Tuesday, 28 February 2017

Museu Van Loon, Amsterdam



Dizia eu, no último post, que tínhamos ido ao Museu Van Loon, em Amsterdam - uma casa senhorial do século XVII (1672), situada no sobejamente conhecido Canal dos Imperadores (Keizersgracht).

Família Van Loon é uma das famílias mais célebres da capital do Reino. Um dos seus membros mais ilustres foi Willem van Loon, co-fundador da Companhia das Indias Orientais (VOC, em neerlandês). Willem van Loon foi um dos directores do núcleo da VOC de Roterdão (os outros núcleos da VOC foram Amsterdam, Middelburg, Delft, Hoorn e Enkhuizen). A Companhia, como sabemos, foi fundada no início do século XVII, em 1602, e terminou em 1799, poucos anos depois da Quarta Guerra Anglo-Holandesa (1781-1784) - guerras essas, durante as quais, o Reino Unido disputou a hegemonia do comércio marítimo aos holandeses.

Esta casa, que agora visitamos, entrou na posse da Família Van Loon já nos finais do século XIX, em 1884, como presente de casamento para o Jonkheer ("Dom", em português) Willem Hendrick Van Loon. À época, a Família já tinha sido elevada à categoria de Par do Reino, ou seja, já tinha sido nobilitada. Numa das divisões da Casa, encontramos fotografias das famílias reais dos Países Baixos, da Bélgica e do Luxemburgo, com as quais a Família Van Loon se foi relacionando ao longo do século passado e finais do século XIX, desempenhando até, cargos elevados e de grande influência junto da Corte da Casa de Orange. Thora Van Loon, por exemplo, mulher de Willem Hendrick Van Loon, foi Dame du Palais da Rainha Guilhermina (bisavó do actual Rei dos Países Baixos). Thora decidia quem seria ou não apresentado à Rainha na sua visita anual a Amsterdam, por exemplo.

Aconselho que passem por este museu, caso venham de férias por estas paragens. A Casa é, de facto, muito bonita. Ficam aqui algumas fotografias para vos abrir o apetite. No site do Museu, ainda encontram mais algumas, como por exemplo, as do piso superior, onde ficam os quartos.

Enjoy!


O Coche de Gala da Família Van Loon 



A cozinha 



O serviço de jantar em porcelana de Limoges com o monograma da Família



Quadros de diversos e ilustres membros da Família Van Loon





Os estuques do tecto e das paredes da escadaria



A sala de estar com ligação ao jardim





Uma vez que não fotografei os quartos, coloco aqui este video que encontrei no Youtube, para que possam dar uma espreitadela. 



Curiosidade: o primeiro residente desta casa foi o pintor Ferdinand Bol, discípulo de Rembrandt.


Friday, 24 February 2017

Rebel, rebel?



Às vezes, o mundo da blogosfera traz à nossa vida pessoas que de outra forma não conheceríamos - pessoas com quem, vamos, devagar, descobrindo afinidades e interesses em comum. E quando a caixa dos comentários parece já não chegar, passamos ao mail, onde podemos ter conversas mais longas e mais pessoais. Pelo meio da digitação e entre as letras do teclado, vamos vivendo escuta e empatia, generosidades e afecto. Mais tarde, chegam aqueles momentos em que as palavras parecem também não serem suficientes e queremos fazer parte da vida do outro de uma forma mais física, mais material. Nesse "estádio", damos por nós a lembrar-nos dessa pessoa, dos seus gostos e preferências, e vá de enviamos marcadores e oferecemos livros "para a troca", como quem volta a ser miúdo e a trocar cromos à hora do recreio. E tão bom que é! Enquanto o chá ou o lanche ainda não tiveram oportunidade de acontecer...

Outras vezes, a blogosfera também nos faz conhecer pessoas que, embora sem o mesmo grau de partilha, afinidades ou interesses em comum como os acima descritos, partilham a mesma nacionalidade ou um problema similar de vida.  Diria que esta situação talvez seja mais comum entre emigrantes ou expatriados. Devo dizer que, por norma, o factor "nacionalidade" não me faz querer conhecer uma pessoa. Mais importante para mim são as afinidades que partilhamos. O resto é geografia. Assim como as idades dos envolvidos. Não me aquece, nem me arrefece. Volto a dizer, as afinidades ou o desejo de trocar experiências no que a um mesmo assunto diz respeito são o mais importante para mim. 

