Inspirados pela musicalidade serena dos Twarres e já com o desejo antigo de conhecer o mais antigo Planetário do Mundo, fomos, este sábado, à cidade dos professores, dos psiquiatras e dos planetas, como é conhecida Franeker, a cidade Frísia onde este ano se celebrou o Dia da Rainha.
Iniciámos uma hora e meia de viagem de automóvel.
Primeiro, os bosques e os moinhos eólicos da Flevolândia (o "polder" de trinta anos onde nos situamos), depois os campos cultivados da Frísia a perder de vista: milho, trigo, centeio, morangos, batatas, cebolinho, alface.
E muitas, muitas vaquinhas e ovelhas.
Pensei comigo que a paisagem tipicamente holandesa está mais na Frísia que na Holanda propriamente dita....;-)
Por outro lado, se esta paisagem deu um gozo extraordinário aos olhos, também me lembrou, com alguma tristeza, a decadência da agricultura portuguesa... e pensar que nós temos mais território que os Países Baixos e potencialidades agrícolas mais diversificadas (vinha, sobreiros,...).
Chegados a Franeker, apercebemo-nos de imediato, da intocabilidade desta cidade com origens na Idade Média. Edifícios antigos, bem cuidados, onde as marcas dos nossos tempos (Phonehouse, Hema, Blokker,...) estão bem integradas, sem ferir a História do local.
Pelo canal, seguimos até ao café do planetário, onde provei um delicioso licor Frísio de canela e uma bela fatia de tarte de maçã, a melhor até hoje. O marido optou por um sumo de laranja natural e uma fatia de tiramisú à moda da Frísia (tiras de bolo de chocolate entremeadas de queijo).
A lauta degustação custou doze euros, valor muito simpático se compararmos com os valores holandeses. :-)
Ao lado, ficava o Planetário e foi para lá que nos dirigimos.
A visita foi guiada em inglês. Aconselhamos a todos, especialmente a quem tem filhos.
Foi emocionante observar, em tempo real, o Sistema Solar em movimento :-) As constelações e as horas que o sol se levanta e se põe, ou o relógio que mostrava as fases da lua ao longo do ciclo de 28 dias.
Tudo isto na sala de estar de um cardador de lã do século XVIII. :-)
No piso superior, vimos o mecanismo do Planetário, mostruários com astrolábios, relógios, lunetas, bússolas e calendários, livros antigos de astronomia, e painés mais recentes a explicar a formação de Nebulosas e Galáxias.
Orgulhosos, vimos documentos sobre as navegações portuguesas pelas estrelas :-)
Gostámos de ver, sim senhor! Já no Museu Judaico em Amesterdão, Portugal é uma presença forte.
Mas Portugal não nos ia deixar por aqui porque junto à Igreja, vimos um edifício com uma escultura de Santo António com o Menino ao colo. Já em Utrecht, tinha visto uma.
As sinalizações do início de um dos caminhos para Santiago de Compostela, onde já estivemos também, essas sim, foram uma grande surpresa!
Comprámos o nosso primeiro livro em Neerlandês. O título é Friese Pot e como já adivinharam é sobre cozinha Frísia. Custou cinco euros e ainda oferece fotografias das diversas cidades Frísias, canções em Frísio (com tradução para Neerlandês) e textos sobre as festas tradicionais da região.
"Goedkoop", não vos parece? :-)
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