Seviyan: uma sobremesa indiana a lembrar a Aletria

No passado fim-de-semana, fomos almoçar e passar a tarde de Domingo a casa de uns amigos indianos, em Haia. O almoço, tudo pratos tradicionais, estava óptimo. 

Entre a conversa e os risos, não fotografei nenhum dos pratos. Mas, a sobremesa, por me fazer lembrar a nossa Aletria, fez-me levantar da mesa e ir buscar a máquina à carteira que tinha deixado pendurada no corredor...

Seviyan 

Uma massa fininha e doce, coberta por avelãs partidas aos bocadinhos.


Um doce Domingo para todos!

Um bom amigo holandês

Um amigo, um gesto, uma flor para celebrar!

"A felicidade não está no que acontece mas no que acontece em nós desse acontecer."

Vergílio Ferreira  (1916-1996)

A Holanda tem-me/nos dado amigos atentos e queridos. Ontem, de manhã cedo, um amigo nosso, holandês, casado com uma amiga minha, que começou por ser minha colega no curso de Neerlandês, teve o cuidado de enviar um sms ao meu marido a alertá-lo que o medicamento à base de levotiroxina Thyrax ia ter a produção interrompida, estando já muitos pacientes a caminho das farmácias por causa dessa situação.

O I. e a M. sabem que tenho Hipotiroidismo e tomo um comprimido de levotiroxina todas as manhãs, em jejum. O I. estava preocupado que não soubéssemos da notícia, pois as consequências da falta do medicamento não são nada agradáveis (cansaço e falta de forças avassaladores, por exemplo, e sei isso por experiência própria).

Por acaso,  o que tomo não é Thyrax, mas sim Euthyrox 100 e foi isso que dissemos no sms que lhe enviámos. E que ficasse tranquilo, que ultimamente compro aos frascos para 3 meses...

Apreciámos muito o cuidado, pois as manhãs dele e da M. são geralmente de muita azáfama, com os dois a trabalhar fora de casa, duas crianças pequenas para levar ao jardim infantil e sem ajudas domésticas ou familiares.

Um gesto bonito, o do I., que nos deixou a sorrir logo pela manhã, pelo cuidado e atenção demonstrados...

De Waag, Leiden

Onde queremos voltar numa próxima, para jantar em Leiden...

De Waag

Monumento nacional, século XVII (1657), da autoria de Peter Post,  que foi um dos criadores do Estilo Barroco Holandês, juntamente com o seu colaborador de longa data, Jacob van Kampen.

O De Waag era o edifício onde se pesavam e vendiam as mercadorias, como os queijos, por exemplo, tendo funcionado como tal até 1972. Hoje alberga um restaurante.


E ali ao pé...

Leiden ainda com as luzes de Natal...

Café Olivier, Leiden

O jantar, após o concerto de jazz (do qual saímos à francesa, um pouco antes do final), foi no antigo Hospital de Santa Isabel, hoje um restaurante especializado em cervejas e pratos belgas.: O Café Olivier. 

O prato que escolhi:

Brochette van rund, varken en kip met groenten en aardappelgarnituur

Brochette de bife, porco e galinha acompanhada de vegetais e batatinhas

O molho era delicioso, as carnes tenrinhas. Gostei muito. E aconchegou na viagem até Almere.

Não experimentámos as cervejas belgas disponíveis, nem entradas, sobremesas e café, por isso, só posso comentar o prato principal.

Este prato é uma das especialidades da casa e gostei do pormenor de ser servido em louça antiga.

O restaurante em si é um espaço de diversas salas e vários bares, com mobiliário de outras eras, em madeira...

Aqui e ali, peças de museu e fotografias dos Reis dos Belgas, Fabíola e Balduíno...

No andar de baixo, junto aos quartos-de-banho, um pequeno museu com objectos de farmácia a lembrar o antigo hospital que ali funcionou.

As portas do quarto-de-banho das senhoras são muito bonitas, lacadas a branco, em traço neo-clássico, pareceu-me. Junto ao lavatório, uma fotografia de Alberto I, Rei dos Belgas e da sua mulher, a Princesa Elisabeth da Baviera. Esta princesa, por casamento, Rainha dos Belgas, era neta do Rei Dom Miguel I de Portugal.

O edifício data de 1892 e é de estilo neo-gótico. Inicialmente, pertencia à Congregação das Irmãs Franciscanas, que ali fundaram um Hospital. Oitenta anos depois, em 1972, o Hospital (actualmente com o nome Rijnland Ziekenhuis) mudou-se para Leiderdorp,  e o edifício, desde então, tem alojado muitos estudantes internacionais, que vêm frequentar a Universidade de Leiden.