Há também outro factor a ter em conta quando nos encontramos com pessoas que "só" conhecemos da blogosfera. O facto de já sermos adultos e termos as nossas personalidades mais ou menos estruturadas. No meu caso, aos 46 anos, já sei bem o que gosto ou não, comportamentos e atitudes para os quais já não tenho paciência, e sobretudo a noção que não quero e não posso perder tempo (afinal, metade da minha vida já lá vai). E compreendo perfeitamente, que algumas idiossincracias minhas não sejam do agrado de alguns. Mais, aceito e respeito.

Querem saber um pouco mais sobre as minhas "bizantinices"? Eis o que vos espera, quando nos conhecemos pessoalmente. ;-)

Have fun!!

1. Eu não gosto que fumem ao pé de mim em espaços fechados (a sala de uma casa, por ex), sejam cigarros ou drogas leves. Desde que deixei de fumar Marlboro (os  meus ex-cigarros favoritos) há 14 anos (tinha 32), que não suporto o cheiro a tabaco. E acho uma falta de educação, fumarem para cima de mim, se estiver a comer naquele momento. Aprecio a gentileza do gesto de quem pede licença para fumar. Se já estivermos na rua (quintal, esplanada), não me importo de dizer que sim, que pode fumar. Quanto a drogas leves, não suporto o cheiro de todo. Por isso, já sabem, escusam de me convidar para churrascos ou afins onde isso possa acontecer, que eu não levo nada mal e até agradeço a atenção.

2. Dou-me mal com "obrigatoriedades" de visitas ou experiências quando vamos a um local. O meu ascendente é Gémeos, deve ser por isso. Não acho que seja obrigatório ir a uma coffee shop quando se vem a Amesterdão, ou ver o Papa quando se vai a Roma. Quando fui ao Vaticano, há 20 anos, não vi o Papa; vi-o, sim, no ano seguinte, pelas Jornadas Mundiais da Juventude, no Campo de Marte, em Paris. Eu vejo o que me apetece, de acordo com a minha esfera de interesses, e ao ritmo que achar conveniente, na altura. Se estou de férias, quero estar à-vontade, sem obrigatoriedades disto e daquilo. Não imponho os meus gostos e desgostos a ninguém e gosto que respeitem os meus. Por isso, nada tenho contra a momentos em que os programas ocorram em separado (amigo não empata amigo). Coffee shops não são a minha praia e não estão na minha esfera de interesses, ponto. 

3. Não sigo "modas" e não gosto da palavra "trendy". Eu só adopto algo, se gostar. Só porque é moda, não. Como diria Yves Saint-Laurent: " As modas passam, mas o estilo é eterno". Modas que eu não sigo (mas quem quiser que o faça): não uso tatuagens nem piercings, calças rasgadas ou um pouco acima dos tornozelos no Inverno (deixando aqueles a descoberto, a "rapar" frio), saltos desproporcionados à minha altura, brilhantes durante o dia, maquilhagem pesada, folhos quando estou mais gorda, whatever. Eu só visto o que gosto. Da mesma forma, que posso vestir ou calçar marcas ou não. A minha preocupação centra-se mais nos materiais. O algodão e o linho estão no topo da minha lista, por exemplo.

4. Não gosto do uso indiscriminado de palavrões. Tudo o que é demais enjoa. Gosto de usar palavrões com muita parcimónia. Até para que se perceba que fiquei deveras irritada.  Os palavrões, para mim, devem ser como as trovoadas. De vez em quando, para se notarem bem, na sua força. A banalização estraga o efeito.

