O dia está de sol (tímido, mas de sol) e eu estou cansada. Ontem, estive a pintar de branco uma parede da cozinha. Antes disso, retirei tudo dos armários, desloquei-os e fiquei abismada com as "cordas" de cotão nas paredes e o chão coberto de pó branco. Antes de limpar, fotografei. Gosto de guardar registos. Depois de limpar e pintar, voltei a colocar os móveis nos sítios. Hoje, dói-me os braços.
O meu marido, entretanto, pintou a parte superior da parede junto ao tecto da cozinha e a parte do tecto da sala que estava preta de sujidade.
Na semana anterior ao meu aniversário, pintei três paredes da sala, uma delas era amarela, e o meu marido pintou uma parede que era bege sujo e as partes superiores das outras três paredes. Pintámos tudo de branco.
Antes, tive de retirar tudo da cristaleira, do aparador e da livreira e depois, voltar a guardar as coisas novamente. Mas não fiz tudo ao mesmo tempo. Cada dia correspondia a uma parede e a um móvel.
Na quinta, ficou tudo pronto e na sexta, partimos para Aachen.
O nosso quarto e o hall já tinham sido pintados há algumas semanas.
Nós decidimos pintar porque o nosso contrato de arrendamento de um ano foi renovado por mais três anos, e além disso, a senhoria não aumentou a renda para este ano.
Às vezes, pergunto-me porque motivo a senhoria deixou a casa assim, tão descuidada. Será que estava deprimida? A relação afectiva não correu bem? Quis ficar longe e depressa (a senhora foi viver para o norte)?
No próximo dia 4 de Dezembro, faz um ano que cheguei aqui. Vinha muito doente, com gripe, e extenuada por causa de tudo. As burocracias (papeladas cá e lá), das compras (roupa, sobretudo), das viagens em Novembro (viémos para cá de carro para procurar casa e depois retornei de avião a Portugal), das mudanças consoante o destino que dei às coisas (para cá, para casa da minha mãe, para casa de um casal amigo e para uma associação), da limpeza da casa em Lisboa.
Três dias depois, apesar de estar mal, tive que me levantar. Tinha quase cento e trinta caixotes espalhados pela casa.
Na época, a principal preocupação era libertar o espaço, arrumar para aceder facilmente ao que precisávamos. Nós trouxémos tudo connosco, desde os livros, que são muitos, aos peluches da infância.
Depois, fiz uma grande limpeza à casa, mas confesso que não me senti com forças para limpar atrás dos móveis da cozinha porque isso implicaria deslocá-los. Resolvi adiar.
Pedir ao meu marido, fora de questão, não tive coragem. Cansado estava ele a montar os móveis que comprámos no IKEA:três livreiras, uma cómoda, a secretária e as vitrines para os cds.
Entretanto, retirámos as persianas e os cortinados sujos e colocámos no lixo juntamente com os móveis velhos que a senhoria cá deixou.
A arrecadação ocupou-me seis dias. Retirar móveis velhos, limpar e colocar tudo o que não pude pôr aqui em casa: cortinados,varões, aquecedores, quadros e espelhos.
Isto sem contar que ainda fui a Portugal tratar de assuntos, fiz o nível A1 de Neerlandês, estive doente do estômago, fomos de férias, tive visitas e o gato veio para cá.
O Blog, fazer novos amigos, conhecer os vizinhos, conhecer o país, a sua cultura e as suas tradições, adaptar-me a novas legislações, a um sistema de saúde em que não há alternativa ao sistema público, ao comércio que funciona de forma muito diferente, aos multibancos com funcionalidades mais limitadas, à água que me fez alergia e provocou comichões durante semanas, ao frio que me gelava os ossos, à lingua com tantos guturais.
Nunca compreendi tão bem os bebés como agora, quando se deparam com um mundo inteiramente novo para conhecer, compreender e viver.
