dos risos seguintes. And so on...Mas já percebi que tenho de diminuir o ritmo. Vou ter de ir mais devagar com a Salsa. :-(
Gostei de voltar ao cinema. Há mais de um ano que não ia, pois custava-me estar sentada durante tanto tempo. Gostei quando a Y. me disse que tinha visualizado aquele momento juntas. E para ambas era uma nova sala, uma estreia. Gosto também que tenhamos combinado de nos encontrarmos, junto com os nossos respectivos, no Almere Haven Festival para os concertos de música clássica.
Gostei de voltar à praia. Foi dos regressos que mais me emocionou (foi-me interdito durante 7 semanas pelos médicos, período que coincidiu com o Verão). Gostei de me estender na areia, a ler o "Passaporte", de Maria Filomena Mónica, enviado pela querida MR. Soube tão bem!...
Ainda não fui à água, que estava gelada, mas estava autorizada, se quisesse. Estava tão feliz, que, por segundos, esqueci-me que estava na praia e com crianças ali perto, e fui mais atrevida com o meu marido. Ninguém deu por nada, que fui imediatamente alertada por ele (risos). Enfim, devia ter ido à água, eu sei...;-))
Tenho gostado de voltar a vestir saias, vestidos e calções. E gozar as perninhas ao léu. A parafernália que tinha agregada ao meu corpo não permitia. Como diria o meu vizinho M., numa das nossas conversas de passeio, "Er zijn de kleine dingen", ou seja, são as pequenas coisas que nos fazem mais falta e nos deixam mais felizes, como poder vestir uma simples saia ou um vestido.
Gostei da primeira vez que voltei a Amsterdam, sozinha e com o objectivo de me divertir. Senti-me uma miúda crescida. Já não precisava de companhia e, desta vez, não era para ir ao hospital. Gostei de voltar a sentar-me na minha esplanada favorita de sempre, a do Amsterdam Historisch Museum (hoje chamado Museu da Cidade), a ler o "Passaporte". E ter passado antes, pela igreja de São Pedro e São Paulo, na Kalverstraat, para agradecer a minha recuperação. E ainda antes, ter ido ao Bijenkorf, comprar dois casacos compridos da Benetton que estavam com um desconto muito bom e me assentam muito bem. E, já no final da tarde, no Café Cobra, na Museumplein (a Praça dos Museus), ter oferecido dois DVD's de um documentário, a um casal de portugueses a viver na capital. Porque era o que fazia sentido. Porque a energia tem de continuar a fluir.
Foi no dia 13 de Julho, que fui libertada da parafernália (costumo dizer que foi o dia em que recebi a minha carta de alforria). E no dia 14, exactamente quando se comemora a Revolução Francesa, gozei o meu primeiro dia de Liberdade de facto . Estava livre para recomeçar. Passo a passo. Hoje uma tarefa, amanhã outra. E, agora, praticamente, já consigo fazer tudo em casa e até já cuidei do quintal. Desta vez, não pintei a vedação (veio cá um senhor para isso), nem lavei as lajes do chão com a máquina de pressão, mas arranquei as ervas, que estavam muito altas devido às chuvas. Fiz mais devagar e em mais dias, mas consegui.
Ainda não fui à água, que estava gelada, mas estava autorizada, se quisesse. Estava tão feliz, que, por segundos, esqueci-me que estava na praia e com crianças ali perto, e fui mais atrevida com o meu marido. Ninguém deu por nada, que fui imediatamente alertada por ele (risos). Enfim, devia ter ido à água, eu sei...;-))
Tenho gostado de voltar a vestir saias, vestidos e calções. E gozar as perninhas ao léu. A parafernália que tinha agregada ao meu corpo não permitia. Como diria o meu vizinho M., numa das nossas conversas de passeio, "Er zijn de kleine dingen", ou seja, são as pequenas coisas que nos fazem mais falta e nos deixam mais felizes, como poder vestir uma simples saia ou um vestido.
Gostei da primeira vez que voltei a Amsterdam, sozinha e com o objectivo de me divertir. Senti-me uma miúda crescida. Já não precisava de companhia e, desta vez, não era para ir ao hospital. Gostei de voltar a sentar-me na minha esplanada favorita de sempre, a do Amsterdam Historisch Museum (hoje chamado Museu da Cidade), a ler o "Passaporte". E ter passado antes, pela igreja de São Pedro e São Paulo, na Kalverstraat, para agradecer a minha recuperação. E ainda antes, ter ido ao Bijenkorf, comprar dois casacos compridos da Benetton que estavam com um desconto muito bom e me assentam muito bem. E, já no final da tarde, no Café Cobra, na Museumplein (a Praça dos Museus), ter oferecido dois DVD's de um documentário, a um casal de portugueses a viver na capital. Porque era o que fazia sentido. Porque a energia tem de continuar a fluir.
Foi no dia 13 de Julho, que fui libertada da parafernália (costumo dizer que foi o dia em que recebi a minha carta de alforria). E no dia 14, exactamente quando se comemora a Revolução Francesa, gozei o meu primeiro dia de Liberdade de facto . Estava livre para recomeçar. Passo a passo. Hoje uma tarefa, amanhã outra. E, agora, praticamente, já consigo fazer tudo em casa e até já cuidei do quintal. Desta vez, não pintei a vedação (veio cá um senhor para isso), nem lavei as lajes do chão com a máquina de pressão, mas arranquei as ervas, que estavam muito altas devido às chuvas. Fiz mais devagar e em mais dias, mas consegui.
