Monday, 30 March 2015

Zutphen (Drogenapstoren)


A cidade medieval de Zutphen, situada na província da Guéldria, é um local cheio de História e que merece ser visitado muitas e muitas vezes, tal a riqueza com que cada rua nos presenteia. Situada junto ao rio IJssel, fez parte da Liga Hanseática juntamente com outras localidades próximas, como Arnhem, Doetichem, Doesburg, Lochem, Harderwijk, Venlo e Emmerich. Nos próximos post's, iremos visitar alguns dos seus muitos monumentos. 

Hoje, é a vez da Torre Drogenap...


Drogenapstoren, Zutphen, Países Baixos


Esta torre, um dos monumentos mais conhecidos da cidade de Zutphen e que data do século XV (foi edificada entre 1444-1446), chamava-se, inicialmente, Saltpoort ou Zoutpoort (a Torre do Sal), até que foi renomeada, em honra de Thonis Drogenap, um trompetista do século XVI (ca. de 1555), natural daquela cidade da província da Guéldria (Gelderland), ficando a ser conhecida, desde então, como Drogenapstoren (a Torre de Drogenap). Thonis Drogenap viveu no topo da torre e tinha como função soar o alarme com o trompete, sempre que avistasse o inimigo.

De facto, "Drogenap" não era o seu nome verdadeiro, mas sim uma alcunha, existindo duas versões para a sua atribuição, uma relacionada com o facto de ter sido pobre e a outra com a sua fama de grande consumidor de álcool (" Droge" quer dizer "seca" e "nap" é um tipo de caneca).




Em 1999, ano que a cidade de Zutphen dedicou a Drogenap, foi edificada uma escultura do célebre trompetista, em frente à torre, da autoria do escultor neerlandês, Oscar Rambonnet (1958), que decidiu representar Drogenap, ou, melhor dizendo, Thonis van Grol, sem corpo, só com as suas vestes. Uma vez que a escultura é oca e tem uma abertura atrás, qualquer um de nós pode "vestir as vestes" e ser Thonis Drogenap, por uns momentos.



Entre 1888 e 1927, a torre foi utilizada como reservatório de água (castelo d'água em português ou watertoren em neerlandês) e durante a Segunda Guerra Mundial, serviu como depósito de armas da Resistência Holandesa. A Torre ainda chegou a ser atingida pelas tropas Nazis, mas estas "nem sonhavam" que ali se armazenavam armas para as combater.




A Drogenapstoren fica junto as muralhas da cidade e próxima da Igreja de Santa Valburga.




Saturday, 28 March 2015

Zutphen (pôr-do-sol)



Num passeio pela cidade hanseática de Zutphen, no passado fim-de-semana.





O Rio IJssel, o braço do Reno que banha as províncias de Overijssel e Gelderland...





À vinda...




Bom fim-de-semana!


Thursday, 26 March 2015

Dos meus "choques culturais" com a terra-mãe ;-)


Dos meus "choques culturais", nesta visita à terra-mãe...

1. Vi crianças mascaradas!!

E as primeiras, logo no aeroporto, e gostei muito. No entanto, como já não estou habituada, parecia que estava perante algo "exótico" ou diferente. Há 8 anos, que não sei o que é o Carnaval. Vivemos acima dos grandes rios (Reno, Escalda e Mosa), uma área maioritariamente Protestante e, portanto, onde não se festeja o Carnaval. Neste momento, o Carnaval já não faz parte da minha realidade e acabo até por me esquecer.Tanto assim, que ainda não conheço o Carnaval de Maastricht, na província do Limburgo, a sul dos grandes rios, onde existe maior número de Católicos. Da mesma forma, que deixei de saber de cabeça a quantos é a Páscoa - já não tenho a Quarta-Feira de Cinzas, para contar os 40 dias a partir daí...Agora, só consultando o calendário...
Contudo, esperava ter visto mais crianças mascaradas nas ruas de Lisboa. Também notei que as poucas que vi estavam sempre acompanhadas pelos pais e pareciam vir de alguma festinha. Parece-me que, actualmente, os festejos são mais indoor que no meu tempo. Nos anos 70 e princípios de 80, viam-se mais crianças nas ruas e muitas vezes, em grupos de amigos, sem os pais. Havia até um hábito estúpido que eu não gostava nada: atirar ovos e farinha. Desta vez, e ainda bem!, não vi nada disso...

