Os deliciosos morangos holandeses. O tempo dos espargos. A música da carrinha dos gelados no final da tarde pelas ruas do bairro. O canto dos pássaros pela manhã. Os ninhos dos cisnes ao longo dos canais. O giz nos passeios. A limpeza dos quintais. Os anúncios de plantas e mobiliário de jardim nos folhetos que chegam pelo correio. Os narcisos nos campos verdes que ladeiam as estradas e as rotundas. É a Primavera a despontar.
Gosto desta sazonalidade que os Países Baixos voltaram a trazer à minha vida. Um marcar de tempos e de ritmos, um folhear de página, mais devagar...
A minha cantora neerlandesa favorita... Wende Snijders
Há umas semanas, um representante da Antea Group esteve em nossa casa, para medir as janelas e verificar o isolamento sonoro dos quartos (o de dormir, o de vestir e o escritório). A auto-estrada aqui próxima está a ser alargada e pretendiam saber se as casas da rua iriam necessitar de reformas para melhorar o isolamento sonoro. Na nossa rua, as casas seguem dois modelos: o do nosso lado e o do outro em frente. Assim sendo, basta visitar uma casa de cada lado para saber se há melhorias a efectuar ou não. No caso destas serem necessárias, as mudanças serão executadas e custeadas pela entidade pública competente. Fiquei muito bem impressionada com esta preocupação com a saúde dos cidadãos. Planeamento e Organização Batavos no seu melhor...
Era a minha sugestão para hoje, Dia do Rei, especialmente para aqueles que querem fugir à confusão, mas está tanto frio...Anyway, se, entretanto, o tempo melhorar (os passarinhos cantam lá fora e o sol parece despontar de vez em quando), aqui fica a dica:
Quando os supermercados Albert Heijn põem as crianças (e não só) a criar as suas próprias hortinhas (moestuintjes)...
Uma vez que não temos crianças (para quem acho a actividade especialmente gira), dou os potinhos com as sementes dos diversos legumes ao filho dos meus vizinhos, o L., que tem 5 anos.
No supermercado, após um montante €15 em compras, é-nos dado um potinho. O objectivo é atingir os 20 diferentes potinhos.
Há uns dias, o nosso vizinho J. disse-me, em tom de brincadeira, à frente da mãe do L. : " Já sabemos onde vamos buscar os nossos legumes..." ;-)). Ele viu-me entregar à mãe do L., o suporte que eu tinha trazido do Albert Heijn para colocar os potinhos ;-)
No video abaixo, podem ver como esta menina vai compondo a sua hortinha. Achei muita piada a este video. A miúda é muito gira e toda despachada, a mostrar as sementinhas, o cartãozinho onde se escreve a data, etc ...:-) Dank je wel Arwen!
No video seguinte, já de uma outra horticultora, a Semmy, podem ver o suporte para os potinhos. A Semmy fez videos de todo o processo. Dank je wel, Semmy! E só vos posso dizer, que conseguiu uns legumes de primeira categoria.
NB: A acção deste ano já terminou (decorreu entre 07/03 e 03/04).
os 2 sóis e os 2 arco-íris que o nosso vizinho L., de 5 anos, desenhou a giz, no nosso passeio.
25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo Sophia de Mello Breyner Andresen(06/11/1919-02/07/2004) A primeira senha da Revolução: E Depois do Adeus, Paulo de Carvalho
"Sabias que o prato nacional do Suriname, o Pom, é de origem judaico-portuguesa?", perguntava-me uma colega do ginásio que costuma ir também às aulas de Yin Yoga. " Não...", respondi, com um sorriso, simultaneamente intrigada e interessada em saber mais.
O Suriname é uma antiga colónia neerlandesa situada na América do Sul e que faz fronteira com o Brasil. O meu/nosso primeiro contacto com a cultura do país foi cá, nos Países Baixos (uma das nossas vizinhas é de lá).
"Podes comprar no take-away do Toko.", acrescentou a minha colega. Nessa mesma tarde, o meu marido e eu passámos por lá e comprámos. Nós gostamos de ir ao Toko. Eles vendem, sobretudo, produtos da Indonésia, da China e do Suriname. E tremoços espanhóis. E eu gosto muito de tremoços. E de comprar algas (anti-inflamatórios naturais) e fungos pretos para as saladas e massa com chá verde.
