Ele há jantares assim, entre amigos, feitos de alegrias e descoberta de coincidências, de tempos estendidos e risos partilhados, de afinidades curiosas e de prazer suave, mas intenso, no tempo, com a energia contagiante das gargalhadas que se sucedem e dos temas que surgem e saltam em cadência, sem ter fim. Terminamos porque há uma viagem de regresso de uma hora para fazer e amanhã é dia de semana. Mas saímos, como se a interrupção nunca tivesse acontecido e fosse só um "Até já!", ou um "Vou ali e já volto".
É bom estar com quem gostamos.
É bom conhecer o novo rebento dos amigos e ver como dorme e come tão bem.
É bom trazer o presente de Natal (decorações natalícias para o quarto do bebé) quando a Mãe já tinha pensado em comprar algumas, e ouvi-la dizer que a prece dela foi atendida, quando abriu o saquinho a desejar Bom Ano.
É bom ver o ar deliciado da Mãe perante o presente de nascimento do bebé e o ar de surpresa ao presente que se levou para ela ( eu incluo sempre um presente para a mamã).
É bom ver como a nossa amiga e a mãe dela se emocionam ao escutar Mariza, a cantar Gente da Minha Terra, junto à Torre de Belém, em Lisboa.
É bom também falar de pintura e ver fotografias dos quadros da A.
É bom conhecer os seus gestos de generosidade e a forma como os portugueses têm entrado na sua vida.
É bom ficar para jantar, sem estarmos previamente a contar com isso, e ficarmos na conversa, enquanto o M. e a sogra saem discretamente para preparar a refeição.
É bom descobrir que os amigos que entretanto chegaram para o lanche ficam para jantar também. Amigos que não conhecíamos previamente, e se revelam boa onda, interessados e bem-dispostos. É bom descobrir afinidades com recém-conhecidos como o gosto pela fotografia.
É bom ver como a nossa amiga está tão bonita, elegante e bem-disposta, apesar das dificuldades que passou.
É bom partilhar as nossas histórias, falar das conspirações do Universo, e de
santos irlandeses e
portugueses.
É bom saber que os indonésios gostam dos portugueses e com eles sentem mais afinidades, como na
Ilha das Flores.
É bom partilhar tradicões antigas, como aquela que diz que na Indonésia, dois irmãos não devem casar no mesmo ano e o mais novo antes do mais velho. É bom saber que há uma escapatória a esta segunda tradição, desde que o mais novo vá dando presentes ao mais velho (por exemplo, peças em vermelho), de modo a poder casar antes e "garantindo" assim, ao mesmo tempo, que o mais velho não irá ficar solteiro ( assim reza a crença).
E por fim, é bom trazer para casa um presente feito por ela: uma garrafa daquele sumo que ela me deu a conhecer e faz tão bem à saúde, e que eu já tinha comentado cá em casa que estava a precisar.
É bom estar convosco, A. e M.
Parabéns pelo vosso aniversário de casamento, pelo aniversário do M. e o nascimento do A. !
Votos de um Feliz Natal!