2. Não fui convidada a despachar o meu chá e a sair porque estava a 15 minutos da hora de fecho do estabelecimento.

Nos Países Baixos, ou, pelo menos, na zona onde vivo, a hora de fecho dos estabelecimentos é respeitada religiosamente. Já vi clientes a serem barradas à entrada de certas lojas porque estavam a 5 ou a 10 minutos da hora de fecho. Quando falta um quarto de hora para encerrar, muitas lojas começam a retirar o que têm em frente à porta (expositores, cabides com roupa, cestos, etc) e a arrumar as bancadas de atendimento, para encerrar à hora estipulada. Às vezes, parece um passe de mágica, de um grande desassossego para o silêncio total. Da mesma forma, que já entrámos às 16h30 em certos locais para tomar chá e mostraram pouca vontade em servir porque iam fechar às 17 horas (talvez se deva ao facto de recearem que possamos fazer sala, ou seja, demorar - os holandeses, pelo que observo, tomam o seu lanche de forma muito relaxada, embora mais cedo que nós). Já chegámos a ser apressados para nos despacharmos 10 minutos antes da hora do fecho, quando o meu chá até já ia no final (nem me soube de proveito...).
Desta vez, em Portugal, aconteceu uma situação semelhante, mas já não me senti "posta na rua". Passo a explicar... Para variar, o avião partiu com 45 minutos de atraso e aterrou uns 20 minutos mais tarde que o previsto. Depois, entre esperar para sair, percorrer a parte nova do aeroporto, ir ao wc, levantar as malas, tomar um cafezinho e apanhar um táxi eram umas 15h45 quando saí em direcção ao Hotel-Residencial onde fiquei alojada nos primeiros dois dias. Entre chegar, fazer o check-in, ter dois dedos de conversa com o sr. da recepção, que me reconheceu e quis saber como estava, subir ao quarto, refrescar-me, retirar coisas da mala e arrumá-las, eram 17h20, quando saí para ir lanchar à cafetaria do Museu Gulbenkian. Quando cheguei, fiz o meu pedido (uma fatia do meu pudim flã favorito e um chá de menta) e, na caixa, fui informada, simpaticamente, que fechavam daí a 15 minutos. Mas depois, em nenhum momento, fui incomodada, apressada ou "corrida". Tinha sido atendida, avisada com um sorriso, e deixaram-me estar à-vontade a saborear o meu pudim e o meu chá. Aqueles 15 minutos souberam-me muito bem. Senti-me calma, tranquila, a sorrir, satisfeita. Neste aspecto, dei comigo a pensar que bom é chegar e estar em Portugal!

3. Tomar chá à hora do chá, a um Domingo.

Sempre gostei muito de ir a casas de chá e, quando vivia em Portugal, ia com frequência, sobretudo, ao fim-de-semana. A hora do lanche, para mim, sempre foi depois das 17h/17h30, mas desde que vivemos nos Países Baixos, que deixámos de ter essa possibilidade (de gozá-la fora de casa) e sinto-lhe muito a falta.
É muito difícil, de acordo com a minha experiência, aqui na zona, encontrar uma sala de chá ou um local onde se possa lanchar a partir das 17h. Às 17h30, já os restaurantes começam a encher para o jantar e, só há poucos anos, começámos a ter comércio aberto todos os Domingos, sendo que encerra tudo às 17h. Por isso, foi com muito prazer que, em Portugal, gozámos da liberdade de descansar à tarde, sabendo que depois das 17h, iríamos encontrar sítios com fartura onde lanchar e bem. E foi tão bom!

