Friday, 22 May 2015

Avenida de Roma: Poesia (II)


Hoje, Mário Cesariny.



Em Todas as Ruas te Encontro

Em todas as ruas te encontro 
em todas as ruas te perco 
conheço tão bem o teu corpo 
sonhei tanto a tua figura 
que é de olhos fechados que eu ando 
a limitar a tua altura 
e bebo a água e sorvo o ar 
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real

que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny (1923-2006), in "Pena Capital" (1957)


9 comments:

João Menéres said...

Não conhecia este do Cesariny !...

Um sucesso estas tuas postagens da Av. de Roma, Sandra !


Um beijo, querida amiga.

Presépio no Canal said...

Pena que só tenha fotografado estes dois versos, o do M. Alegre e este do Cesariny. Mas há mais, parece-me..
Próxima vez, a ver se os encontro.
:-)
Um beijinho, querido Amigo!

Os olhares da Gracinha! said...

Mais uma bela escolha!!!
Bj amigo

Presépio no Canal said...

Que bom que gostou, Graça!
Bj amigo!

MR said...

Um dos meus poemas preferidos. :)

Presépio no Canal said...

Que gira a coincidência, MR! :-)

Pilipa said...

Em que sítio exacto foi? :)

Obrigada

Presépio no Canal said...

Creio que foi junto à esquina com a Monteiro Torres, se a memória não me falha.
:-)

Pilipa said...

Obrigada :)