Wednesday, 13 April 2016

Festival des Métiers da Casa Hermès



Este Domingo foi o último dia do Festival des Métiers da Casa Hermès, que teve lugar no Holandsche Manege, o edifício da mais antiga Escola Equestre do Reino dos Países Baixos. O dia estava radioso, a entrada no evento era grátis, logo seria uma pena não ir, especialmente, pela oportunidade de ver os artífices desta já centenária marca de luxo a trabalhar: a minúcia e a atenção aos detalhes na execução das peças, o uso cuidadoso dos materiais nobres (como a seda), e, sobretudo, o trabalho em equipa, para que tudo corra bem e tenhamos um produto final de grande qualidade e elevado sentido estético.

Panorâmica geral do espaço



Desta Casa,  que conta já com aproximadamente dois séculos de história, vieram vários artífices demonstrar o seu trabalho. Cada um deles estava acompanhado de uma intérprete de Neerlandês, que traduzia as perguntas dos visitantes e as respostas dadas por aqueles profissionais.

Eis algumas das hábeis mãos da Hermès

A incrustar diamantes



A montar um relógio de pulso




A costurar uma carteira



A finalizar uma gravata



A trabalhar no desenho dos lenços



A costurar as bainhas dos lenços



No video abaixo, podem ver como se faz manualmente cada um dos lenços da Hermès.




As fotografias tiradas no Domingo

A colocar a placa com os desenhos do lenço que vão ficar a vermelho ( o processo é idêntico para todas as outras cores do lenço)


A passar a tinta



A verificar o resultado



O produto final



O lenço no início dos trabalhos



Vários lenços da Hermès



No final desta demonstração, que teve o seu início às 18:00, e visto tratar-se do último dia, o senhor que estava a explicar como se tingiam os lenços, pediu uma salva de palmas individualizada para cada um dos artífices na sala, não esquecendo os organizadores, as intérpretes, os fotógrafos e os seguranças. Um encerramento muito caloroso e engraçado também, pois, alguns dos artífices, quando chamados, não perceberam porque estávamos a bater palmas, visto ainda estarem ocupados a falar com os visitantes, nas respectivas bancadas. Resultado: começavam também a bater palmas, mas sem perceber muito bem porquê, nos primeiros momentos. ;-))

Tuesday, 12 April 2016

Entre a Vondelstraat e a Overtoom



Domingo de sol sem um passeio a pé não é Domingo...

Na Overtoom, uma das principais artérias da cidade, conhecida pelos seus múltiplos cafés e restaurantes, mas também belos edifícios...

Neste, um casal balouçava as pernas, sentado à janela, a gozar o sol...(a fotografia não mostra)



Já no regresso, próximo da Leidseplein...



Na Vondelstraat, junto ao Vondelpark

Esta casa de canto, situada junto à igreja, alberga uma enorme biblioteca pessoal e familiar...



Há casas magníficas por aqui....

Ricas em detalhes...

Pequenas esculturas...



Varandas trabalhadas a ferro forjado...Portas magníficas... Jardins bem cuidados...



E a Igreja, belíssima e imponente ( as fotografias não fazem jus)...

De kerk van Heilig Hart van Jezus ( A Igreja do Sagrado Coração de Jesus), também conhecida pela Igreja do Vondel...




Da autoria de P.J.H. Cuypers (1827-1921), data da segunda metade do século XIX. Este arquitecto projectou mais de 100 igrejas, sendo esta considerada a sua obra-prima. Cuypers foi também o arquitecto responsável pela Amsterdam Centraal Station e o Rijksmuseum.



Uma parte tranquila da cidade, muito boa para passear, onde sabe bem estar...




Na rua, vislumbrámos um casal sentado à porta de casa (os holandeses gostam de puxar as cadeiras para a rua em dias de sol). As duas filhas brincavam no passeio, à-vontade...