4. Quando fazemos exames médicos em Portugal, ficamos com "as provas do crime".

Nos Países Baixos, sempre que fiz ecografias, mamografias, radiografias, análises e citologias, nunca me foram dadas as películas, os cd's com as imagens, relatórios ou registos escritos dos mesmos. Os resultados vão todos directamente para os médicos. Compreendo o lado prático da questão, mas, como paciente, prefiro ter esses registos comigo porque, facilmente, vou onde quero com esses exames (no caso de querer uma segunda opinião ou querer mostrá-los a um médico em Portugal). Acho que ficamos mais defendidos com os registos nas nossas mãos. Prefiro, por isso, como se faz em Portugal, onde nos dão as películas, os cd's e um relatório devidamente assinado, sem necessidade de pedir por isso e pagar mais alguma coisa. Sinto-me bem mais protegida, tendo acesso directo aos dados e sabendo quem é o responsável pela análise dos mesmos. Depois, há a questão dos custos. Este ano, por exemplo, paguei pela minha consulta de ginecologia do ano passado, com ecografia (sem entrega de películas, cd ou relatório), €290!! Senti-me "roubada". Uma vez que esta despesa caiu na franquia anual do seguro (um pouco acima dos 300€), tive de pagá-la na totalidade. Visto isto, decidi passar a ser seguida em Lisboa, onde, com €110, faço uma ecografia com uma das melhores ecografistas do país, equipamento de última geração e ainda recebo as películas e o relatório. Uma vez que, em épocas baixas, conseguimos preços de avião bem atractivos (tenho pago à volta dos €130), compensa-me bastante: vejo aqueles que me são queridos, apanho sol, como bem e barato (quando comparado com a minha presente realidade), venho com a saúdinha tratada e dou o meu contributo para a economia da Pátria.
;-)

5. Voltei a ser mulher! ;-) Há muitas lojas giras de bijuteria e joalharia. 

Mesmo que não se possa comprar, sempre dá para regalar as vistas.
Noto que têm surgido lojas muito interessantes nesta área, com peças muito bonitas e criativas. Uma delas, e que gostei muito, foi a da Ana Silva, a Design for you, na Avenida de Roma. Ainda fiz lá umas comprinhas. É raro comprar alguma bijuteria para mim, durante o ano, cá. Por isso, gosto de aproveitar quando vou a Lisboa, onde encontro mais variedade e criatividade. Nos Países Baixos, as lojas parecem-me sempre as mesmas (ou sou eu que não sei onde ficam as mais interessantes), acho tudo muito banal e as mulheres parecem andar todas de igual (um tédio!). Também fiquei muito feliz por saber que a Fábrica dos Chapéus tem agora uma loja em Bruxelas. Mais uma empresa portuguesa a internacionalizar-se. Bem bom!

6. Voltei a ser uma senhora! ;-))

Nos restaurantes, fui SEMPRE servida em primeiro lugar (ou seja, antes do cavalheiro acompanhante), do tasco mais simples ao restaurante mais fino. SEMPRE!


Tuesday, 24 March 2015

Beijarei em ti a vida enorme...


Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo eu morrerei contigo.

Herberto Helder (23 de Novembro de 1930-23 de Março de 2015)


Hertogen Bosch, Países Baixos






Friday, 20 March 2015

Confeitaria Lisboa, Espaço Tintin, Chão das Almas, Marisqueira Roma, Casa do Gelado, Café Império, Cafélia e um tasco em Arroios




Ultimamente, ir a Portugal está a tornar-se cada vez mais prazeiroso. Talvez por estar longe e ir só de vez em quando, note mais as diferenças. No início, entre 2007 e 2011, sentia-me a evitar viagens à terra-mãe - estávamos no pico da crise e cada vez que lá ia, vinha incomodada com as histórias que escutava. Mas, depois, muito devagarinho, fui sentindo e vendo que as situações se começavam a compor e isso foi bom. Há ainda muitas pessoas em sérias dificuldades e muito caminho para trilhar, mas há muitos negócios novos a surgir também e já se vê mais nacionais de volta aos cafés e restaurantes. Não sei se algum leitor que tenha saído de Portugal na mesma altura que nós, tem a mesma percepção...Isto para dizer que gostei muito de descobrir novos lugares que não conhecia, a maioria deles sugeridos por queridos amigos. Senti-me estrangeira em Lisboa e adorei redescobrir um dos bairros em que vivi (São João de Deus). 

