Neste barco, comem-se panquecas várias, como o próprio nome indica (o barco das panquecas).
De seu nome "Johanna", data de 1939 e chegou a estar alugado à Cruz Vermelha para prestar ajuda médica na frente de batalha, durante a Segunda Guerra Mundial, até ao momento da capitulação do país.
Após a capitulação e durante a ocupação alemã, conseguiu ficar a salvo (escondido), não tendo sofrido um único arranhão.
Depois do final da Guerra, a sua primeira viagem foi novamente ao serviço da Cruz Vermelha, desta vez, para transportar bens de primeira necessidade até Roterdão, cidade que, naquela época, estava muito carente de tudo.
Hoje, é um restaurante muito querido e estimado pelas famílias da cidade de Almere.
Para aqueles que vivem cá e queiram ver o cardápio, por favor, clicar aqui.
O "Johanna" tem capacidade para 180 pessoas no interior e 70 no exterior.
Estas fotografias foram tiradas na semana passada. Nesse final de tarde, os clientes estavam todos lá fora a jantar, no convés do barco.
Thijs Borsten é um pianista, compositor e produtor holandês, tendo já actuado no Concertgebouw de Amsterdam, no North Sea Jazz Festivalem Roterdão, e em vários países como a India, a África do Sul ou a Alemanha. Já produziu trabalhos para a Wende Snijders, tem trabalhado com a cantora de ópera Tania Kross, interessa-se por World Music e tem colaborado com artistas de diversas origens, incluíndo a nossa Sara Tavares (num disco da cabo-verdiana Dina Medina).
Este espectáculo consiste num desafio lançado por Thijs Borsten a dois cantores de registos diferentes para, numa actuação conjunta, cruzarem fronteiras entre os respectivos estilos musicais. Neste mês de Março, o desafio deu-se entre o Gospel e o Fado, pelas vozes de Michelle David (1966) e Maria de Fátima (1961).
Thijs Borsten é acompanhado pelo baixista Xander Buvelot e pelo baterista Arno van Nieuwenhuize.
Nós gostámos imenso do espectáculo: a elevada qualidade dos músicos e das intérpretes, os solos e os duetos (o da Canção do Mar foi surpreendente), a apresentação das intérpretes através de entrevistas (soltas, divertidas) e fotografias dos momentos mais significativos de cada uma e histórias associadas, a interacção com o público (com jogos de perguntas incluídos), o auditório em si, muito acolhedor...Gostámos de tudo e víamos mais uma vez.
As senhoras do desafio
Maria de Fátima (Fado)
Maria de Fátima ganhou "A Grande Noite do Fado" em 1974, tendo já cantado com Amália Rodrigues e Camané. Em 1981, veio para Amsterdam, onde, durante vários anos, se dedicou à vida familiar e foi cantando ocasionalmente, até que, em 2001, volta em grande força, tendo já gravado 6 álbuns, desde então, e dado concertos nos Países Baixos, na Alemanha e na Bélgica.
Michelle David (Gospel)
Michelle David cresceu em Nova York, onde cantava na igreja. Mais tarde, frequentou a High School of Performing Arts (do filme Fame), tendo, posteriormente, trabalhado em diversos espectáculos e digressões e colaborado com Michael Bolton e Diana Ross. Neste momento, vive e trabalha nos Países Baixos.
NB: Especialmente para os leitores/seguidores do Blogue a residir nos Países Baixos:
Há umas largas semanas, no nosso restaurante favorito em Almere, a S., que trabalha lá, disse-nos que o Centro Cultural Corrosia já tinha reaberto em Almere Haven ( a parte mais antiga da cidade) e que, em Março, iria decorrer um espectáculo de Fado e Gospel. A S. , que já esteve no Porto e veio encantada com Portugal e a simpatia dos portugueses, sabe que gosto de Fado e estava, por isso, a avisar-nos. Um gesto muito atencioso da parte dela - gostei muito. Entretanto, um Sábado destes, já depois das compras no mercado e do almoço, fomos até ao Corrosia para tomar um café e espreitar as mudanças No andar de cima, achámos muita piada a estes azulejos, onde os habitantes de Almere Haven registam os seus desejos e aquilo que sentem como necessário para a freguesia.
Este azulejo chamou-me logo a atenção:
" Meer Kunst
Meer Cultuur
Meer Samen "
" Mais Arte
Mais Cultura
Mais Comunidade" ( "samen" quer dizer "juntos")
Não pude deixar de sorrir...Há muitas actividades culturais a decorrer nesta parte da cidade, desde feiras de velharias a espectáculos musicais... Mas é bom que a comunidade local continue a reafirmar o seu desejo por "Mais Cultura, Arte e Comunidade".
No azulejo quadrado, pede-se uma estação de comboios. Estou com eles! A cidade é muito grande e tem por isso várias estações de comboios, mas não na sua freguesia mais antiga. Seria bom interligá-la de forma mais rápida e cómoda com o resto da cidade (Almere Haven fica do outro lado do Lago Weerwater). Actualmente, das duas, uma: ou vamos de carro ou apanhamos o autocarro. Não sei se uma nova estação em Almere Haven está prevista ou não, mas dava jeito, sobretudo no Verão. Parece que já me estou a ver a caminho da gelataria Mariola, vezes e vezes sem conta....;-))
Parte do painel de azulejos
onde encontrámos mais registos a pedir uma estação de comboios, como podem verificar abaixo.
Gostei imenso da ideia deste painel. É uma forma de dar a conhecer os desejos da comunidade local e mais do que isso, lembrar aos responsáveis locais o que se pode ainda melhorar e se deve manter e impulsionar como a Cultura e a Arte. E, sobretudo, as mudanças mais necessárias para o bem-estar da população...
Uma ideia muito gira, não acham?
Deixo-vos com uma das minhas letras favoritas de David Bowie Changes (1971)
Há dias, fui a uma ervanária em Almere Haven, comprar um chá de canela, salvia e pimenta. Sem estar à espera, na volta, passei por este edifício de alvenarias revestidas a telhas, que captou de imediato a minha atenção. Sorte minha, ainda apanhei o final da tarde espelhado nas janelas, que, de repente, me pareceu formar bonitos quadros embutidos...
Gosto muito do contacto diário com os animais que podemos usufruir em Almere. Ele é cisnes, patos, coelhos, ovelhas...Até vemos, de vez em quando, corças e raposas...
E ele veio, o Sinterklaas (São Nicolau). Chegou a Almere Haven, ao meio-dia, e nós estávamos lá, no cais, à espera dele.
Os ajudantes (Zwarte Pieten / Pedros Pretos) também vieram, para distribuir pepernoten pelas crianças.
Chegaram todos de Espanha (diz a história ;-), no barco dos presentes - este ano, acastelado. Todos os anos é assim, no fim-de-semana seguinte ao Dia de São Martinho, mas, creio, com total desconhecimento de nuestros hermanos. ;-))
O cais estava à pinha, as crianças delirantes...
Acho que estávamos todos, a bem dizer...:-))
Pelo menos eu, desde ontem, ando com esta canção na cabeça...;-)
Este ano, a chegada oficial do Sinterklaas foi em Groningen.