Wednesday, 20 May 2015

Avenida de Roma: Poesia (I)



Foi a Ana S. que me chamou a atenção para as frases poéticas de alguns passeios da Avenida de Roma, numa das vezes que fomos tomar café ao Chão das Almas
Fotografei duas frases.
Hoje, publico esta, de um poema de Manuel Alegre.



Balada de Lisboa

Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo 
Esta é a cidade que tem 
Teu nome escrito no cais 
A cidade onde desenho 
Teu rosto com sol e Tejo

Caravelas te levaram 
Caravelas te perderam 
Esta é a cidade onde chegas 
Nas manhãs de tua ausência 
Tão perto de mim tão longe 
Tão fora de seres presente

Esta e a cidade onde estás 
Como quem não volta mais 
Tão dentro de mim tão que 
Nunca ninguém por ninguém 
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais

Em cada rua me foges 
Em cada rua te vejo 
Tão doente da viagem 
Teu rosto de sol e Tejo 
Esta é a cidade onde moras 
Como quem está de passagem

Às vezes pergunto se 
Às vezes pergunto quem 
Esta é a cidade onde estás 
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém 

Manuel Alegre (1936), in "Babilónia" (1983)


14 comments:

MR said...

Vou tanto à Av. de Roma de Roma e ainda não reparei.
E a minha ida ao Chão das Almas ainda não está esquecida. Agora, só para junho. :)
Bom resto de semana.

Margarida Elias said...

Maravilha! Beijinhos!

Presépio no Canal said...

E creio que há mais, Sami!
Gostava de parabenizar quem teve esta ideia! Acho fabulosa e...bonita!

Presépio no Canal said...

Olá, MR! Que boa visita!
Às vezes, com a pressa do dia-a-dia, não reparamos. Só fotografei duas, mas parece que há mais...
Gosto muito da Avenida da Roma - se um dia comprasse um apartamento em Portugal, gostaria que fosse nesta zona (um T1 ou um T2 já seria perfeito).
Em Junho, coma um Pudim das Almas por mim. :-) As sandes de presunto também são boas.

Presépio no Canal said...

Concordo, Margarida. Que a Poesia invada as ruas...Tão bom! :-)
Beijinhos!

Presépio no Canal said...

E votos de boa semana também para si, MR! :-)

João Menéres said...

Há anos que não passo na Av. de Roma.
Por isso, estou desculpado...
Mas que é uma brilhante ideia, É !


Um beijo e obrigado, Sandra.

Os olhares da Gracinha! said...

Belíssimas escolhas!
Um belo poema!
Uma ideia bem interessante!!!
Bj amigo

Presépio no Canal said...


João, se vieres a Lisboa e tiveres oportunidade, passa por lá. A Avenida de Roma, além de continuar com ambiente de bairro, tem novos espaços bem agradáveis, como a Confeitaria Lisboa e o Chão das Almas. E num dos centros comerciais, encontras uma loja muito interessante, a Fábrica dos Chapéus. ;-)
Beijinho amigo.

Presépio no Canal said...

Obrigada, Graça. :-) Também gostei da ideia de encontrar poesia pelas ruas. Alegra os dias. :-)
Beijinhos!

ana said...

Já há algum tempo que não passo lá que bom haver poesia na rua.
Beijinho.:))

Presépio no Canal said...

Concordo, Ana.
Quem sabe, em Coimbra, a ideia também pega...;-)
Beijinho. :-))

rr said...

Esta iniciativa da poesia nas ruas foi ideia do Carlos Moura_Carvalho, para assinalar o primeiro aniversário da Cabine de Leitura (uma micro biblioteca instalada numa antiga cabine telefônica na Praça de Londres) e que está enquadrada na dinamização da zona levada a cabo pela associação de comerciantes O Bairro em Movimento (Av. Roma, Av. João XX, Praça de Londres e Av. Guerra Junqueiro)

Presépio no Canal said...

Muito Obrigada, RR, pelo simpático esclarecimento. Estava curiosa, pois achei a ideia muito boa - a Avenida de Roma ficou ainda mais viva e mais bonita. :-) Parabéns ao autor da ideia e da iniciativa.
Conheço a cabine de leitura - fotografei-a para um post anterior intitulado "Lisboa é...", que foi publicado em Março último, salvo erro.
Felicidades para o projecto de dinamização do Bairro.