Praça de Londres


A Confeitaria Lisboa, na Avenida de Roma, foi um desses lugares. Foi-me sugerido pela minha querida Amiga e ex-vizinha MJ, a quem muito agradeço, num dos nossos prazeirosos encontros. O espaço é muito agradável e a comida melhor ainda. Gostei do pãozinho de centeio, das sopinhas caseiras, dos croissants servidos em cestinhos amorosos, do chá verde com tomilho e limão, quentinho, e do chá branco, frio. Invariavelmente, acabávamos por tomar lá o pequeno-almoço e almoçar.


Um outro espaço onde gostámos muito de ir também foi o Espaço Tintin, sugestão dada pela minha querida Amiga Margarida, quando démos o nosso passeio pela Avenida de Roma. Desde o pão alentejano, às empadas de galinha e às vitaminas (sumos naturais/smothies feitos com 3 frutas diferentes), gostei imenso. Acabámos por lanchar lá algumas vezes.


Um pormenor deste espaço: a presença da língua neerlandesa. Tintin em neerlandês é "Kuifje". Este cartaz é relativo a uma exposição (tentoonstelling), no Museu Real de Arte e História, em Bruxelas. Na Bélgica, o Neerlandês é uma das línguas oficiais.


O Chão das Almas foi outra sugestão que superou as minhas expectativas. O nome intrigou-me desde o início e o espaço, assim que entrámos, transportou-me a locais antigos da minha infância, especialmente à casa da minha tia-avó Emília e ao moinho da prima Maria.

A Maria Almeida, a criadora deste projecto, revelou-se de uma enorme simpatia e extrema paciência com as minha perguntas. Escutar a Maria Almeida é escutar História, Tradição, saberes antigos e sabores divinos. Eu não me senti numa pastelaria. Senti-me, sim, num espaço tranquilo, onde o tempo parece que pára (como acontecia na casa da minha tia-avó Emília), rodeada de afectos e memórias, mas também de futuro. Desde as receitas antigas, escritas à mão, em tempos idos, emolduradas nas paredes, aos livros antigos, às gravuras das profissões, à história associada ao nome da casa, gostei de tudo. À Maria Almeida, muito boa sorte para este projecto, tão bonito, na cidade de Lisboa.

A Margarida tinha-me falado de uma nova pastelaria que valia a pena ir, durante o nosso passeio pela Avenida de Roma, mas não se lembrava do nome e como falámos de tanta coisa, na altura, não retive a informação. Foi a Ana Silva, da loja de acessórios de moda, Design For You, que numa das nossas conversas, nos disse, que devíamos ir ao Chão das Almas, onde nos poderíamos deliciar com doces alentejanos.


Fomos lá, dias mais tarde, já na véspera de nos virmos embora, mas não estávamos à espera de um espaço assim, tão acolhedor. Eu provei 3 docinhos e gostei especialmente do pudim das almas. A repetir, numa próxima ida a Lisboa.


Lisboa também é espaços que perduram...

Também na véspera de nos virmos embora, fomos a um pequeno tasco em Arroios, deliciar-nos com uns pregos de comer e chorar por mais. A carne muito macia, transbordava do pão e quando ouvi o senhor a bater os bifes, lembrou-me a minha mãe, que também costuma fazer assim. E a sopinha de feijão verde, ai senhores! Era tão boa, que repeti. Fomos lá, a convite do J. e da A., os nossos queridos Amigos e ex-vizinhos da frente, com quem passámos óptimos momentos durante estes dias. Não tinha a máquina fotográfica comigo e não sei o nome do tasco, mas, na próxima ida a Lisboa, irei prevenida. Reparei que fica próximo da igreja de Arroios e é muito frequentado pelos estudantes do Técnico.

