No passado dia 20 de Agosto, fomos até àquela que é conhecida como a cidade das Ciências da Vida, a cidade de Wageningen (província da Guéldria), para almoçar no restaurante " O Mundo". Este restaurante não pertence a nenhum português, nem é de cozinha portuguesa, mas adoptou este nome por o "O" remeter para a forma redonda do nosso mundo, a Terra. Detentor de uma estrela Michelin, fica no Hotel " De Wereld" (que quer dizer "O Mundo"), onde foi assinada, em 6 de Maio de 1945, a capitulação da Alemanha Nazi nos Países Baixos. Foi neste hotel que os termos da rendição alemã foram negociados com o general canadense Charles Foulkes, em representação dos Aliados.
em Wageningen
A Sala da Capitulação
O tecto, as paredes e o soalho ainda são os mesmos dessa época
A garrafa de vinho de 1945 exposta na Sala da Capitulação
Uma visita que me tocou particularmente.
O almoço foi através da Groupon. Já há muito que tínhamos segurado esta promoção. ;-)
O Almoço
Macarons com sésamo e recheio de espinafres
Tostinhas com creme de trufas e rabanetes
Bapao de lombo de porco
Arenque com sorvete de beterraba e creme de pepino
NB: Foi a primeira vez que comi arenque. Neste aspecto, a minha integração nunca se deu.
Bombons de beringela grelhada
Sorvete de salmão com puré de nabo, de pimento e pepino regados com dois tipos de molho de pimentão doce
A sobremesa
Gelado de frutos do bosque e merengue de limão
O serviço do restaurante foi 5 estrelas: muito simpático e atencioso. E a comida deliciosa.
Houve mais um prato de carne, mas a fotografia não ficou muito bem.
Uma voz indissociável do período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945): Dame Vera Lynn, hoje com 99 anos.
É com esta canção, que o Concerto da Liberdade, que tem lugar a 5 de Maio, no rio Amstel, em Amesterdão, costuma encerrar.
Votos de boa semana para todos!
16 comments:
Um pedaço da história! E daqueles que me impressiona imenso! Ontem tivémos a ver um documentário na RTP2, chamado "Os Campeões de Hitler", o segundo episódio de 36 (pós J. Olímpicos em Berlim) até 45, a mostrar o quanto investiram em propaganda, também na área desportiva.
Ver o local da capitulação deve dar um arrepio (podia ter sido tudo ao contrário e nem quero imaginar!)
Paula,
Há muito que queria ir até lá, até por ser um período da história que me interessa muito.
Ontem, andámos a passear por Roterdão, que foi fortemente bombardeada pelos Nazis. Ao percorrer a zona reconstruída, de edifícios altos e modernos, fica-se com uma noção da dimensão dos estragos. Também me emocionou.
A propósito de propaganda, o caso que me vem logo à cabeça é o do campo de Theresianstadt. Viu uma série dos anos 80, "War and Remembrance"? Nessa série, eles também focam a questão da propaganda.
Claro que vi, por cá chamava-se "Ventos de Glória" na 1ª temporada, com um Robert Mitchum glorioso (fui ver ao Google, calor). Vi toda.
Agora tenho que confessar que me perturbam profundamente quer imagens dos "campos" quer filmes sobre essa época maldita! Há uns tempos deu "O Pianista", em parte baseado na vida do realizador Roman Polanski, especialmente o passado no guetto de Varsóvia. Tive que parar! Comecei a soluçar convulsivamente quando se vê cenas deles a tentarem roubar-se uns aos outros e a comerem do chão! Não aguentei! Consegui no entanto ver "Un Village Français", embora me encolhesse mais do que uma vez!
Saber o que aconteceu e que ainda há no mundo quem não acredite baralha-me!
Parece ter sido bom :-) Beijinhos!
Paula,
Essa mesmo, com o Robert Mitchum. :-)) Via-a aí, na minha adolescência (nasci em 1970).
E depois, revia-a aqui, no Youtube, por duas vezes. Gosto muito do naipe de actores.
Pena que a parte com o John Gielgud já não esteja totalmente disponível no Youtube.
