Tuesday, 27 August 2013

Temos estado no outro lado do Reino


Ontem, e após termos regressado, este fim-de-semana, de uns maravilhosos 8 dias de praia, fui ao médico, que acabou por confirmar a otite que eu já suspeitava (por acaso, my first one), devido às dores no lado direito do rosto. Agora, estou a antibiótico e a gotas e, ainda esta semana, volto ao International Health Center em Haia, onde sou seguida, para desbloquear o ouvido. Não foi a melhor forma de regressar de férias, mas adorei estes dias, que foram incrivelmente bons, e sinto-me relaxada e muito bem.

Não me lembro se já referi aqui, mas é muito fácil ir de nossa casa até ao aeroporto de Schiphol, em Amesterdão. Basta apanhar o autocarro até à estação de Almere Centrum e, de lá, o comboio que nos deixa mesmo no interior do aeroporto. No entanto, optámos por ir de carro, e deixar o nosso velho "bólide" de 11 anos, no parque de estacionamento de longa duração. À nossa espera, estava alguém da agência de viagens para indicar que podíamos fazer o check-in da bagagem já ali, o que se revelou muito mais rápido e, consequentemente, muito mais cómodo. Já com o carro parqueado e a bagagem entregue, fomos de shuttle para as "Partidas" e, desta vez, conhecemos a parte destinada aos vôos intercontinentais. Schiphol é mesmo um aeroporto muito bonito! Just to let you know,  o Rijksmuseum tem aqui uma ala...;-)

Desta vez, viajámos em primeira classe (Premium Comfort Class). Fomos pela ArkeFly, a companhia aérea da agência onde comprámos o nosso pacote de férias. Segundo alguns amigos, não é uma Primeira Classe tão boa como a de outras companhias como a Lufthansa (onde nunca viajei, que me recorde), mas estivémos muito bem. Para mim, foi uma estreia, pois viajo sempre em económica, mas como era uma viagem de longo curso, achámos melhor assim.

Foi a primeira vez também que visitei outro continente e que cruzei o Oceano Atlântico. E adorei a experiência, sobretudo para lá. O céu estava azul, azul e as nuvens pareciam desenhar paisagens.

Tratando-se de uma viagem de 9 horas, havia que manter-me ocupada. Vi, pela primeira vez, o filme "Hitchcock" com o Anthony Hopkins e a Helen Mirren, revi o "Argo" com o Ben Affleck e ainda ouvi música Jazz.

O catering também me deixou satisfeita. A comida estava boa e saborosa e houve bebidas e snacks durante a viagem.

Na viagem de ida, fomos numa fila lateral de dois lugares e os assentos pareceram-nos mais espaçosos, mais largos. No entanto, na viagem de regresso, como fomos colocados numa fila de três lugares, os assentos pareceram-nos mais estreitos e apertados, para além de não terem pedais de apoio (era a primeira fila). Sendo de noite, o corpo pedia que dormíssemos, mas a posição era muito desconfortável, e ainda fiquei com dores no pescoço, apesar da almofada. Decidimos que, numa próxima vez, marcamos os lugares. Para além disso, vim quase surda do ouvido direito. Tentei distraír-me e voltei a ver o filme "Hitchcock"- desta vez, sem auscultadores e concentrando-me na legendagem em Neerlandês.

A viagem de regresso à Holanda acabou por revelar-se bem mais cansativa também por um outro motivo. Em vez de 9 horas foram 10 mais um bocadinho, pois ainda parámos em Aruba para deixar e recolher passageiros e não pudémos partir de imediato devido a um problema informático na torre de controle. Os hospedeiros manifestaram logo muita presença de espírito e não esperaram que a viagem se reiniciasse para começar a distribuir os jornais, as águas e os sumos de laranja - o que foi óptimo, para nos manter distraídos e ocupados. Desta viagem de regresso, vou recordar, sobretudo, um dos hospedeiros, que pela sua boa disposição, nos ajudou a suportar os inconvenientes da espera em Aruba e a nossa própria impaciência e resmunguisse durante a noite.

A esta altura, já calculam onde estivémos. Sim, na outra parte do Reino dos Países Baixos, num país agora independente, mas que já fez parte das Antilhas Holandesas e cujo nome tem origens portuguesas, o Curaçao. A língua oficial do país é o Neerlandês, mas a lingua-mãe é o Papiamentu e nela podemos encontrar muitas palavras de origem portuguesa. Devo acrescentar, que foi uma delícia ouvir as mensagens dos pilotos em Papiamentu.

Por isso, meus queridos amigos e leitores, sejam "Bon Bini!" (Bem vindos) aos próximos posts sobre as nossas férias no Curaçao!


6 comments:

Margarida Elias said...

Fiquei cheia de curiosidade. As melhoras. bjns!

Presépio no Canal said...

Obrigada, Margarida. Ainda me sinto um bocado tapada do ouvido, mas, pelo menos, o inchaço está menor.
Um beijinho e grata pelo cuidado.

GL said...

Mas que bela viagem, que belas férias.
Fico tão feliz por si!:)
Uma das coiaas que aprecio em si é o poder descritivo. Como que nos leva pela mão.
Perante essa experiência maravilhosa (ai as
nuvens no céu azul!) que importância tem uma irritante otite?:)
Obrigada pela partilha.

Beijinho amigo

ana said...

Sandra,
Desejo as melhoras. Gostei deste destino de férias, dá mesmo para descansar, não é?
Adorei Amesterdão, foi cansativo mas maravilhoso para a mente.
Achei uma cidade com uma população rejuvenescida ao contrário do nosso país. Nota-se que há vida em crescimento.
Gostei do aeroporto de Schipol mas não encontrei a ala do Rijksmuseum, que pena, estive pouca atenta a isso.
Beijinhos. :)

Presépio no Canal said...

GL, muito querida, as always. :-) Vá la que a otite so apareceu no final das férias. ;-) Bjnos!

Presépio no Canal said...

Ana, Ja estou melhor, thanks. Que bom que passaste uma boa semana ca. :-) E esteve bom tempo, segundo sei. Sim, apesar da recessão economica, do desemprego crescente e das medidas de austeridade, ha uma atitude jovial e positiva. E isso ajuda bastante. Trata se de um povo que viveu a guerra, foi ocupado, conheceu a fome nesse periodo, ja passou por desastres naturais,... Acho que isso tambem pode ajudar a explicar a valorização dos pequenos momentos do dia a dia, a capacidade de adaptação, a atitude positiva, embora, claro, a situação actual esteja a preocupar... Bjs.