O que posso dizer é que vim com mais 2 kg para a Holanda e não foi na bagagem, foi no corpinho. Nós até comemos saudavelmente (se exceptuarmos os doces), mas como dormimos muito, talvez tenha sido por isso (estes dias foram essencialmente para descansar). Acredito também que tenha sido das muitas sopas que comi, pois a maioria levava batata e todas foram bem servidas. Vejam esta, por exemplo, da Marisqueira Roma (outra belíssima sugestão da Margarida).


E, por falar em Margarida, a gelataria Casa do Gelado 1981, onde nós as duas fomos lanchar uns crepes de gelado divinais com molho de chocolate. Queiram desculpar, mas não houve tempo para a fotografia.;-))


É sempre um prazer constatar que muitas das casas emblemáticas de Lisboa continuam de portas abertas. Uma delas é o Café Império, onde, segundo muitos, se come o melhor bife de Lisboa. Nós fomos lá num Domingo à noite para matar saudades. A sala está muito bonita e o bife continua óptimo e recomenda-se (parece manteiga de tão macio que é e se desfaz na boca). Tínhamos lá ido, pela última vez, há 8 anos. Desta vez, fomos atendidos por dois simpáticos cabo-verdianos, com quem trocámos algumas impressões sobre aquele arquipélago. Muito agradável o jantar. Faltou-me provar o creme de papaia com licor de cassis, mas já não havia espaço. ;-)


Uma outra casa de tradição a merecer uma visita, a Cafélia. Foi lá que fui comprar chocolates da Regina para oferecer às minhas amigas de cá (foi a A. que me aconselhou a ir lá). Já tinha passado pela Cafélia várias vezes, mas nunca tinha entrado. Gostei muito - a oferta de cafés, chás, bebidas e chocolates pareceu-me bem variada. A loja ficou cheia depois de entrarmos. Por isso, tenho de lá ir novamente, para ver com mais pormenor.



Concluíndo: no que toca a comida, estes dias foram um fartar vilanagem. :-)) E não estou a contar tudo, tudo...É que nem sempre levava a máquina comigo...Próxima vez...


Thursday, 19 March 2015

A Primavera está a chegar



 No lago, aqui ao pé de casa, num passeio com uma querida amiga holandesa.



O sol brilhou por aqui e, quando é assim, é maravilhoso - as ruas enchem-se de gente e de vida. Uma das minhas vizinhas até me disse que eu tinha trazido o sol de Portugal comigo.

Os passarinhos fizeram-se ouvir nas nossas manhãs de regresso, a cameleira e as hortenses prometem-me muitas flores para breve e, um dia destes, quando ia apanhar o autocarro, observei um cisne a fazer o ninho para a sua amada, no canal por detrás da paragem. 

Estes dias têm sido um pouco mais frios, mas a Primavera parece teimar em chegar e todos se preparam para recebê-la. Alguns vizinhos já começaram a cuidar dos jardins e também eu já andei a limpar os canteiros de flores e ramos secos e a varrer do chão as últimas folhas de Outono.

Querida Primavera, podes vir. Estamos à tua espera!

Tuesday, 17 March 2015

18 de Março: O dia das duas eleições


"A democracia aprende-se pelo exercício e constrói-se por meios democráticos. O exercício da democracia significa, aqui e agora: audiência ao Povo, iniciativa popular, participação institucionalizada de todos na criação das condições estruturais da sua implantação."
Francisco Sá Carneiro , em 1974, de acordo com o site Citador




Nesta quarta-feira, decorrem duas eleições em simultâneo, nos Países Baixos: uma para eleger os parlamentos das 12 províncias do Reino (de Provinciale Staten), a outra para eleger os Conselhos das Águas (algemeen bestuur van de waterschappen Nederland). Se na primeira, só podem votar os eleitores de nacionalidade holandesa, na segunda, já podemos participar. Ao contrário do que escrevi aqui inicialmente, o boletim de voto só versou as listas candidatas ao Conselho Regional das Águas. Quer isto dizer que não foi igual àquele que nos foi enviado para casa como exemplo e que incluia as listas para o Parlamento da Província e para o Conselho Regional das Águas.