Não vi nenhum dos filmes que menciona, que parecem muito interessantes pelo que conta, mas sei que também teria dificuldade em ver a cena que descreve. Há um filme que gosto particularmente, agora que menciona Varsóvia, é a História de Irena Sendler, com a Anna Paquin.
Margarida,
Foi muito bom. O restaurante estava calminho e ainda vimos os estudantes a desfilar
(parece que era o dia de acolhimento dos caloiros na Universidade).
Beijinhos!
Ora bem, bato-a em "velhice" por três anos, já que 67 é o meu ano (glorioso é o que dizem, pelo menos para a música dos Beatles). Tá visto que vimos as mesmas séries, ao mesmo tempo era bom ter só dois canais e escolhia-se a qualidade. John Gielgud é um dos meus actores ingleses favoritos! às vezes dava mesmo vontade de podermos viajar num tempo até um qualquer teatro inglês e ver este ou outro dos grandes representar um qualquer Shakespeare. São vozes absolutamente distintas, cheias e inesquecíveis.
Não vi esse filme, mas se passar cá, fica a promessa de ver.
Se puder veja "O Seu Nome era Sarah" com a Kirsten Scott-Thomas. Vale a pena!
Paula,
Calculei que tivéssemos idades aproximadas pelo conjunto de referências que temos trocado. :-)
Sim, passava-se muito tempo em frente à televisão e houve séries óptimas como o "Allô! Allô!" ou "Yes, Minister", por exemplo. ;-))
Sem dúvida! Estou consigo nessa viagem pelo tempo. Adoraria ter visto certos actores ao vivo e um deles seria o Gielgud.
Irei procurar o filme que refere. :-) Obrigada!
Revi quer o Allô Allô (apenas alguns episódios) e o Yes Minister (duas temporadas inteiras) recentemente. E sobretudo no Yes Minister, ficamos com a sensação que se podia estar num qualquer gabinete ministerial da actualidade, qualquer que fosse o país!
É engraçado saber que há alguém do outro lado do "teclado" que tem referências como as minhas!
Obrigada!
Paula,
Verdade! É sempre bom encontrar alguém que partilha as mesmas referências em termos de séries e filmes, etc. Faz-nos sorrir, não é? Há uma certa história comum. :-)
Às vezes, sinto falta disso. Gosto muito dos meus amigos daqui, mas a maioria é bem mais nova que eu e não viu certas séries ou filmes que nós vimos. Mas são curiosos e têm espírito de abertura e isso acaba por facilitar o diálogo e aproximar.
Onde trabalhei e trabalho, às vezes tentava (já desisti) piadas com as referências de séries e filmes, especialmente os portugueses com o António Silva e o Vasco Santana dos quais sei de cor algumas falas e encontrava sempre umas caras sem expressão, de quem ouvia. Excepto um moço que já não trabalha comigo e que percebia, para além de ter o mesmo tipo de "cultura" que eu (não quero parecer que sei mais que qualquer outra pessoa, dizendo isto). Tinha também alguns colegas mais novos que se tentavam esforçar, querendo saber do que eu e o T. falávamos às vezes. Já o rapaz lá de casa percebe as minhas piadas e eu as dele, e sem humor não se pode viver!
Paula,
Entendo-a perfeitamente. Refere-se ao mesmo background cultural.;-)
Esses filmes são uma maravilha! Pérolas de humor, intemporais...desde a ironia fina, à ligação entre as frases, às frases de duplo sentido, etc...
Nunca me passou pela cabeça que houvesse algum português que nunca os tivesse visto.
Grandes nomes do Teatro. Acho esses filmes imperdíveis.
Um hotel com uma historia marcante! Os pratos tem uma apresentacao muito requintada tambem.
Boa semana Sandra.
Sami,
É verdade. Sentimos que estamos num lugar especial.
Wageningen em si também é muito agradável. Tem mansões lindas. Próxima vez, fotografo.
Os pratos estavam muito saborosos e o empregado era muito simpático a explicar cada um deles.
Boa semana!
Na verdade acho que este tipo de cozinhados só me apraz ao olhar, é bonito de ver.
Bea,
Inicialmente, também pensava assim. Mas depois, comecei a experimentar e descobri conjugações de sabores muito boas. Como estas. E nunca fiquei com fome após refeições deste tipo (era o meu maior receio).
Post a Comment