É preciso energia para assimilar tanta informação em simultâneo e começar a produzir o nosso próprio registo!
O meu marido, entretanto, pintou a parte superior da parede junto ao tecto da cozinha e a parte do tecto da sala que estava preta de sujidade.
Na semana anterior ao meu aniversário, pintei três paredes da sala, uma delas era amarela, e o meu marido pintou uma parede que era bege sujo e as partes superiores das outras três paredes. Pintámos tudo de branco.
Antes, tive de retirar tudo da cristaleira, do aparador e da livreira e depois, voltar a guardar as coisas novamente. Mas não fiz tudo ao mesmo tempo. Cada dia correspondia a uma parede e a um móvel.
Na quinta, ficou tudo pronto e na sexta, partimos para Aachen.
O nosso quarto e o hall já tinham sido pintados há algumas semanas.
Nós decidimos pintar porque o nosso contrato de arrendamento de um ano foi renovado por mais três anos, e além disso, a senhoria não aumentou a renda para este ano.
Às vezes, pergunto-me porque motivo a senhoria deixou a casa assim, tão descuidada. Será que estava deprimida? A relação afectiva não correu bem? Quis ficar longe e depressa (a senhora foi viver para o norte)?
No próximo dia 4 de Dezembro, faz um ano que cheguei aqui. Vinha muito doente, com gripe, e extenuada por causa de tudo. As burocracias (papeladas cá e lá), das compras (roupa, sobretudo), das viagens em Novembro (viémos para cá de carro para procurar casa e depois retornei de avião a Portugal), das mudanças consoante o destino que dei às coisas (para cá, para casa da minha mãe, para casa de um casal amigo e para uma associação), da limpeza da casa em Lisboa.
Três dias depois, apesar de estar mal, tive que me levantar. Tinha quase cento e trinta caixotes espalhados pela casa.
Na época, a principal preocupação era libertar o espaço, arrumar para aceder facilmente ao que precisávamos. Nós trouxémos tudo connosco, desde os livros, que são muitos, aos peluches da infância.
Depois, fiz uma grande limpeza à casa, mas confesso que não me senti com forças para limpar atrás dos móveis da cozinha porque isso implicaria deslocá-los. Resolvi adiar.
Pedir ao meu marido, fora de questão, não tive coragem. Cansado estava ele a montar os móveis que comprámos no IKEA:três livreiras, uma cómoda, a secretária e as vitrines para os cds.
Entretanto, retirámos as persianas e os cortinados sujos e colocámos no lixo juntamente com os móveis velhos que a senhoria cá deixou.
A arrecadação ocupou-me seis dias. Retirar móveis velhos, limpar e colocar tudo o que não pude pôr aqui em casa: cortinados,varões, aquecedores, quadros e espelhos.
Isto sem contar que ainda fui a Portugal tratar de assuntos, fiz o nível A1 de Neerlandês, estive doente do estômago, fomos de férias, tive visitas e o gato veio para cá.
O Blog, fazer novos amigos, conhecer os vizinhos, conhecer o país, a sua cultura e as suas tradições, adaptar-me a novas legislações, a um sistema de saúde em que não há alternativa ao sistema público, ao comércio que funciona de forma muito diferente, aos multibancos com funcionalidades mais limitadas, à água que me fez alergia e provocou comichões durante semanas, ao frio que me gelava os ossos, à lingua com tantos guturais.
Nunca compreendi tão bem os bebés como agora, quando se deparam com um mundo inteiramente novo para conhecer, compreender e viver.
É preciso energia para assimilar tanta informação em simultâneo e começar a produzir o nosso próprio registo!
2 comments:
Custa mudar de cantinho, mas depois quando tornamos um novo espaço a nossa casa é tão bom, sentimo-nos aconchegados, no nosso lar.
Beijinhos
Obrigada pela força e pelo carinho,Tê:)
É sempre um gosto muito grande sentir-te por aqui:)
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