O papel dos Parlamentos das Provincias

Os Parlamentos das Provincias são eleitos a cada 4 anos, ficando a representação de cada província a cargo do Comissário nomeado pela Coroa (Comissaris van de Koning) a cada 6 anos.
Aos Parlamentos das Províncias compete nomear os respectivos governos e juntamente com eles zelar pela gestão das áreas naturais, a supervisão dos transportes púbicos, a construção e manutenção de ciclovias e a promoção das Artes e da Cultura das respectivas províncias. São também os Parlamentos das Províncias que elegem os 75 membros que compõem a Câmara Alta do Parlamento (Eerste Kamer) e daí que a eleição de amanhã seja especialmente importante para o actual governo de coligação (liberal e trabalhista), que não detém a maioria na Câmara Alta e tem precisado do apoio da oposição para conseguir passar as suas propostas de lei.
Se tiverem curiosidade em conhecer os resultados das eleições para os Parlamentos das Províncias em 2011, podem vê-los aqui.

O papel dos Conselhos das Águas

O papel destes Conselhos consiste em garantir a qualidade da água para consumo e zelar pela manutenção e segurança dos diques.

O boletim de voto e os partidos

Os cartões de eleitor já chegaram a casa, bem como, uma réplica do boletim de voto com os nomes dos candidatos de cada partido para o Parlamento da Província, neste caso, a Flevolândia, e o Conselho Regional das Águas, neste caso, o Zuiderzeeland .

Listas candidatas ao "nosso" Conselho Regional das Águas:




Water, Wonen en Natuur (Água, Viver/Habitar e Natureza)  com 17 candidatos, 5 dos quais de Almere;

Algemene Waterschapspartij (Partido Geral?) com 15 candidatos, sendo que 6 são de Almere;

CDA (Democratas-Cristãos) com 12 candidatos, sendo que 4 são de Almere;

VVD (Conservadores Liberais)  com 10 candidatos, sendo que 2 são de Almere;

ChristenUnie (Centrista) com 7 candidatos, sendo que 3 são de Almere;

50PLUS (Esquerda) com 4 candidatos e só 1 é de Almere.

Staatkundig Gereformeerde Partij (Calvinistas Ortodoxos) com 10 candidatos, sendo que nenhum é de Almere;

Werk aan Water (Trabalhar na Água) com 5 candidatos, sendo que nenhum é de Almere;

Listas candidatas ao Parlamento da "nossa" Província:



No caso das listas de candidatos ao Parlamento da Província, temos mais 5 partidos candidatos, entre eles, o PvdA (Partido Trabalhista que se encontra na coligação governamental), o PVV (Partido da Liberdade, conhecido pela sua posição anti-islâmica), o SP ( Partido Socialista), o D66 (vencedor das últimas eleições municipais), o GroenLinks (Os Verdes, que concorrem junto com o Partido Trabalhista, mas em listas separadas). 

Os 50plus concorrem da mesma forma com a lista do Partij voor Dieren (Partido dos Animais).

O D66 e o SGP (Staatkunding Gereformeerd Partij) apresentam as listas maiores, com 31 candidatos, seguidos da ChristenUnie com 30 e do CDA com 29. O partido com a lista mais pequena é o Jezus Leeft (Jesus Vive), que apresenta 1 candidato.

Votar

E agora é votar: não fazendo uma cruz com uma esferográfica, mas sim colorindo o círculo que desejamos com o lápis vermelho.

O Kiescompass Waterschapsverkiezing 2015

Para ajudar a escolher em quem votar para os Conselhos das Águas, foi criado o Kiescompass Waterschapsverkiezing 2015.