5. Há perguntas que não faço e que me irritam quando as ouço. Aqui vai uma pequena lista:
" Quando é que arranjas um namorado?" (penso sempre que tacto e sensibilidade não moram por ali, no perguntador intrometido)
" Quando é que te casas?" (nem todos querem ou podem).
" Quando é que tens filhos?" ( idem)
" Quando é que mandas vir o segundo (filho)?" ( haja mesmo paciência para tanta intromissão).
Ou perguntas sobre a família (não sabemos se as pessoas se dão bem entre si e se estamos a tocar em assuntos sensíveis para o nosso interlocutor). Daí que nunca pergunte aos meus fellow expats, especialmente se acabei de conhecê-los:
" A tua família vem cá no Natal?"
" Vocês costumam ir lá?"
" Tens irmãos, papagaios e periquitos?"
Prefiro que seja a pessoa a tomar a iniciativa de falar sobre esses assuntos. Não estou a dizer que estas perguntas sejam feitas com maldade, mas a experiência tem-me ensinado que é melhor ficar calada e deixar que o outro fale de si como entender e à medida da sua vontade e do seu grau de conforto. Volto a dizer: às vezes, sem querer, estamos a tocar em assuntos muito sensíveis...Por outro lado, não gosto de perguntas em barda, sobretudo, quando acabámos de conhecer a outra pessoa. Calma, que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Prefiro que os assuntos surjam naturalmente, a propósito. Às vezes, parece que se perdeu a arte de conversar...

6. Estou-me absolutamente nas tintas se o marido da "X" decidiu tornar-se dono-de-casa, ou a própria "X", com ou sem filhos. Ou se mudaram radicalmente de profissão e de estilo de vida. Desde que sejam felizes nas suas escolhas e levem uma vida honesta, sem prejudicar ninguém, por mim, siga a marinha. Quem vive no convento, é que sabe o que lá vai dentro. E a vida alheia não me diz respeito. Tomara eu conseguir dar conta da minha (e às vezes, vejo-me grega), quanto mais da vida dos outros.Tenho mais que fazer, pelo amor da Santa...

7.  Aborrece-me sobremaneira o uso indiscriminado de telemóveis, câmaras fotográficas e outras maquinetas. Há tempo para tudo. Gosto, quando vou encontrar-me com uma pessoa, que estejamos concentrados em nós e nas nossas conversas. Compreendo perfeitamente que o telemóvel esteja ligado, quando há filhos, familiares no hospital, ou nos encontramos à espera de chamadas urgentes ou importantes, etc, mas não gosto quando a pessoa se põe a falar ao telemóvel tempos infinitos e se esquece de quem que está à sua frente (dá vontade de terminar o jantar e oferecer-lhe um pacotinho de chá, if you know what I mean). Também compreendo que se queira fotografar um local novo ou um prato que nunca se provou, mas já não gosto quando se fotografa tudo o que mexe, quebrando o fio à conversa, a intimidade, o momento. Ultimamente, também observo muitas pessoas a andar na rua, com um stick na mão, enquanto se filmam. De acordo, façam lá isso, mas não enquanto passeiam comigo (até porque não gosto de ser filmada ou fotografada). Nesses momentos, prefiro que estejamos mais concentrados nas nossas conversas. E até não me importo de parar de quando em vez, para filmar algo específico, mas passar o tempo todo nisso não é para mim.

8. Também não me chamem para longas filas. É que não me apetece nada trabalhar para as varizes. Ainda no outro dia, fomos ao Hermitage para ver a exposição sobre Os Romanov. Fiz meia-volta, volver, quando vimos a fila. E rumámos ao Museu Van Loon e fizemos muito bem. Ainda não subi ao Arco do Triunfo em Paris por causa das longas filas que encontrei das vezes que lá fui.

9. Quando vou a Portugal, cansa-me ouvir de forma constante as expressões "os meninos" e "as meninas" ditas pelos pais quando se referem aos filhos. Tenho saudades de ouvir dizer "os meus filhos" ou "as minhas filhas" e de ouvir os nomes das respectivas crianças. E dos avós, tenho saudades de escutar "os meus netos"/"as minhas netas" e dos tios, "os meus sobrinhos/ "as minhas sobrinhas". Às vezes, parece que os miúdos deixaram de ter família e relações de parentesco. E cansa-me também que os colegas de escola ou das actividades extra-curriculares, dos clubes, etc, sejam referidos como "os outros meninos". Acho uma expressão tão vaga. Quem são "os outros meninos"? Colegas, amigos? Não terão nomes estas crianças? Se forem dois amigos chegados, presumo que se saibam os nomes... E sinto falta do uso de palavras sinónimas, numa língua tão rica como a nossa: as crianças, os petizes, os putos, os pequenos, os miúdos, os gaiatos,...