Monday, 11 April 2016

Café Americain


Café Americain, Leidseplein, Amsterdam

Um café, no Domingo à tarde, em Estilo Art Deco

( e o café é bom)



O Americain situa-se no centro da cidade, junto ao Vondelpark e a diversas casas de espectáculo, como o De la Mar Theather, o Stadsschouwburg e o Paradiso.


Já tinha mostrado os candeeiros Tiffany por aqui...


mas não os vitrais como deve ser...


E nem esta parte da sala...



Adorei estes 20 minutinhos por lá, para tomar a bica, quando chegámos à cidade. O dia estava radioso, a sala aconchegante com a luz dos vitrais, o cafézinho uma maravilha, a casa-de-banho muito bonita ( próxima vez, fotografo), e o pessoal uma simpatia. Um perfeito ponto de partida para uma tarde que nos levou a uma caminhada entre a Vondelstraat e o Overtoom e depois ao Festival des Métiers da Casa Hermès, no Hollandsche Manege, onde acabámos por lanchar, antes de virmos para casa.


Votos de uma boa semana!


Saturday, 9 April 2016

Das paisagens planas da Flevolândia...


No fim-de-semana passado, a caminho do Batavia Stad...

As paisagens planas da nossa província, a Flevolândia...

(fotografia tirada com o carro em andamento)



Jacques Brel (8/4/1929- 9/10/1978), Mijn vlakke land





Wanneer de Noordzee koppig breekt aan hoge duinen /  Quando o Mar do Norte quebra nas altas dunas
En witte vlokken schuim uiteenslaan op de kruinen  / E flocos de espuma branca parecem coroas
Wanneer de norse vloed beukt aan het zwart basalt /  Quando a maré quebra no basalto negro
En over dijk en duin de grijze nevel valt / E dique e duna cobrem-se de névoa cinzenta
Wanneer bij eb het strand woest is als een woestijn / Quando a maré baixa na praia desolada como um deserto
En natte westenwinden gieren van venijn / E a humidade assola como um abutre
Dan vecht mijn land, mijn vlakke land / Então, luta o meu país, o meu plano país

Wanneer de regen daalt op straten, pleinen, perken / Quando a chuva cai em ruas, praças e canteiros de flores
Op dak en torenspits van hemelhoge kerken /  E nos telhados das igrejas imponentes
Die in dit vlakke land de enige bergen zijn / As únicas montanhas deste plano país
Wanneer onder de wolken mensen dwergen zijn / Quando sob as nuvens  nos tornamos pequenos
Wanneer de dagen gaan in domme regelmaat /  Quando os dias se tornam regularmente estúpidos
En bolle oostenwind het land nog vlakker slaat /  E o vento de leste atinge este plano país
Dan wacht mijn land, mijn vlakke land / Então, espera o meu país, o meu plano país

Wanneer de lage lucht vlak over 't water scheert / Quando o ar rompe sobre as águas
Wanneer de lage lucht ons nederigheid leert / E nos ensina a humildade
Wanneer de lage lucht er grijs als leisteen is / Quando o céu cinzento parece uma ardósia
Wanneer de lage lucht er vaal als keileem is /  E a terra em  barro se transforma
Wanneer de noordenwind de vlakte vierendeelt /  Quando o vento Norte sopra pelos quatros cantos da terra
Wanneer de noordenwind er onze adem steelt  / E nos rouba o fôlego
Dan kraakt mijn land, mijn vlakke land / Então, treme o meu país, o meu plano país

Wanneer de Schelde blinkt in zuidelijke zon /  Quando o Escalda brilha ao sol do sul
En elke Vlaamse vrouw flaneert in zon-japon /  E cada mulher flamenga se veste para passear 
Wanneer de eerste spin zijn lentewebben weeft / Quando as aranhas tecem as primeiras teias
Of dampende het veld in juli-zonlicht beeft /  E o orvalho irradia na luz dos campos de Julho
Wanneer de zuidenwind er schatert door het graan /  Quando o vento sul ruge através do grão
Wanneer de zuidenwind er jubelt langs de baan /  E se espraia pelos caminhos
Dan juicht mijn land, mijn vlakke land/ Então, exulta o meu país, o meu plano país


NB: A tradução é minha. Alguma sugestão de melhoria é só dizer.

