Do tempo do sol luminoso lá fora. Dos camiseiros brancos, azuis e às riscas que tanto gosto. Dos lenços de final de tarde em branco, verde-água, azul e destas cores misturadas. Dos gelados de fim-de-tarde. Dos passeios já imaginados aqui pelas redondezas. Do verde dos campos e dos muitos animais que vemos, entre vilas e cidades, pelas janelas dos comboios: cavalos, ovelhas e vaquinhas, claro. Mesmo que "retidos" num espaço, como uma sala ou um quarto, conseguimos imaginar como é esse mundo que nos transcende, neste tempo de narcisos aqui e e ali, pela cadência tão certa dos ciclos, nestas terras baixas, de canais e vedações frágeis de madeira, que mais parecem de brincar. Basta fechar os olhos e lembrar como são todos os anos estes anúncios de Primavera. E escancarar os ouvidos, às vozes dos petizes entre brincadeiras pelas ruas, neste tempo cálido e morno que nos envolve numa dormência suspensa. Ainda não se ouvem aqui e ali as máquinas de pressão de limpeza das lajes dos jardins, mas já fui surpreendida por uma, discretamente, esta semana. Entretanto, já inaugurámos a época dos espargos cá em casa, e hoje vamos ter sopinha dos ditos ao jantar, pois já comprámos o pacote com todos os ingredientes no Albert Heijn.
NB: texto reeditado a 29 de Março, às 11:27.
NB: texto reeditado a 29 de Março, às 11:27.