O Café de la Paix
Há 9 anos, quando visitei a Ópera Garnier, fiquei encantada com o seu
belíssimo tecto (1963-1964) pintado por
Marc Chagall (1887-1985).
Desta vez, deixei-me levar pela beleza dos tectos do Café de la Paix. É certo que o jantar foi delicioso (provámos o menu de degustação), o vinho soube muito bem, a senhora que nos atendeu foi uma simpatia, mas vim encantada com a arquitectura, as pinturas dos tectos, a talha dourada e, sobretudo, por verificar o bom estado de conservação em que tudo se encontra. Muito bom!
O Café de la Paix abriu as suas portas ao público em 1862. Um pouco mais de um século depois, em 1975, foi classificado como monumento histórico nacional pelo governo francês. Os escritores
Émile Zola e Guy de Maupassant foram alguns dos seus mais célebres frequentadores, bem como, o Princípe de Gales e futuro Rei do Reino Unido, Eduardo VII.
Na Torre Eiffel
Depois do jantar, fomos de metro até à Torre Eiffel e subimos até ao segundo andar. Para ir até ao topo, tínhamos de ter chegado antes das dez. A vista é bonita, mas, na minha opinião, não justifica passar horas esquecidas em filas. Não foi o caso, que conseguimos chegar rapidamente à bilheteira.
Acho a visita à noite mais interessante: a Torre fica muito bonita iluminada e consigo apreciar com mais detalhe a sua arquitectura .
E a propósito de Torre Eiffel, lembram-se do videoclip dos Duran Duran, A View to a Kill ? ;-)
A Catedral de Notre Dame
Esta foto já foi tirada no terraço do Instituto do Mundo Árabe, que fica perto da Catedral de Notre Dame.
Depois de visitar a exposição sobre o Expresso do Oriente, fomos a pé até à Catedral. Desta vez, não a visitei porque a fila era enorme, mas gostei de ver que a fachada está um brinco. Eu fujo de filas como o diabo da cruz. Também, por isso, não visitei ainda o topo do Arco do Triunfo.
Impressões gerais sobre a cidade
Paris deixou-me um pouco triste e desiludida desta vez.
Já não a senti como antigamente: sofisticada, glamourosa, elegante, vibrante, com uma classe média forte...Achei-a, sim, mais suja e especialmente mais pobre. Vi várias lojas encerradas, muitos pedintes, pessoas estendidas no chão e, por variadíssimas vezes, fomos abordados por mendigos. Senti-me insegura na cidade... e isto nunca me tinha acontecido. Paris pareceu-me bem mais pálida, cinzenta, sem aquele brilho de outrora ... E não gostei de ver as "praias" junto ao Sena, nem os muitos graffitis de assinatura...
Vi também muitos muçulmanos e, pela primeira vez, senti-me parte de uma minoria. Houve momentos que pensei estar num país árabe. A maioria dos muçulmanos passeava tranquilamente em família, outros pediam dinheiro.
No caso dos turistas, vimos muitos chineses, muito mais que o costume. Já japoneses, nem por isso...
Por fim, as estradas pelas quais passámos, à entrada de Paris, estão em péssimo estado, cheias de remendos e com as bermas muito sujas. Ainda me lembro quando eram autênticos tapetes...
Realço três aspectos positivos:
Os monumentos pelos quais passámos tinham as fachadas limpas;
O Metro está agora mais seguro com as obras de requalificação das estações e as novas plataformas de segurança, em vidro. Assim, evitam-se quedas, acidentes e coisas piores...;
As mercearias de bairro e o facto de estarem abertas à noite (vi-as enquanto andava a passear no Marais, onde gosto sempre de voltar quando vou a Paris...).