O Pom é feito com pedaços de frango entre camadas de pomtajer(é um tubérculo, uma raíz), sumo de limão e um molho feito com óleo ou margarina, cebola, tomate, sal, pimenta e noz-moscada. Inicialmente, os judeus portugueses usavam batatas, mas o prato sofreu algumas adaptações e actualmente faz-se, sobretudo, com pomtajer.
No Youtube, encontrei este video que explica, em maior detalhe, quais os ingredientes e como se faz o Pom (a partir dos 00:40). Enjoy!
NB: Obrigada a quem colocou este video no Youtube.
No dia que estivemos em Haia, fomos lanchar com a S., a nossa amiga indiana. Um encontro divertido, com muitas fotografias e piadas pelo meio e celebrado com Dabeli, uma iguaria indiana do Guzerate, um dos 28 Estados da Índia, e por onde, nós, Portugueses, já andámos (fortalezas de Damão e Diu).
O Dabeli consiste numa merenda picante feita com batatas cozidas misturadas com dabeli masala (mistura de especiarias, incluíndo gengibre), servida em pão de hamburguer, e guarnecida com romãs e amendoíns tostados. O recheio inclui também um chutney feito de tamarindos, tâmaras, alho, e pimentos vermelhos. É picante, mas sabe muito bem.
Chego a casa, à noite, e leio que partiste. Fico muda.
Tu também... Que ano este!...
E lembro as vezes que te dancei, nas discotecas, no tempo da Faculdade, nos idos 80/90...
E ainda hoje, tantas vezes em casa. Caramba! O que eu sempre gostei de dançar, de olhos fechados, debaixo dessa chuva púrpura...
Todo este Universo é um livro em que cada um de nós é uma frase.
Fernando Pessoa, in Citador
No hospital, houve outra coisa que me deliciou: o bolo de arroz português que comi na cafetaria. Era mesmo bom. Foi o meu marido que reparou nele. Estava escrito na "fitinha": Bolo de Arroz. E tinha um rectângulo verde e vermelho, a simbolizar a nossa bandeira. Gosto quando o Universo me envia estes pequenos presentes. Sabem tão, tão bem!...
E por falar em música... Ontem, no hospital, em Haia, um piano, na sala de entrada. Só reparei nele, já depois da consulta. Uma garota tocava e foi aí que percebi. Ficámos a ouvir um bocadinho.
"Ela toca bem", disse-me o meu marido. Sorri. Naquele momento, senti-me num casulo muito quentinho e cheio de luz. Os sons que saiam daquelas mãos infantis pareciam ampliar os raios de sol que trespassavam as janelas. Tal como nas estações de comboios, fez-me muito sentido um piano ali, à disposição de todos. A música torna tudo mais leve e ajuda a suspender as esperas. É também um dos melhores analgésicos e calmantes que conheço...
Na Estação de Den Haag Centraal ( Estação Central de Haia)
Inesquecível o que senti naquela sala de cinema, já lá vão quase 31 anos. A imensidão e a beleza da paisagem africana, que nos chegavam pela realização maestra de Sydney Pollack e estes dois grandes actores, que pareciam fazer o filme sozinhos, sem nada que os rodeasse, ao mesmo tempo, que as personagens por eles desempenhadas, nos deixavam assistir, num silêncio emotivo, a uma verdadeira história de amor, daquelas que valem uma vida inteira. Foi tudo tão real, tão belo, que saí de lá com a sensação que não tinha acabado de assistir a um filme, envolvida que estava por aquela conjugação mágica de talentos: a música de John Barry, a realização de Sydney Pollack e as interpretações de Meryl Streep e Robert Redford. Há noites em que os céus explodem.
Para a Vera, uma nossa leitora, que nasceu em 1985 e fez anos esta semana.
Uma destas manhãs, bem cedo (6:40), recebo um sms do nosso vizinho M. ( que deve ter visto luz no nosso quarto): " Hoi, Sandra. De deur van jullie schuur staats al sinds vanmorgen vroeg open. Check het even. Groetjes." Ele estava a avisar-me que a porta da arrecadação do jardim (onde guardamos material de jardinagem, churrasco e bicicletas) estava aberta desde manhã cedo. "Voei" para lá, mas estava tudo bem. Respirei, aliviada.
