Friday, 15 April 2016

Jools Holland no Paradiso



Jazz, Soul, Blues, Rock, Boogie-Woogie, Ska, uma noite plena de boa música, grandes intérpretes de trompete, saxofone, trombone e piano e excelentes vozes como Ruby Turner. Sim, o Jools Holland esteve cá, no passado sábado, no Paradiso, em Amsterdam, e ia deitando a casa abaixo.

Uma das partes do concerto que mais gostei.



Pelo menos, ao longo do espectáculo, por diversas vezes, senti o chão a tremer debaixo dos meus pés, tal a energia da noite. Ao nosso lado, casais holandeses com os filhos adolescentes. Não sei quem vibrava mais: se os mais novos, se os pais, da geração X, à qual pertenço. Só sei que vi uma holandesa dar um xoxo no marido, cheia de alegria e paixão e um casal ao nosso lado dançava, com ela a rodopiar nos braços dele. O que se passa com estes holandeses, geralmente tão contidos nos espectáculos? pensei, deliciada. Só sei que o ambiente era muito feliz, sorríamos invariavelmente uns para os outros e os meus maxilares já me doíam porque não conseguia pura e simplesmente deixar de sorrir. Uma das noites mais felizes da minha vida. Dancei que me fartei. No dia seguinte, acordei com o sorriso do Jools Holland na cabeça. Não pude deixar de reparar como ele estava contente por nos ver tão soltos e felizes. Ele, que até disse que nos queria levar para casa...

Um video que demonstra bem a alegria e a paródia da noite.

Com os cantores de Ska



Já a Ruby Turner foi aos píncaros também a cantar Peace in the Valley e quase pensei que ela desmaiasse quando acabou de actuar. No video abaixo, reparem como ela se segura ao piano depois de ter cantado (deu tudo de si, em energia e talento, na prestação deste tema Gospel que já tem quase 80 anos). O concerto finalizou, assim, em grande, não sem antes os 4 encore, que permitiram estender um pouco mais esta noite inesquecível e que fez jus ao nome da sala de concertos onde tinha lugar, o Paradiso, outrora uma igreja e que ainda hoje mantém uns vitrais lindíssimos...

Peace in the Valley, 1937

There will be peace in the valley
For me some day 
There will be peace in the valley 
For me, Oh Lord. I pray 
There'll be no sadness 
No sorrow, no trouble 
I see There will be peace 
In the valley for me.




Lembram-se do video desta mesma canção, do espectáculo do Jools Holland, da última Passagem de Ano, na BBC2?




De salientar que todos os músicos que compõem a orquestra dirigida pelo Jools Holland tiveram o seu momento de actuação principal ao longo da noite. Gostei imenso da forma como ofereceu um momento de protagonismo a todos os elementos da sua orquestra e nos permitiu usufruir de forma mais destacada do enorme talento de cada um deles. A gentileza e generosidade dos grandes que não temem sombras, reconhecem e vibram com o talento dos demais, elogiam quando a ocasião assim o justifica e gostam de brilhar em conjunto, numa comunhão cúmplice e profícua de talentos. Um senhor, portanto. E que tem divulgado tantos novos talentos do mundo da música ao longo dos últimos 24 anos, sem esquecer os veteranos.

Um miminho final:


Vejam só no video abaixo como as mãos dele dançam e voam ao piano numa excelente prestação de Boogie-Woogie...incluíndo com O Vôo do Moscardo de Nikolai Rimsky (1:43) e um dos Prelúdios de Bach, que também fizeram parte do espectáculo da passada noite de sábado, no Paradiso.




Veel Plezier! Enjoy!

Bom fim-de-semana!

NB: Post actualizado às 13:18 de 15/04. Obrigada a quem fez e publicou os videos no Youtube.

8 comments:

bea said...

hummm... vou adiar o conteúdo do post. Para curtir no sossego :).

João Menéres said...

Gostei especialmente dos dois últimos vídeos ( o da Ruby Turner a cantar Peace in the Valley e o que defines como miminho ).
MUITO BOM !

Também agradeço o teu trabalho, Sandra !

Um beijo muito amigo.

bea said...

Bom, vamos lá a ver, neste horário estou sem pedalada e esta gente guardou-se assim para sempre numa euforia que eu não consegui nem nunca. Mas pronto, cada um é como cada qual. De modos que estou a sentir-me um bocadinho em baixo por ser pacata, o que numa sexta à noite que já é sábado não dá mesmo jeito nenhum.
Depois, a senhora canta como se a vida se lhe acabe logo a seguir. E não tenho a certeza se não se agarra ao piano para o circundar ou se para se aguentar em cima dos saltos altos, aquilo é muito peso para tão pouco espaço (iria pensando, tenho que sair daqui o mais depressa que puder e descalçar os malvados dos sapatos).

Quanto ao terceiro vídeo, não há mãozinhas em lado nenhum. Podem ser mãos audíveis (não é bonitinho, mãos audíveis). Podem.
É isso: BFS

bea said...

Peço desculpa, o meu sono trocou os vídeos. Há mesmo as mãos, os dedos, a rapidez que é arte.

Presépio no Canal said...

João,

No início, ainda fiquei na dúvida se deveria publicar alguns dos videos (são amadores e presumo que feitos por telemóvel), mas arrisquei porque me pareceram razoáveis (eu nem tento fazer que não tenho jeito nenhum para coisas mais técnicas). Este post pareceu-me, por isso, um bocadinho arriscado de fazer - estava com receio que o mensageiro matasse a mensagem.Por isso, resolvi repetir o video do programa da BBC que já tem uma qualidade diferente e dá para ter uma ideia mais precisa da qualidade dos intervenientes, sem ruídos de fundo, com colunas ao lado, etc.
Este espectáculo foi uma injecção de alegria, que só vivendo. Para o ano, se o JH vier novamente, acho que estou lá outra vez. E confesso-te um desejo: gostava tanto de assistir a um dos espectáculos dele na BBC ao vivo...Mas pronto...depois penso que a Mariza já lá foi e que estive lá um bocadinho através dela. :-)
Beijinho grande!

Presépio no Canal said...


Bea,

Saltos altos e excesso de peso não combinam lá muito bem, é verdade - vi por mim, quando o Hipotiroidismo me atirou para os 87 kg. Neste momento, já com 71 kg, arrisco um salto de 4 cm.
Artista sofre, é verdade (o espectáculo de final de ano da BBC2 deve ter pedido o uso do sapatinho). ;-)
Confesso que não sei como a RT não se acabou toda no final - juntar a espiritualidade do Gospel ao ritmo mais acelerado do Boogie Woogie exige muito da caixa torácica. Admiro muito o que estes profissionais conseguem fazer - só há pouco tempo, aprendi a respirar melhor (com o Yoga).
No Boogie Woogie, a rapidez é arte, é verdade. Haja mãozinhas para aquilo (exige técnicas precisas de cada mão).
Nunca aprendi piano e tenho pena porque sou apreciadora, mas o meu marido sim e ele ajuda-me a compreender melhor a execução, o que é bom.
Bom sábado! E com um bocadinho de sol, espero! :-)

MR said...

Não conhecia e gostei. Obrigada.

Presépio no Canal said...

MR,

:-) Nesse caso, sugiro um pulinho até este post:
http://presepiocomvistaparaocanal.blogspot.nl/2016/01/da-passagem-do-ano-musica.html
BFS!