Um intervalo italiano em Leiden

No intervalo de 10 minutos do concerto de jazz, e como o Twee Spieghels só estava a servir bebidas, resolvemos ir lanchar ao Bocconi, que era já ali, ao voltar da esquina.

A acompanhar os nossos expressos,

o meu marido pediu um

Cannolo Siciliano

O recheio era bom, com sabor a laranja,

mas ainda gostámos mais da minha escolha, uma

Pastiera Napolitana

com sabor a limão. Deliciosa!

Ainda não tinha provado nenhum dos dois e soube muito bem.

Já com o estômago mais aconchegado, voltámos ao Twee Spieghels, muito a tempo da segunda parte do espectáculo: o concerto não havia ainda recomeçado...

No Twee Spieghels: Jazz em Leiden

Leidse Jazzweek 2016

No passado Sábado, à tarde, no bar
De Twee Spieghels

Gostei imenso do espaço, pequeno e acolhedor, e queremos voltar. Temos ido muito pouco a concertos de jazz e não se justifica. Afinal, nem há consumos mínimos ou obrigatórios. Das vezes que assistimos a um concerto de jazz (Delft, Amsterdam e agora Leiden), é chegar, entrar e deixar-se ir pela música. Desta vez, foi ao sabor de uma Hertog Jan. De pé, e sem queijo acompanhado de mostarda, ao contrário de Delft e Amsterdam. Mas igualmente bom, ao som de John Coltrane. E then again, em que tudo o resto ficou lá fora...

Robert Koemans Quintet

Um grupo jovem e muito bom, que leva o nome do pianista.
Do grupo, o baterista foi o meu preferido.

A foto acima foi tirada por um holandês de Groningen  que estava ao meu lado.

A petite portuguesa (eu), que tinha um espécime dos homens mais altos do mundo à frente (ou seja, um holandês) e não conseguia, por isso, apanhar todos os músicos na fotografia, gostou da oferta gentil. Falámos várias vezes nessa tarde, mas nunca cheguei a saber como se chamava. "Where are you from?" perguntou-me (ouviu-me falar em português com o meu marido). "Portugal", respondi-lhe. Os olhos iluminaram-se e disse-me que esteve em Lisboa com os pais, quando era miúdo. A namorada dele, alemã, contou-me também que tinha um amigo português, músico, que sentia muitas saudades de casa. E a partir daí, falámos de saudades, da dificuldade com a língua (para ela mais fácil, claro), de virmos sozinhos ou em casal, dos motivos que nos trouxeram cá (a ela e a nós), de Almere e de Leiden, de Lisboa, Fado e espiões no Estoril na Segunda Guerra Mundial e da Noite de Santo António. Ela perguntou-me se voltávamos à noite. Disse-lhe que não sabia, que logo veríamos. Não voltámos e vim embora sem saber o nome dela também...

Fotografia tirada ao espelho, junto ao banco corrido, onde o casal estava sentado.

Parabéns, Ana!

MUITOS PARABÉNS, ANA! TEM UM DIA MUITO FELIZ!!! :-)

Uma túlipa ( Keukenhof 2011)

Uma gatinha de Ítaca (Grécia, 2011)

Uma das minhas favoritas do nosso querido David Bowie

Mais uma série nestas noites de gelo holandesas: "Os Americanos"

A série que andamos a ver agora: "The Americans". Já vimos a primeira season (2013) e vamos agora a meio da segunda (2014). Um casal de espiões do KGB, com uma vida americana perfeitamente constituída. Uma vida dupla, na época da Guerra Fria (anos 80). E que nos remete para a vida dos chamados "ilegals" ou "sleepers". A não perder. Na Netflix.

Restaurante Bocconi, Leiden

Onde comi eu esta bela lasanha vegetariana?
Num restaurante italiano sugerido pela Agnes, o Bocconi, em Leiden.

Ultimamente, não temos ido a restaurantes, e esta saída soube muito bem. A comida é óptima: a pasta muito fresca, os ingredientes naturais e de origem. Muito bom!

E um pormenor que gostei imenso: nunca tinha estado num restaurante italiano onde fosse necessário ir até ao balcão para escolher o prato principal. Parecia que estava num bom restaurante de peixe e marisco, onde, ao olhar para a vitrine, podemos escolher o peixe fresquinho mais do nosso agrado. Assim foi aqui: olhámos a vitrine, com pastas frescas várias e escolhemos. No meu caso, a lasanha já estava feita e foi só aquecer. No caso dos gnocchis, já estavam preparados, mas ainda foram confeccionar o prato.

No final, pedimos um tiramisú para partilhar (om te delen).

Aconselho: sem muito álcool e com um sabor acentuado a café.

A focaccia, como entrada, também era boa.

Não provei o limoncello, nem os vinhos, nem o café.

Próxima vez que passe por lá, bebo um expresso e provo a pastiera napolitana.