Bom fim-de-semana!

Thursday, 7 April 2016

Mata Hari no Fries Museum

Ainda no Fries Museum...

Na sala dedicada a Mata Hari (1876-1917) 


Mata Hari foi uma famosa dançarina exótica e cortesã neerlandesa, natural de Leeuwarden, acusada de espionagem a favor dos alemães durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Morreu em França, por fuzilamento.

No próximo ano, os arquivos franceses serão abertos e conhecida a verdadeira história por detrás da sua condenação e morte.

Nas fotografias abaixo:

Facturas de compras de Mata Hari

Uma das facturas é das famosas Galerias Lafayette, em Paris.



Postais enviados à filha, Louise Jeanne MacLeod (1898-1919)



Na sala, podemos ver também a certidão de nascimento, a certidão de óbito e um livro com recortes de jornais.

NB: O video desta biografia de Mata Hari, com imagens de época, está em castelhano.



Tópicos do video:


A perda da riqueza familiar pelo pai, a ida do pai para Amsterdam, a morte da mãe, o novo casamento do pai, a ida para o colégio em Leiden, o casamento com MacLeod, o nascimento dos filhos, a ida para as Indias Orientais Holandesas, a vida no Oriente, o falecimento do filho por envenenamento, o regresso à Holanda, a separação do casal, a ida para Paris, a carreira de bailarina exótica, os amantes, a vida em Berlim, regresso a Haia, e depois a Paris em 1916, a vigilância pelas forças de segurança francesas, a proposta para se tornar espia a favor da França, a viagem de barco até à Bélgica, retorno a Espanha, ida à embaixada alemã em Madrid, aviso a Berlim sobre Mata Hari, os alemães levam os franceses a acreditar que Mata Hari trabalhava para eles, Mata Hari é vigiada e presa, as queixas de Mata Hari da vida prisional, a confissão de Mata Hari, a condenação à morte.

Greta Garbo (1905-1990) como Mata Hari (1931)



Monday, 4 April 2016

No Fries Museum


Segundo dia de Páscoa (segunda-feira, 28/03/2016) 
Visita ao Museu da Frísia (província situada a Norte dos Países Baixos) em Leeuwarden
(capital da província)

Bem-vindos ao Museu da Frísia! Welkom naar Het Fries Museum!

Na sala dedicada à Frísia (pintura, trajes regionais,...)

Traje regional feminino



Um recanto ( gostei muito do relógio)



Nas salas dedicadas à Resistência durante a Segunda Guerra Mundial

Cartões de identificação


Não pude observá-los como deve ser, pois já estava no final da visita. Não cheguei a ver se pertenciam a judeus, ou a membros da Resistência ou se eram identificações falsas; digo isto, porque, momentos antes, vimos alguns instrumentos de trabalho dos falsificadores de documentos.


Cartões de Racionamento


Um rádio escondido num livro


Cilindros lançados pelos aviões com aprovisionamentos para as populações



À saída, nas escadas, candeeiros com peças de tricot feitas pelas crianças das escolas básicas locais



Temos de voltar a este museu, pois não vimos todas as salas (faltou-nos a sala dedicada ao tricot) e quero voltar com mais tempo à parte dedicada à Resistência - fiquei muito tempo a ver filmes de época sobre o período ( bombardeamento de Roterdão, saída da Rainha Wilhemina do pais, etc) e já não pude apreciar as peças como queria. 

Uma outra sala muito interessante é dedicada ao mobiliário típico de Hindeloopen, uma cidade da Frísia que aconselho muito a visita, e onde já levámos amigos nossos de Portugal que estiveram cá a passar uns dias. Esta sala lembrou-me o Museu de Hindeloopen (que gostei imenso e recomendo!), com as divisões da casa decoradas com o mobiliário típico desta cidade medieval que também fez parte da Liga Hanseática.

