Vento. Luz. Vento que espalha lixo pelos passeios e jardins da frente, sobretudo plásticos. Pergunto-me de onde vêm, se todos temos caixotes altos para o efeito. Vento que também traz as folhas castanhas de Outono das árvores ainda despidas de Inverno. Luz. Luz que nos deixa ver o vento num baile ondulante de folhas castanhas pela rua. Luz que também nos traz saudações primaveris: "Lekker weertje, eh?" - diz-me a vizinha com um sorriso, referindo-se ao bom tempo, ao chegar de carro com o marido, enquanto varro as folhas castanhas de Outono das árvores ainda despidas de Inverno. Luz que quer dizer "lá fora", na vida que recomeça, nos narcisos que despontam nas rotundas e separadores das estradas. É tempo de ir pelas mãos dançantes de valsa do Vento suave que sussurra Luz e Primavera.
Bom fim-de-semana!
"Strange Fruit", numa versão de uma cantora polaca que descobrimos recentemente e estamos a gostar muito, Natalia Mateo.
16 comments:
Agradece ao vento a inspiração que te trouxe para este belo texto, Sandra !
Um beijo e bons ventos.
A Primavera a chegar ai e o Outono aqui.
Bom fim de semana Sandra.
João,
Obrigada pelo teu simpático elogio.
Sim, o vento, hoje, foi inspirador...:-) Estava sussurrante...
Beijinho amigo e bom fim-de-semana :-)
Sami,
As paisagens de Outono também são bonitas, com as árvores de várias tonalidades. :-)
Beijinho e um óptimo fim-de-semana também para si.
Belíssima escolha!!! Bj
Muito poético o texto. A menina estava inspirada:).
Bom, ontem lembro-me de passar, ter lido, ter visto e ouvido o video...e julgo que nem comentei (se já o fiz, paciência). Gostei do tom da garota polaca, a voz é rica, bonita e triste.
O mundo por aqui também não tem boa cara. Chuva e luz coada por nuvens negras, que a fazem quase, quase, inexistir. Mas a agricultura andava que não se pode, e ai que não chove, e ai que as barragens estão um fundo de água lá por aí abaixo, e depois o gado come o quê e bebe de onde. Portanto, é chuvinha abençoada. Venha ela, que faz falta e a gente não vive do ar. E uns dias tristes o que são quando a terra está de mãos postas, obrigada, obrigada. Só quem vive à míngua entenderá, mas quem não vive que faça um esforço. Por mim gosto de pensar em rebentos que crescem com mais força, raízes que afundam abençoadas de alimento, folhas que surgem no princípio de viço alapadas a árvores ainda em trajes menores, pastagens que reverdecem, extensão de campo que há-de ser feno em rolos grandes de matar fomes de invernia. E pronto.
Bom Domingo
Belo texto! Pessoalmente não gosto muito de vento, mas gostei do teu texto. Beijinhos!
Graça,
Que bom que gostou! Nós estamos a descobrir esta cantora. Talvez ainda ponha aqui mais alguns videos. :-)
Bom Domingo!
Bea,
Muito obrigada. :-)
Ontem não me chegou nenhum comentário seu. Mas este sim, hoje, pela manhã. :-)
É verdade, a chuva faz muita falta.
A canção é triste: sobre o racismo nos EUA.
Bom Domingo!
Margarida,
Muito obrigada!
Também não gosto de vento, mas ontem estava suave (até consegui varrer as folhas do jardim da frente e o lixo que chegou, vindo sabe-se lá de onde).
Bom Domingo! :-)
Também vou repetir que escreveu um belo texto, mas isso não é novidade. :)
Por aqui também t~em estado uns dias ventosos, muito ventosos, mas em Lisboa há sempre vento.
Gostei imenso desta canção.
Bom domingo!
MR,
:-)) Muito obrigada.
Hoje, o dia por cá está mais sombrio - bom para ficar em casa a ver um filme.
Beijinho e bom Domingo!
Continuamos com tempo péssimo: vento, frio e chuva...
Porém, o vosso bom tempo é motivo de esperança para nós.
Excelente semana gozando e apreciando as primícias primaveris.
Abraço, Sandra.
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Bom dia
Será que a Primavera ficou parada aí "por cima"? Pede-lhe para descer até aqui, se faz favor! :-)
Majo,
E hoje o dia está lindo! Adoro esta luz primaveril e espero que chegue aí muito em breve, com aquele azul cobalto do nosso céu que tanto gosto.
Forte abraço! :-)
Paula,
Estou a pedir, estou a pedir...;-))
Bjinho
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