No nosso caso, seleccionamos no mapa dos Países Baixos, "Zuiderzeeland" e respondemos a um conjunto de 30 perguntas, indicando o nosso nível de acordo/desacordo. No final. ficamos a saber, em que área política nos situamos melhor. Aqui vão uns exemplos:

Het waterschap moet zich uitsluitend beperken tot de taken die in de wet staan: aanleg en onderhoud van dijken, waterbeheer en zuiveren van afvalwater? "

" O Conselho das Águas deve ser entendido exclusivamente para as tarefas listadas na lei: construção e manutenção de diques, gestão das águas e tratamento de águas residuais? "

" Het waterschap moet meer geld uittrekken voor innovatie om schoner oppervlaktewater te krijgen, ook al moeten daarvoor de belastingen omhoog? "

" O Conselho das Águas deve alocar mais dinheiro em inovação para obter superfícies mais limpas, mesmo que isso implique subida de impostos?"

" Het waterschap moet geld investeren in methoden om wateroverlast te voorspellen?"

" O Conselho das Águas deve investir dinheiro em métodos para prever enchentes?"

"Het waterschap moet boeren financieel steunen voor het aanleggen van akkerranden die de waterkwaliteit verbeteren? "

" O Conselho das Águas deve apoiar financeiramente os agricultores na construção das margens dos campos para melhorar a qualidade da água?"

Caso tenhamos dúvidas do que se está a falar, clica-se em "Informatie over..." para aceder a uma explicação breve do tema.

No final, podemos comparar a nossa posição por questão colocada com a do partido de que mais nos aproximámos.

Votem bem amanhã!

PS:

Já agora, que falamos de política...

Ultimamente, tenho vindo a acompanhar a série da Netflix,  House of Cards (Netflix, 2013-).
Estou a gostar imenso (vou agora para a segunda temporada). E assim que possa, quero ver o original britânico.





E por falar em séries britânicas, esta, para mim, é inesquecível:

Yes, Prime Minister (BBC, 1986-1987).
(Que saudades do Nigel Hawthorne!)

Enjoy!!


 


Votos de uma boa semana para todos!


Sunday, 8 March 2015

Lisboa é...



Azul...

Igreja de São João de Deus, Praça de Londres



Doce... 

Chão das Almas - Sabores Divinos, Avenida de Roma 28 B



Irreverente... 


Estação de Metro do Aeroporto (Natália Correia)



Tradicional...

Caldo Verde, Casa de Fados O Faia  (Bairro Alto)




Intemporal...

Fundação Amália Rodrigues, Rua de São Bento 193




Reconfortante... 

Confeitaria Lisboa, Avenida de Roma 46 B



Aconchegante...

Pão de Canela, Praça das Flores, 25 a 29




Saborosa...


Café Império, Avenida Almirante Reis 205 A




Sedutora...

Espaço Embaixada, Princípe Real



Arrojada...

Café Império, Avenida Almirante Reis 205 A



Misteriosa...

República das Flores, Rua do Alecrim 99



Tentadora...

21pr Concept.Store, Praça do Princípe Real 21




Criativa...

21pr Concept.Store, Praça do Princípe Real 21




Infinita...

Nichts Neues, Espaço EntreTanto, Rua da Escola Politécnica, 42 (Princípe Real)




Multicultural...

Lost In (Loja), Princípe Real




Multifacetada...

Chocolataria Equador, Rua da Misericórdia, 72




 Divertida... 

 Espaço Tintin, Avenida de Roma 39 A



Serena...

Lost in Esplanada-Bar, Rua D.Pedro V 56 D (Princípe Real)



Elegante...

Jardim Fernando Pessa, Areeiro




Culta...

Cabine de Leitura, Praça de Londres




Colorida...

Liquid, Espaço EntreTanto, Rua da Escola Politécnica, 42 ( Princípe Real)




Revigorante... 

Cafélia, Avenida de Roma 55 C



Alegre...

Estação de Metro do Saldanha



Delicada...

Jardim Fernando Pessa, Areeiro



Luminosa...

Igreja de São João de Deus, Praça de Londres



D`Aquém e d`Além-Mar...

GustoKo, Espaço EntreTanto, Rua da Escola Politécnica, 42 (Princípe Real)




Única...

Guitarra Portuguesa, Casa de Fados O Faia (Bairro Alto)




Futuro...

Estação de Metro do Saldanha



Um Tesouro a Preservar...

Igreja de São Roque, Largo Trindade Coelho (Bairro Alto)