O M. estava no quintal ( o dele é ao lado do nosso) e falámos pela vedação. Disse-lhe que devia ter sido o meu marido que não tinha fechado bem a porta, na noite anterior (o meu hubby tinha ido à arrecadação retirar umas caixas de cartão e umas bases com rodas para uns amigos nossos que vão mudar de casa brevemente). Geralmente, fechamos a porta da arrecadação no trinco, mas o M. aconselhou-me mesmo a trancá-la. Há poucos dias, várias casas na rua tinham sido assaltadas, contou-me, e seria melhor ter cuidado. Fiquei surpreendida - o bairro é tão calmo ( as crianças brincam nas ruas sem supervisão dos pais, as bicicletas e os brinquedos ficam nos jardins da frente sem guarda, temos buurtpreventie, ou seja, a equipa voluntária de vizinhos que faz a ronda ao bairro, além da polícia ...). Agradeci ao M. por me ter avisado e vim para dentro a pensar no assunto.
Entretanto, este Sábado, telefona o nosso vizinho J, estávamos nós no centro da cidade.
" Queres ver que...", pensámos logo apreensivos, ainda com o aviso do M. fresquinho na nossa memória. Mas não, o J. só queria lavar as pedras do jardim da frente e perguntava se podia ligar a máquina de pressão à torneira que temos no nosso jardim. Aliviados, sorrimos um para o outro, a pensar nos nossos receios (Graças a Deus, infundados) e na ironia da situação: Naquele momento, estávamos a assistir a uma simulação de assalto a uma casa e à actuação das forças de segurança, no âmbito das festividades do Dia Nacional da Segurança, realizadas desde o seu início, há 3 anos, em Almere e que tinha contado, no momento de abertura, instantes antes, com a presença do Ministro da Segurança e da Justiça.
Jazz, Soul, Blues, Rock, Boogie-Woogie, Ska, uma noite plena de boa música, grandes intérpretes de trompete, saxofone, trombone e piano e excelentes vozes como Ruby Turner. Sim, o Jools Holland esteve cá, no passado sábado, no Paradiso, em Amsterdam, e ia deitando a casa abaixo.
Uma das partes do concerto que mais gostei.
Pelo menos, ao longo do espectáculo, por diversas vezes, senti o chão a tremer debaixo dos meus pés, tal a energia da noite. Ao nosso lado, casais holandeses com os filhos adolescentes. Não sei quem vibrava mais: se os mais novos, se os pais, da geração X, à qual pertenço. Só sei que vi uma holandesa dar um xoxo no marido, cheia de alegria e paixão e um casal ao nosso lado dançava, com ela a rodopiar nos braços dele. O que se passa com estes holandeses, geralmente tão contidos nos espectáculos? pensei, deliciada. Só sei que o ambiente era muito feliz, sorríamos invariavelmente uns para os outros e os meus maxilares já me doíam porque não conseguia pura e simplesmente deixar de sorrir. Uma das noites mais felizes da minha vida. Dancei que me fartei. No dia seguinte, acordei com o sorriso do Jools Holland na cabeça. Não pude deixar de reparar como ele estava contente por nos ver tão soltos e felizes. Ele, que até disse que nos queria levar para casa...
Um video que demonstra bem a alegria e a paródia da noite. Com os cantores de Ska
Já a Ruby Turner foi aos píncaros também a cantar Peace in the Valleye quase pensei que ela desmaiasse quando acabou de actuar. No video abaixo, reparem como ela se segura ao piano depois de ter cantado (deu tudo de si, em energia e talento, na prestação deste tema Gospel que já tem quase 80 anos). O concerto finalizou, assim, em grande, não sem antes os 4 encore, que permitiram estender um pouco mais esta noite inesquecível e que fez jus ao nome da sala de concertos onde tinha lugar, o Paradiso, outrora uma igreja e que ainda hoje mantém uns vitrais lindíssimos...
Peace in the Valley, 1937
There will be peace in the valley For me some day There will be peace in the valley For me, Oh Lord. I pray There'll be no sadness No sorrow, no trouble I see
There will be peace In the valley for me.