O espaço, embora pequeno, é muito acolhedor, com uma das paredes "forrada" a quadros para vender.
Na foto abaixo, o bar.

Bom fim-de-semana!

Leiden: do Gótico ao Contemporâneo

Hooglandse Kerk, século XV, Estilo Gótico


Veilighuis Onder de Boompjes (1658)

Leiloeira Sob as Árvores


Graan Magazyn voor den Armen (1754)
O Armazém de Cereais para os Pobres.
Hoje, monumento nacional, pertence à Igreja Reformada, funcionando aqui algumas instituições sociais, sendo que alguns andares foram convertidos em apartamentos.


Uma bicicleta no ar

Já de saída e com o carro em movimento, os edifícios da seguradora Achmea

Murais de Poesia, Livros, Marcadores, Deskplanners e Postais em Leiden

Nas fotografias abaixo, dois dos 101 Murais de Poesia  de Leiden (Muurgedichten van Leiden).

Estes murais iniciaram-se em 1992. Álvaro de Campos e Carlos Drummond de Andrade figuram como os poetas representantes de Língua Portuguesa. O mural dedicado a Álvaro de Campos fica um pouco longe do centro. Numa próxima oportunidade, com temperaturas mais amenas, irei procurá-lo.

Loin du Pigeonnier, do poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918)

Chuva, Lago e Vento, da poetisa búlgara Danila Stoyanova (1961-1984)

A dois passos do mural da poetisa búlgara, fica a livraria De Kler.
Gosto muito de visitar livrarias, especialmente no Inverno.
Na foto, uma vitrine com livros antigos.

Achei piada às camisolas literárias que se podiam comprar por lá.

Nesta livraria, comprei um marcador de leitura

e um deskplanner, que me vai ajudar muito na gestão doméstica (pagamento de seguros, impostos, facturas a enviar para os seguros de saúde, consultas, encomendas a enviar, vida social e cultural, etc). Cada folha corresponde a uma semana do mês, o que permite uma visão mais imediata e global do que há a fazer na semana em questão.

O frio deste Sábado pedia um chá quentinho de menta fresca e como queria enviar dois postais do Café Francobolli, fomos lá novamente.
Na foto, o escaparate dos postais a enviar pelo café aos destinatários indicados pelos clientes.

Do lado esquerdo, na vertical, os meses do ano;

Na horizontal, os dias do mês.

O cliente indica qual o dia e o mês que o postal deve ser enviado. 

No Castelo de Leiden, com sol

No sábado passado,

voltámos a Leiden, agora com sol.

E fomos novamente ao castelo.

O interior do castelo

Desta vez, subimos as escadinhas e vimos as diversas panorâmicas.

Heilige Lodewijkkerk (Igreja de São Luís)

Templo da Igreja Católica do século XVI ( que teve na sua origem uma capela dedicada a Santiago Maior em 1477).

Em 1807, foi parcialmente destruída, após a explosão de um barco próximo, carregado com pólvora. A torre da Igreja, datada de 1594, manteve-se, no entanto. É após este incidente, que o Rei Luís Bonaparte decide consagrá-la a São Luís de França.

Do castelo, ainda se pode avistar a Hogelandse Kerk, uma igreja gótica do século XV, que era inicialmente um templo Católico, e actualmente é consagrada ao culto Protestante.

Uma outra igreja que se avista do castelo é a Marekerk, datada do século XVII e construída de propósito para o culto Protestante. Daí a parte central do templo, onde fica o Pastor e à volta do qual se sentam os fiéis.

Por fim, a Fábrica do Gás. Data de 1848 e foi a primeira do país. A iluminação pública a gás foi possível graças à construção desta fábrica.

Estava muito frio e fiquei com as mãos a tiritar, mas soube bem a caminhada deste dia, em Leiden. 

É sempre bom sentir luz solar e ver o céu azul-clarinho (o corpo e o espírito sentem logo a diferença).

Os dias estão a ficar cada vez maiores... :-) Tão bom...!

Amanhã, mostro mais um bocadinho do passeio.

No jardim, dois rasgos de sol

Anteontem...
O silêncio é, muitas vezes, o melhor conselheiro.

Bom fim-de-semana!

Acer com pequenos diamantes

Ontem, o Acer no jardim, com as gotas de água a cintilar, mais parecia coberto de pequenos diamantes. 

Neva agora, pela primeira vez, este ano

Neva agora, pela primeira vez, este ano.
E ao mesmo tempo leio esta frase do Vergílio Ferreira:
"Pensa com a grandeza que pode haver na humildade".
E lembro-me do chá de menta fresca e dos risos desta manhã com a R.
E do convite para almoçar da S., em Haia, brevemente.
Está tudo certo por aqui. Nas pequenas coisas. E nas grandes também. Mesmo que sejam " Um verso em branco à espera do futuro", como a neve que cai agora, pela primeira vez, este ano.

