Do tempo do sol luminoso lá fora. Dos camiseiros brancos, azuis e às riscas que tanto gosto. Dos lenços de final de tarde em branco, verde-água, azul e destas cores misturadas. Dos gelados de fim-de-tarde. Dos passeios já imaginados aqui pelas redondezas. Do verde dos campos e dos muitos animais que vemos, entre vilas e cidades, pelas janelas dos comboios: cavalos, ovelhas e vaquinhas, claro. Mesmo que "retidos" num espaço, como uma sala ou um quarto, conseguimos imaginar como é esse mundo que nos transcende, neste tempo de narcisos aqui e e ali, pela cadência tão certa dos ciclos, nestas terras baixas, de canais e vedações frágeis de madeira, que mais parecem de brincar. Basta fechar os olhos e lembrar como são todos os anos estes anúncios de Primavera. E escancarar os ouvidos, às vozes dos petizes entre brincadeiras pelas ruas, neste tempo cálido e morno que nos envolve numa dormência suspensa. Ainda não se ouvem aqui e ali as máquinas de pressão de limpeza das lajes dos jardins, mas já fui surpreendida por uma, discretamente, esta semana. Entretanto, já inaugurámos a época dos espargos cá em casa, e hoje vamos ter sopinha dos ditos ao jantar, pois já comprámos o pacote com todos os ingredientes no Albert Heijn.
NB: texto reeditado a 29 de Março, às 11:27.
NB: texto reeditado a 29 de Março, às 11:27.
23 comments:
É curioso verificar como o tempo passa a interessar-nos a partir de determinada idade. Na juventude não me lembro de pensar nas estações, de esperar a primavera, ou me agradar o estio. E tenho ideia que na infância o Outono nem sequer me acudia ao espírito, lembro-me que perguntava pelos sinais que trazia à natureza por sempre me perder nos seus traços. O meu agrado de tudo era indiferente às estações.
E subitamente damos por nós a inventar sinais e a necessitar deles. Talvez a renovação natural passe para a vida de cada um. Ou, quem sabe, a beleza que antes nos era supérflua, algo que existia sem relação de pertença, agora nos agasalhe e acompanhe.
Mas o certo é que gostei do seu texto assim suave e quase bucólico.
Muito bom o teu texto, Sandra.
Como te tenho dito sempre.
É que escreves com muita frescura !
Agora dizeres que com 11º tens aí um tempo cálido...
Um beijo esperando que tudo esteja bem contigo.
Um beijo meu.
A renovação que uma estação traz.... Muito bem descrita!
(nã gosto nada de espargos) ;-)
Lindíssimo o teu texto. Escreves tão bem! E fico curiosa da sopa de espargos... Aqui, o que sinto mais são os cheiros, sobretudo dos lilases e do jasmim :-) Beijinhos!
Vou repetir o que foi dito anteriormente: bonito texto.
E a sopa de espargos estava boa? Gosto muito. :)
Vi uns lilases lindos no fim de semana passado. Se domingo ainda não tiverem caído, fotografá-los-ei.
Resto de boa semana.
Bea,
Esta renovação primaveril ajuda-me muito espiritualmente. É um bálsamo para a alma. E faz-me acreditar, ter esperança em dias melhores.
Agasalha-nos e acompanha-nos, como diz tão bem.
João,
Muito obrigada, mais uma vez. És muito gentil e generoso.
Ontem o dia esteve radioso, mas hoje já está nublado e é possível que ainda chuvisque.
Um grande beijinho. Enviei-te um mail.
Paula,
Passei a comer espargos aqui na Holanda, pois quando chega a Primavera, é de praxe e descobri que gosto muito. :-) Até já comi uma sobremesa à base de espargos, quando estive em Texel (uma ilha holandesa), há uns anos. :-) Coisa mais inusitada...
Margarida,
Que belos cheiros me trouxeste agora! Até os senti aqui...
Obrigada pelas tuas palavras tão amigas. Ainda dava ali um jeitinho ao texto, logo se vê...Isto é work in progress...:-))
Vou fazer um post sobre a sopa de espargos.
Amanhã ou depois.
Beijinho grande!
MR,
Gosto muito de lilases. Fotografe, sim. Traga-nos um pouco da Primavera lisboeta, que nós agradecemos. Saudades! :-)
A sopa estava boa, mas sou suspeita, pois gosto muito.
Obrigada pelas palavras gentis em relação ao texto, mas acho que ainda lhe faço uns pequenos ajustes. Há ali duas ou três coisinhas que precisam de ser afinadas...
Como todos os outros disseram - um bonito texto Sandra!
Tambem me lembro de comer espargos quando vivi na Alemanha, fresco ate sao bons, de lata nao gosto nada! Mas nunca mais os comi...
Sami,
Também concordo - espargos querem-se frescos, comprados na praça. :-)
Se vier cá na época dos espargos, aconselho um restaurante no Limburgo. Há "romarias" até lá (só mesmo com reserva). Não me lembro do nome, mas sei que já devo ter falado nele, aqui no blogue.
Obrigada pelo comentário gentil em relação ao texto.
Na minha terra há muitos espargos silvestes - os melhores - e vendem-se na beira das estradas. Gosto deles escaldados e, depois de partidos, mexidos com ovos a que usamos juntar uns miolinhos de pão. Sopa, ainda não experimentei. Por vezes usamos espargos criados em estufa que não são maus mas têm menos sabor e são caros na relação preço quantidade. De lata não provei, mas a cor é tão desenxabida...
Não é só nas estranjas que há espargos frescos e a brotar da terra:).
Bea,
Fiquei a salivar daqui. Tambem gosto de espargos com ovos.
Amiga...a mudança das estações trazem sempre alterações e obriga_nos a adaptação!
Não sou fã de espargos mas já me disseram que são bons!
Bj amigo
Encantador, Sandra, encantador.
Já temos luz e cores deslumbrantes no Algarve
e temperaturas ameníssimas.
Beijinho primaveril.
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Durante este silêncio não lhe aconteceu nada menos bom, espero. Desejo que seja apenas um descanso do mundo virtual e muita vida a chamar. Boa Páscoa:)
Graça,
Beijinho amigo também para si!
Majo,
Que bom! :-)
Beijinho primaveril também para si.
Bea,
Obrigada! Feliz Páscoa para si também. A ver se faço um post com flores para desejar votos de Feliz Páscoa a todos.
Nos próximos tempos, o blogue vai andar mais sossegado, mas conto ir aparecendo de quando em vez...;-)
Boa Páscoa!
MR,
Obrigada! Boa Páscoa também para si! :-)
Beijinho!
Boa Páscoa!
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