Lembram-se do video desta mesma canção, do espectáculo do Jools Holland, da última Passagem de Ano, na BBC2?
De salientar que todos os músicos que compõem a orquestra dirigida pelo Jools Holland tiveram o seu momento de actuação principal ao longo da noite. Gostei imenso da forma como ofereceu um momento de protagonismo a todos os elementos da sua orquestra e nos permitiu usufruir de forma mais destacada do enorme talento de cada um deles. A gentileza e generosidade dos grandes que não temem sombras, reconhecem e vibram com o talento dos demais, elogiam quando a ocasião assim o justifica e gostam de brilhar em conjunto, numa comunhão cúmplice e profícua de talentos. Um senhor, portanto. E que tem divulgado tantos novos talentos do mundo da música ao longo dos últimos 24 anos, sem esquecer os veteranos.
Um miminho final:
Vejam só no video abaixo como as mãos dele dançam e voam ao piano numa excelente prestação de Boogie-Woogie...incluíndo com O Vôo do Moscardo de Nikolai Rimsky (1:43) e um dos Prelúdios de Bach, que também fizeram parte do espectáculo da passada noite de sábado, no Paradiso.
Veel Plezier! Enjoy! Bom fim-de-semana! NB: Post actualizado às 13:18 de 15/04. Obrigada a quem fez e publicou os videos no Youtube.
A mais antiga Escola Equestre dos Países Baixos, onde se realizou o Festival des Métiers da Hermès
No Picadeiro
O café onde lanchámos
O tecto
O soalho, que de tão gasto, só me lembrava daquele verso do Eugénio de Andrade: " Já gastámos as palavras pela rua, meu amor" (Adeus)
A escadaria que nos leva ao café
A esplanada com vista para o picadeiro
Um café/sala de chá quase secreto no meio de Amsterdam...
Um pormenor que gostei imenso: durante o lanche,ouvimos uma parte de O Lago dos Cisnes e outra de O Quebra-Nozes. Creio que terá sido a primeira vez que lanchei num café ao som de música clássica. Por alguns momentos, imaginei-me numa sala de chá do século XIX, durante a época do Romantismo...
Este Domingo foi o último dia do Festival des Métiers da Casa Hermès, que teve lugar no Holandsche Manege, o edifício da mais antiga Escola Equestre do Reino dos Países Baixos. O dia estava radioso, a entrada no evento era grátis, logo seria uma pena não ir, especialmente, pela oportunidade de ver os artífices desta já centenária marca de luxo a trabalhar: a minúcia e a atenção aos detalhes na execução das peças, o uso cuidadoso dos materiais nobres (como a seda), e, sobretudo, o trabalho em equipa, para que tudo corra bem e tenhamos um produto final de grande qualidade e elevado sentido estético.
Panorâmica geral do espaço
Desta Casa, que conta já com aproximadamente dois séculos de história, vieram vários artífices demonstrar o seu trabalho. Cada um deles estava acompanhado de uma intérprete de Neerlandês, que traduzia as perguntas dos visitantes e as respostas dadas por aqueles profissionais.
Eis algumas das hábeis mãos da Hermès
A incrustar diamantes
A montar um relógio de pulso
A costurar uma carteira
A finalizar uma gravata
A trabalhar no desenho dos lenços
A costurar as bainhas dos lenços
No video abaixo, podem ver como se faz manualmente cada um dos lenços da Hermès.
As fotografias tiradas no Domingo A colocar a placa com os desenhos do lenço que vão ficar a vermelho ( o processo é idêntico para todas as outras cores do lenço)
A passar a tinta
A verificar o resultado
O produto final
O lenço no início dos trabalhos
Vários lenços da Hermès
No final desta demonstração, que teve o seu início às 18:00, e visto tratar-se do último dia, o senhor que estava a explicar como se tingiam os lenços, pediu uma salva de palmas individualizada para cada um dos artífices na sala, não esquecendo os organizadores, as intérpretes, os fotógrafos e os seguranças. Um encerramento muito caloroso e engraçado também, pois, alguns dos artífices, quando chamados, não perceberam porque estávamos a bater palmas, visto ainda estarem ocupados a falar com os visitantes, nas respectivas bancadas. Resultado: começavam também a bater palmas, mas sem perceber muito bem porquê, nos primeiros momentos. ;-))
Da autoria deP.J.H. Cuypers(1827-1921), data da segunda metade do século XIX. Este arquitecto projectou mais de 100 igrejas, sendo esta considerada a sua obra-prima. Cuypers foi também o arquitecto responsável pela Amsterdam Centraal Statione o Rijksmuseum.