10. E por falar em petizes, sinto que já não tenho paciência e energia para ir a festas com muitas crianças em espaços fechados. Já se um casal amigo com filhos nos convidar para um passeio no parque, onde possamos correr e brincar, gosto muito. Eu sou uma pessoa de ar livre e esfoladelas nos joelhos, lábios lambuzados de amoras, que gosta de rolar pelas encostas dos parques e andar de pés descalços na areia da praia.


Bom fim-de-semana! E bom Carnaval! Have fun!



Thursday, 23 February 2017

Vento, vento, vento...


Vento, vento, vento....

Rajadas de 80 a 100 km /hora...

E no mar, dizem, serão de 130 km/hora...

Impossível abrir chapéus-de-chuva...
E não se caminha, escala-se o vento...
E nas ruas, onde as folhas bailam em louco rodopio, há caixotes do lixo caídos aqui e ali...
Chega-se a casa com persistência, num querer maior contra o vento, que, em força, nos tenta barrar os passos...E prosseguir...

Tuesday, 14 February 2017

Dia de São Valentim 2017


Deste São Valentim:

Do país das flores: gerberas e rosas, as minhas flores preferidas...




De Portugal, o jantar: camarões à la Guilho...



E não, o jantar não foi à luz das velas, mas da vela...;-)) e com luzes indirectas....
Esta vela, da Rituals, foi oferta de uma amiga pelo Natal.



A sobremesa? Um Vlaai, bolo típico do Limburgo (sul dos Países Baixos).
A versão? Bolo de champanhe Moet & Chandon com cassis. Foi a primeira vez que experimentámos e estava divinal. Nada enjoativo, sem sabor forte a álcool, e muito suave...



Momentos para mais tarde recordar...

Boa noite de São Valentim!

Sunday, 12 February 2017

Neve, cisnes, patos, canais,...



Da caminhada de hoje pelo bairro

Sair de casa: neve e gelo no pinheiro do jardim da frente



Canal junto à paragem dos autocarros



No lago: cisne a olhar directamente para a câmara fotográfica



Ainda no lago: este já mais tímido



Dois cisnes mergulhadores nas águas geladas do lago



Patos na margem do lago



Já no canal grande



Uma ave branca junto ao canal grande



Uma ave preta junto ao canal grande



No canal junto à paragem dos autocarros







Continuação de bom Domingo e votos de boa semana!


Saturday, 11 February 2017

Bom fim-de-semana!



Para vos desejar  um bom fim-de-semana, com um beijinho, neste sábado branquinho de neve e de muita neblina! :-)




Wednesday, 8 February 2017

Restaurante De Bergerrie, Almere



No último ano, por motivos de saúde, diminuí consideravelmente o consumo de carnes vermelhas. Mas, muito de quando em vez, gosto de provar novos hambúrgueres. Gosto muito, por exemplo, do hambúrguer da Gasterij Oostvaarders, restaurante situado na reserva natural de Oostvaardersplassen. Este, na foto abaixo, já nos fica mais próximo em termos de acessibilidade, em pleno Grote Markt, no centro da cidade de Almere. E chama-se huisgemaakte reuzenburger ( hambúrguer gigante caseiro). É servido em pão turco e leva picles, cebola e tomate. Muito saboroso!! Recomendo a quem passar pela cidade.




O nome do restaurante é Brasserij De Bergerrie.

A sala acolhedora onde almoçámos no último dia do ano e, onde, num destes sábados, almocei com uma amiga que veio de Amersfoort passar um bocadinho da tarde comigo. Esta entrada fica no beco. 




Aberto todos os dias, excepto à segunda-feira, entre as 12:00 e as 24:00. Geniet ervan!Enjoy!, se vierem para estas bandas!


Monday, 6 February 2017

Speelklokmuseum, Utrecht



E do que mais gostei do Museu dos Realejos em Utrecht foi das caixas de música...




Este museu é uma maravilha! Não deixem de lá ir, se passarem por Utrecht!

Esta caixa de música, por exemplo, tem um acrobata que actua enquanto a música toca.




Neste museu, também encontramos relógios muito bonitos. A visita é guiada e podem colocar as vossas questões à-vontade.



Na fotografia abaixo, a sala de baile dos grandes realejos.



Tenho de voltar a este museu para tirar melhores fotografias.

By the way, entrada grátis com o cartão dos museus!

Votos de boa semana para todos!