Neste momento, no Museu da Frísia, está patente também uma exposição sobre o ouro encontrado na província pertencente ao período medieval, desde moedas a peças de joalharia: Gold - Found Treasures from the Middle Ages.  Esta mostra vale muito a pena, pois tem peças de grande valor histórico e que nos transportam a uma Frísia Medieval rica e poderosa. De salientar igualmente, a reconstrução do rosto de uma mulher do século VII, cujo esqueleto foi encontrado num tronco de um carvalho oco (tree trunk lady) no monte mais alto da Frísia, e os quais ( rosto reconstruído e esqueleto na árvore) podem ser vistos na exposição.

Sobre a parte dedicada à Mata Hari, falaremos no próximo post.

Aos que moram cá: a entrada no museu é gratuita desde que sejam portadores do museumkaart.
O museu fecha às 17:00 e a viagem a partir de Almere demora uma hora e meia. 

Friday, 1 April 2016

Elburg


Sábado de Páscoa

Elburg: a localidade com maior densidade de monumentos nacionais por km2  dos Países Baixos

Vischpoort (literalmente: Porto de Pesca) 

Inicialmente uma torre de defesa, a Vischpoort funcionou, no século passado, como guarda-costeira. Elburg foi uma zona predominantemente piscatória até ao final da Segunda Guerra Mundial.
Quero voltar, no Verão, a esta pequena vila de forma rectangular, ladeada por água, e de ruas simétricas,  para ver a panorâmica desta torre, que dizem ser muito bonita.
A Vischpoort fica junto ao porto e a um bonito parque, pelo qual se tem acesso às galerias subterrâneas (Kazematten), que também podem ser visitadas na época estival.




Detalhes arquitectónicos

Antigo Orfanato (weeshuis) e Escola de Latim

Frontão
"Erguido no Ano de 1778"



O casario

A cor a que estou habituada acima dos grandes rios: cor de tijolo.



A cor que associo às províncias a sul dos grandes rios: o branco.



E por isso, não estava à espera de ver tantas casas com fachadas em branco, em Elburg. 
Mas já notei, que nas cidades hanseáticas  (estou a lembrar-me mais precisamente de Zutphen), cá em cima, mais a Norte, encontramos maior número de edifícios de fachada branca.
Fiquei a pensar se haveria alguma relação ( acabamentos mais refinados devido à riqueza dos comerciantes).



Weduwehofje  (1549)

Albergue de viúvas pobres

Fica situado junto à Igreja de São Nicolau



Theekoepel  junto ao cais

Um theekoepel é um pequeno edifício típico da arquitectura neo-clássica neerlandesa do século XVII.

Este serve nada mais, nada menos, que gelados italianos...






Um detalhe de uma das ruas

Não me cheguei a aproximar, mas, um dia destes, passo por lá outra vez - tenho curiosidade em saber se posso comprar um livrinho, sem ser necessário falar com alguém, bastando, para isso, colocar o dinheiro na caixinha e retirar o livro, como já vi fazer em Almere, Amsterdam e, sobretudo, na cidade-livraria de Bredevoort.... (mas também pode ser um detalhe meramente decorativo...).



A seguir, estender-me-ia no parque, a ler um bocadinho...



Depois do passeio pela cidade, digam lá, se não sabia bem...;-)

A foto abaixo foi tirada já no final da tarde, na rua à direita da torre, quando se entra.



A cidade tem um parque muito agradável junto ao cais (fotografia acima) e muitas esplanadas (ainda com mantinhas à disposição), especialmente, quando passamos a torre e seguimos pela rua em frente. A sensação imediata que tive foi "Estou na Rua Direita cá do sítio." Muito comércio, muitos cafés, muito movimento, pessoas para trás e para a frente, uma rua cheia de vida.

Este video mostra-nos a cidade actualmente, mas também filmes antigos do frenesim da actividade piscatória, e os botters a navegar, como barcos assoprados a todo o pano...




Tenham um bom fim-de-semana!