Uma parte tranquila da cidade, muito boa para passear, onde sabe bem estar...
Na rua, vislumbrámos um casal sentado à porta de casa (os holandeses gostam de puxar as cadeiras para a rua em dias de sol). As duas filhas brincavam no passeio, à-vontade...
Adorei estes 20 minutinhos por lá, para tomar a bica, quando chegámos à cidade. O dia estava radioso, a sala aconchegante com a luz dos vitrais, o cafézinho uma maravilha, a casa-de-banho muito bonita ( próxima vez, fotografo), e o pessoal uma simpatia. Um perfeito ponto de partida para uma tarde que nos levou a uma caminhada entre a Vondelstraat e o Overtoom e depois ao Festival des Métiersda Casa Hermès, no Hollandsche Manege, onde acabámos por lanchar, antes de virmos para casa.
No fim-de-semana passado, a caminho do Batavia Stad...
As paisagens planas da nossa província, a Flevolândia...
(fotografia tirada com o carro em andamento)
Jacques Brel (8/4/1929- 9/10/1978), Mijn vlakke land
Wanneer de Noordzee koppig breekt aan hoge duinen / Quando o Mar do Norte quebra nas altas dunas En witte vlokken schuim uiteenslaan op de kruinen / E flocos de espuma branca parecem coroas Wanneer de norse vloed beukt aan het zwart basalt / Quando a maré quebra no basalto negro En over dijk en duin de grijze nevel valt / E dique e duna cobrem-se de névoa cinzenta Wanneer bij eb het strand woest is als een woestijn / Quando a maré baixa na praia desolada como um deserto En natte westenwinden gieren van venijn / E a humidade assola como um abutre Dan vecht mijn land, mijn vlakke land / Então, luta o meu país, o meu plano país
Wanneer de regen daalt op straten, pleinen, perken / Quando a chuva cai em ruas, praças e canteiros de flores Op dak en torenspits van hemelhoge kerken / E nos telhados das igrejas imponentes Die in dit vlakke land de enige bergen zijn / As únicas montanhas deste plano país Wanneer onder de wolken mensen dwergen zijn / Quando sob as nuvens nos tornamos pequenos Wanneer de dagen gaan in domme regelmaat / Quando os dias se tornam regularmente estúpidos En bolle oostenwind het land nog vlakker slaat / E o vento de leste atinge este plano país Dan wacht mijn land, mijn vlakke land / Então, espera o meu país, o meu plano país
Wanneer de lage lucht vlak over 't water scheert / Quando o ar rompe sobre as águas Wanneer de lage lucht ons nederigheid leert / E nos ensina a humildade Wanneer de lage lucht er grijs als leisteen is / Quando o céu cinzento parece uma ardósia Wanneer de lage lucht er vaal als keileem is / E a terra em barro se transforma Wanneer de noordenwind de vlakte vierendeelt / Quando o vento Norte sopra pelos quatros cantos da terra Wanneer de noordenwind er onze adem steelt / E nos rouba o fôlego Dan kraakt mijn land, mijn vlakke land / Então, treme o meu país, o meu plano país
Wanneer de Schelde blinkt in zuidelijke zon / Quando o Escalda brilha ao sol do sul En elke Vlaamse vrouw flaneert in zon-japon / E cada mulher flamenga se veste para passear Wanneer de eerste spin zijn lentewebben weeft / Quando as aranhas tecem as primeiras teias Of dampende het veld in juli-zonlicht beeft / E o orvalho irradia na luz dos campos de Julho Wanneer de zuidenwind er schatert door het graan / Quando o vento sul ruge através do grão Wanneer de zuidenwind er jubelt langs de baan / E se espraia pelos caminhos Dan juicht mijn land, mijn vlakke land/ Então, exulta o meu país, o meu plano país
NB: A tradução é minha. Alguma sugestão de melhoria é só dizer.
