Tudo começou com uma conversa com a minha prima E., em Setembro último, em casa da minha mãe. A E. contava-me das viagens dela a Marrocos, Palma de Maiorca e Cabo Verde (já há dois anos que não nos víamos) e foi aí que pensei que uma ida à Ilha do Sal talvez fosse um bom destino para este ano. A simpatia das pessoas, as praias de areia branca, a língua - tudo me atraía...
A estadia no Melia Dunas revelou-se, inesperadamente, muito familiar. Parecia que tínhamos ido visitar velhos amigos. Todos nos acolheram com imensa e extraordinária alegria quando se aperceberam que éramos portugueses. "Somos povos-irmãos.", diziam. A conversa seguia, então, para o futebol (fiquei a saber que o
Nani é cabo-verdiano), para as famílias que tinham em Portugal, para os locais do nosso país que já tinham visitado ou onde já tinham vivido. O sorriso franco, as piadas, o riso constante que se criava nos
spots onde nos encontrávamos, os acenos de longe, tudo isto criou uma energia muito positiva, porque acolhedora e generosa, que nos envolveu durante toda a semana. Senti-me em casa.
Quanto ao hotel propriamente dito, gostei muito, mas houve alguns aspectos que nem tanto.
Os apartamentos são bons: espaçosos, limpos, com um design
clean e bonito. Gostei especialmente dos produtos de higiene (suaves e com um cheirinho muito agradável) e do facto dos ares condicionados não incidirem directamente nos nossos corpos, bem como, da confortabilidade dos colchões e das almofadas. O único cuidado a ter é com a água da torneira por causa da doença do legionário. Mas o próprio hotel fornece as garrafinhas de água para beber e lavar os dentes. Também não é necessário levar toalhas de praia, pois eles facultam-nas.
Achei o hotel, de uma forma geral, muito cómodo e organizado. À chegada, por exemplo, e enquanto aguardávamos na fila para o
check-in, ofereceram-nos uma bebida refrescante. Entretanto, as malas foram recolhidas e distribuídas pelos apartamentos, ou seja, não tivémos de transportá-las pessoalmente, e quanto a nós, após o
check-in, já estavam, em frente à recepção, carros de vários lugares à espera. Estes carros estão sempre a circular no
resort, o que é óptimo, pois o espaço é enorme.
No entanto, houve alguns aspectos que me desagradaram:
Na nossa opinião, a comida do
buffet, exceptuando a fruta e os queijos
, não era nada de especial e, por isso, só lá almoçámos uma vez. Gostámos mais do pequeno restaurante/bar de apoio, junto ao apartamento, que estava igualmente abrangido pelo "
all inclusive" e cujos pratos eram mais saborosos, embora muito simples.
Outro aspecto que também me desagradou no Melia foi o período em que não havia comida disponível no
resort, por exemplo, entre as 10:30 e as 11:30. O
buffet fechava às 10:30, os bares de apoio só serviam bebidas e o restaurante ao pé do apartamento só abria mais tarde. O melhor era trazer, connosco, alguma peça de fruta do
buffet do pequeno-almoço.
Ao jantar, optámos, por 3 vezes, pelo
Atlantis (este pago à parte), onde se come, sobretudo, peixe e marisco. Muito bom! Recomenda-se!
Já no
Sahel, este já incluído no "pacote", jantámos por duas vezes. A especialmente deles é cozinha africana e claro, a cachupa. Estava boa, mas esperava algo mais tradicional. E achei estranho que em vez de música tradicional cabo-verdiana, estivessem a passar
Bossa Nova.
No que toca às bebidas, também fiquei um bocado decepcionada com o "
all inclusive" do Melia: quer com os martinis, quer com os cocktails. Os sumos achei muito acuçarados. Já os copos de Cava sim, esses valeram a pena.
Quanto às lojas, gostei sobretudo da
Analita, onde se pode comprar roupa e acessórios de praia bonitos e a preços moderados. O salão de estética também é muito agradável. A loja de produtos típicos pareceu-me muito cara - mais vale comprar em Santa Maria.
No mais, gostei dos espectáculos de animação, no anfiteatro, sobretudo os de danças cabo-verdianas. Os bailarinos são muito bons, sobretudo o Cristiano - vê-se que nasceu para o que faz.
O espaço do Melia é lindo! Vale a pena ver o video abaixo. A rede wi-fi é que podia funcionar melhor. Durante os dois últimos dias, mal consegui aceder à Internet. Tanto assim, que só no dia 22, soube que o J. S. tinha sido preso e mesmo assim, pela televisão...