Gostei muito de falar com a minha médica no passado dia 8. Fez-me muito, muito bem. Falámos sobre a minha história também. Coisas que nunca contei aqui. Senti-me outra, uma pessoa mais forte, livre. Ela, quando me veio buscar à sala de espera, já me tinha achado bem: " You look good!". Gostei de lhe sorrir de volta. Acho que este ano resolvi muitas coisas na minha cabeça. Coloquei muitos pontos nos "is" em histórias tóxicas antigas e isso fez-me bem.
Há dois dias, também gostei dos "Buenos dias!" inesperados da N., a assistente da minha médica, que é uma brincalhona e muito positiva. Despedimo-nos com um "Até amanhã", em português, para um encontro, que depois não foi necessário.
Hoje, por aqui, "me quedo". ;-)
Por agora, deixo-vos com uma canção que gosto muito, da novela brasileira "Salsa e Merengue", e que me traz sempre à memória, os hilários diálogos entre a personagem Teodora (Débora Bloch) e a criada, que ela chamava de Sexta-feira (alcunha inspirada no livro "Robinson Crusoé"), interpretada pela saudosa actriz Maria Mazan.
Ah! E gosto do futuro, das coisas que já combinámos e planeámos...
Bom fim-de-semana!
12 comments:
Embora a banda sonora seja a Salsa e o "Maria" do Ricky, ao ler lembrei-me do Sérgio Godinho e da sua "vida é feita de pequenos nadas" que nos deixam tão felizes. Eu aprendi que a felicidade se faz de momentos, desses pequenos nadas que nos deixam um sorriso nos lábios! É tão bom ver mais alguém a ser feliz!
Brava!
Bom fim de semana
Paula,
Muito obrigada!! :-) O apoio dos amigos também foi muito importante.
É mesmo isso que dizes, esses pequenos nadas que referes. É do que sentimos mais falta e que sentimos como essencial.
Beijinho grande.
Ainda bem que estás de volta! Gostava de fazer ioga, que experimentei em versão suave na Figueira, e apreciei bastante. Beijinhos!
Margarida,
Ioga faz muito bem: à cabeça, ao espírito e ao corpo. Aconselho vivamente.:-)
A versão que faço é Easy Flow Ioga, mais suave que o Power Ioga.
Beijinhos! :-)
Mas que prazer tive ao ler-te, Sandra !
Saber ( e sentir ) que estás mesmo de volta a ti !
Fico muito feliz por te ter dito sempre quedas recuperar, pois és uma mulher muito forte e plena
de confiança !
Eu sugiro que inspires pelo nariz e expires pela boca...
A nossa amiga MYRA LANDAU está muito só, Sandra.
Agora vive numa espécie de lar, segundo percebi.
Como estás cheia de garra, vê se contactas com ela para a visitares.
Um beijo muito amigo.
Como eu gostei de lê-la. Quando se ausenta por mais tempo fica a gente num temor de alguma coisa pior. Mas pronto, foi por bem. E férias. E praia. E retomar o tempo antigo de uma forma nova. Estou contente por si.
Sentir as poderosas pequenas coisas não é para todos. Apesar do que dizem, não é. Talvez a desigualdade entre os homens comece mesmo por aí, neles. Arrisco que as experiências limite nos fazem mais atentos ao importante da vida; e quando se recomeça - se é que isso seja possível - é mais intenso e vívido o sabor. No resto, parece estar recomposta e a curtir por inteiro, desde costuras e bainhas.
Este ano também sou capaz de ir para o ioga. Embora a professora nem seja assim nada de especial, é o que há; pelo menos, qualquer coisa de diferente.
BFS
João,
Envia-me por mail a morada do local em que a Myra se encontra. É em Alkmaar?
Um grande beijinho e obrigada pelas tuas palavras sempre tão encorajadoras.
Continuação de boas férias! :-)
Bea,
Desculpe, não queria causar preocupação. De facto, devia ter avisado que iria estar ausente a saborear a Vida. Num mês, já voltei a muitas rotinas, mas depois fico cansada e escrevo pouco. Esta semana, também já só fui ao ginásio uma vez, pois fiquei cansada das 4 idas da semana passada ( e tendo em conta que já voltei às caminhadas, tenho noção que já puxei um bocadinho a corda...)
O ioga faz-me muito bem. É prática que aconselho. Aproveite muito as suas sessões! A saúde agradece. ;-)
Beijinho e bom fim-de-semana!
Bem vinda :) Também sou fã do yoga, faz-me muito bem ao corpo e à alma. Beijinhos
Agnes,
:-) Que visita boa! Gosto sempre muito de te ver por aqui.
Beijinho!
Eu adoro que continues por cá e gosto de acompanhar estes pequenos grandes passos que lentamente te fazem voltar a sentir mais "normal" e que te trazem felicidade.
É nas pequenas coisas que muitas vezes encontramos a maior alegria :D
Beijinho enorme e os DVD's vão ser vistos em breve ;)
Vera,
Um dos meus gratos regressos é ao da escrita: poder voltar aqui, ao blogue.
Nos meses que antecederam a cirurgia, custava-me imenso, já.
Agora tenho andado mais ocupada a voltar às rotinas e só tenho vindo aqui de vez em quando. Mas a ver se aumento a regularidade...
Um beijinho com sabor a Verão para ti, que estás quase a ir a sul. Diverte-te muito! Aproveita imenso!!
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