Mata Hari foi uma famosa dançarina exótica e cortesã neerlandesa, natural de Leeuwarden, acusada de espionagem a favor dos alemães durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Morreu em França, por fuzilamento.
No próximo ano, os arquivos franceses serão abertos e conhecida a verdadeira história por detrás da sua condenação e morte.
Postais enviados à filha, Louise Jeanne MacLeod (1898-1919)
Na sala, podemos ver também a certidão de nascimento, a certidão de óbito e um livro com recortes de jornais.
NB: O video desta biografia de Mata Hari, com imagens de época, está em castelhano.
Tópicos do video:
A perda da riqueza familiar pelo pai, a ida do pai para Amsterdam, a morte da mãe, o novo casamento do pai, a ida para o colégio em Leiden, o casamento com MacLeod, o nascimento dos filhos, a ida para as Indias Orientais Holandesas, a vida no Oriente, o falecimento do filho por envenenamento, o regresso à Holanda, a separação do casal, a ida para Paris, a carreira de bailarina exótica, os amantes, a vida em Berlim, regresso a Haia, e depois a Paris em 1916, a vigilância pelas forças de segurança francesas, a proposta para se tornar espia a favor da França, a viagem de barco até à Bélgica, retorno a Espanha, ida à embaixada alemã em Madrid, aviso a Berlim sobre Mata Hari, os alemães levam os franceses a acreditar que Mata Hari trabalhava para eles, Mata Hari é vigiada e presa, as queixas de Mata Hari da vida prisional, a confissão de Mata Hari, a condenação à morte.
Segundo dia de Páscoa (segunda-feira, 28/03/2016) Visita ao Museu da Frísia (província situada a Norte dos Países Baixos) em Leeuwarden (capital da província) Bem-vindos ao Museu da Frísia! Welkom naar Het Fries Museum!
Na sala dedicada à Frísia (pintura, trajes regionais,...) Traje regional feminino
Um recanto ( gostei muito do relógio)
Nas salas dedicadas à Resistência durante a Segunda Guerra Mundial
Cartões de identificação
Não pude observá-los como deve ser, pois já estava no final da visita. Não cheguei a ver se pertenciam a judeus, ou a membros da Resistência ou se eram identificações falsas; digo isto, porque, momentos antes, vimos alguns instrumentos de trabalho dos falsificadores de documentos.
Cartões de Racionamento
Um rádio escondido num livro
Cilindros lançados pelos aviões com aprovisionamentos para as populações
À saída, nas escadas, candeeiros com peças de tricot feitas pelas crianças das escolas básicas locais
Temos de voltar a este museu, pois não vimos todas as salas (faltou-nos a sala dedicada ao tricot) e quero voltar com mais tempo à parte dedicada à Resistência - fiquei muito tempo a ver filmes de época sobre o período ( bombardeamento de Roterdão, saída da Rainha Wilhemina do pais, etc) e já não pude apreciar as peças como queria.
Uma outra sala muito interessante é dedicada ao mobiliário típico de Hindeloopen, uma cidade da Frísia que aconselho muito a visita, e onde já levámos amigos nossos de Portugal que estiveram cá a passar uns dias. Esta sala lembrou-me o Museu de Hindeloopen (que gostei imenso e recomendo!), com as divisões da casa decoradas com o mobiliário típico desta cidade medieval que também fez parte da Liga Hanseática.
Neste momento, no Museu da Frísia, está patente também uma exposição sobre o ouro encontrado na província pertencente ao período medieval, desde moedas a peças de joalharia: Gold - Found Treasures from the Middle Ages. Esta mostra vale muito a pena, pois tem peças de grande valor histórico e que nos transportam a uma Frísia Medieval rica e poderosa. De salientar igualmente, a reconstrução do rosto de uma mulher do século VII, cujo esqueleto foi encontrado num tronco de um carvalho oco (tree trunk lady) no monte mais alto da Frísia, e os quais ( rosto reconstruído e esqueleto na árvore) podem ser vistos na exposição.
Sobre a parte dedicada à Mata Hari, falaremos no próximo post.