É Outono

As mantinhas castanhas e vermelhas nas cadeiras das esplanadas. Os gnomos em tons quentes de Outono, nas lojas. Os cogumelos decorativos, nos seus tons de laranja e vermelho, que já enfeitam os centros das nossas mesas. O aroma e o sabor do chá de gluwijn ao serão. O acthertuin que já se recolheu: mesa e cadeiras tapadas, toldo-casa retirado por causa do vento, vasos de flores mudados para junto do chapéu-de-sol, caixotes do lixo colocados no lugar que era daqueles, mais próximos à porta da sala, para evitar percorrer o jardim ao frio, que se encerra, lá fora, no deslizar dos vidros, e se abre em aconchego, nas velas de cheiro a figo pela casa. Dormir, depois, já no quentinho, no novo edredom de penas de pato comprado numa das lojas holandesas mais emblemáticas, a Hema, e nos novos pijamas de algodão biológico (que, na prática, são blusinhas e calcinhas justas da C&A para usar como loungewear, mas que eu gosto de usar como pijaminhas). Comprar, na Primark, collants de variados tipos: de algodão, de fibras de bambu, de ajuste à temperatura exterior. E também um camiseiro aos quadrados, em tons quentes, 100% algodão, por 9€. Marcar uma massagem na Rituals para daqui a um mês de forma a activar a circulação e a dar um boost ao espírito para o Inverno que bate à porta. Comprar, na Mango, dois guarda-chuvas, que nunca são demais por aqui e gosto de tê-los a combinar com as roupas, nas minhas cores favoritas (um em bordeaux e o outro em preto e branco). Adquirir o primeiro conjunto de luvas, gorro e cachecol em caxemira, numa loja holandesa por excelência: a C&A. E em verde-água, para dar um ar mimoso ao frio. No mais, vai começar uma época que adoro: a Noite de São Martinho, com as crianças a bater à porta, de balões de papel iluminados na mão, e que nos (en) cantam à espera dos chocolates que já levamos na malga, para elas; a chegada do Sinterklaas (São Nicolau), no seu barco dos presentes, vindo de Espanha, com a voltinha posterior, a cavalo branco, pela cidade; o Festival de Charles Dickens em Deventer e os Mercados de Natal, aqui ao lado, na vizinha Alemanha. Quando esta época acontece, apetece ficar por aqui, em casulo, entre o cheirinho quente e fumegante a especiarias do gluwijn e os poffertjes quentinhos com manteiga a derreter na boca. Agora já só falta, para sair mais aprumada nas noites frias de Inverno, comprar umas botas pretas, pois cremes hidratantes para os lábios, rosto e mãos já tenho e estão na carteira. E um casaco comprido de penas, que as temperaturas descem rapidamente. Tudo quase pronto para passear nos bosques e no colorido das folhas caídas pelos caminhos. Até na música.