Leiden é...

Leiden é Jazz...

Este beco fica ao lado de um clube de jazz.
Na próxima semana, entre 18 e 24, terá  lugar mais uma edição do Leidse Jazz Week .
Trinta cafés irão participar, num evento que já conta com 35 anos de vida.

Leiden é Arte...

Ao andar ao acaso pelas ruas da cidade, deparámo-nos com a Zône Galerie. Entrámos e gostámos muito das peças que vimos, sobretudo dos colares de Frans Beelen. Gostava de ter trazido este. A mistura de materiais desta artista pareceu-me muito feliz: vidro, têxtil, contas de vidro, conchas, etc. As peças dela inspiradas nos quadros de Van Gogh deixaram-me igualmente muito bem impressionada. 
Gosto muito de peças fora do comum, diferentes e, podendo, gosto de apoiar o trabalho criativo de autor. Esta pregadeira, por exemplo, achei-a lindíssima. É a minha cara: a cor, o tule, a forma, tudo...

Gostei também das carteiras da Sacha Wendt, especialmente esta, mas em roxo. O modelo parece 3D.

Finalmente, uma outra peça que achei muito elegante: este colar (quarta imagem a contar da direita) da Rina Ferreira. 

Leiden é vida boémia: muitos cafézinhos, muitos restaurantes...

Esta entrada de um restaurante grego com um pequeno altar ortodoxo, encantou-me. Tenho de passar por lá novamente para ver o nome do restaurante.

Os cafés têm todos um ar muito acolhedor, com muito bom ambiente. Não entrámos neste, mas gostei muito da parte exterior do edifício.

Leiden é também casas de pé alto, ricamente decoradas e sem cortinados...

O mural da sala de uma casa particular...
Tenho de voltar novamente para ver se tiro uma fotografia melhor.

Au revoir, Leiden!

Ainda queremos voltar ao mercado - a fruta cheirava tão, tão bem!!

Há tanto para fotografar ainda, sobretudo casas em estilo Art Nouveau.

As pessoas pareceram-me gentis - sempre que iam a passar, mas notavam que estava a fotografar, paravam e esperavam que eu tirasse a fotografia. Apreciei muito o cuidado.

Castelo de Leiden

Nada de confusões. Este não é o castelo de Arraiolos, mas sim o castelo de Leiden (séc. XI).  ;-)

Nós não fomos até lá acima. Chega-se ao topo facilmente, por umas escadinhas, mas estava frio e pouca luz. Fica para uma próxima. O castelo fica no centro da cidade e é de fácil acesso.

A entrada (1653)

Pelo que entendi, estes brasões pertencem a famílias de notáveis locais.

O portão sul é encimado por duas torres pequenas.
Fotografei esta para apanhar a luz das janelas dos edifícios ao lado.

R.I.P. David Bowie (1947-2016)

Estou sem palavras. David Bowie morreu. Não sabia que estava doente com um cancro.

Tinha 69 anos, completados no passado dia 8 e tinha acabado de lançar o seu último álbum: "Blackstar".

Para aqueles que gostam do cantor, e possam ir até Groningen, fica a sugestão da exposição itinerante "David Bowie is...",  patente no Groninger Museum, até ao próximo dia 13 de Março. A exposição, organizada pelo Victoria & Albert Museum de Londres, conta com mais de 300 objectos do arquivo pessoal de Bowie.

Até sempre, camaleão!

Francobolli, Leiden - Koffie met een kaartje

Este cantinho acolhedor...

fica no Francobolli, um café situado na bonita cidade de Leiden.

Na foto abaixo, a porta de entrada em estilo Art Nouveau.

Neste café,  podemos encontrar múltiplos escaparates com postais.

"Francobolli" é a palavra italiana para "selos" e aqui, enquanto bebemos um café, podemos escrever um postal para enviar a um familiar ou um amigo ( "koffie met een kaartje"/ café com um postal). Os selos podem ser adquiridos no bar e a Francobolli enviará o postal ao destinatário no dia indicado por nós. Trata-se do único café dos Países Baixos com este tipo de serviço.

Não escrevi nenhum postal, mas comprei este para a minha colecção. ;-)

Ao lanche,  provei o bolo de cenoura, que gostei muito.

O atendimento foi muito simpático e apreciei ainda um outro pormenor: não precisámos de pedir guardanapos. Vinham já no tabuleiro e...carimbados com o logo da casa.

À Agnes, quero agradecer a simpática sugestão. Gostámos imenso do Francobolli. Acho que vamos voltar lá muitas vezes...

PS: Um outro pormenor que achei piada:

as portas das casas-de-banho têm postais a indicar a quem se destinam.